CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 4 A 10 DE JULHO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
ORGULHO DO JUAN
CALDO CULTURAL
Por João Manteufel Jr
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João Carlos Manteufel,
mais conhecido como João
Gordo, é um dos publicitários
mais premiados de Cuiabá
PROJETO DA CURA GAY É ARQUIVADO
ABCDEF....GLS
Por Menotti Griggi
M n i G i
G
Menotti Griggi é
geminiano, produtor
cultural e militante incansável da
comunidade LGBTT
Depois de inúmeros manifestos pelo
Brasil todo. Depois de uma insatisfação com
o absurdo. Depois de saber que era certa a
não aprovação do famigerado projeto da
“Cura Gay”, a Câmara aprovou o
requerimento para retirar a tramitação do
polêmico projeto de lei que permite o
tratamento da homossexualidade. O pedido
foi feito pelo próprio autor da proposta,
deputado João Campos (PSDB-GO), mas,
como o tema já havia sido apreciado na
Comissão de Direitos Humanos da Casa, o
requerimento teve de passar pelo plenário,
seguindo normas do Regimento Interno. A
manobra, no entanto, tem o objetivo de
permitir que o projeto volte a ser
apresentado o que ainda é mais uma
articulação do presidente da Comissão de
Direitos Humanos – pastor Marco Feliciano.
O tucano – que preside a Frente
Parlamentar Evangélica – pediu à mesa
diretora para arquivar o texto porque,
segundo ele, a votação tiraria a atenção da
“pauta dos protestos” que têm ocorrido no
país. “O foco das ruas não é esse. Qual é a
urgência que há em aprovar ou rejeitar esse
projeto agora? A pauta das ruas é a saúde,
a educação, a diminuição dos homicídios
no Brasil, o enfrentamento da corrupção, a
impunidade, a prisão dos mensaleiros. Estão
querendo mudar o foco e não vou permitir”,
disse. Outro argumento empregado por
Campos é que o próprio PSDB se
posicionou contrariamente à proposta.
Na verdade, esse projeto já nasceu
morto diante do absurdo que ele propõe e
enfraqueceu mais ainda quando o
deputado João Campos se viu sozinho na
proposta, uma vez que o seu próprio
partido, o PSDB, se posicionou contra a
proposta. A intenção da Câmara era que a
matéria fosse votada nesta semana, e a
ideia era analisar o mérito e derrubar o
texto, como anunciou o presidente da
Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-
RN). “Entendemos que o projeto é
preconceituoso e inoportuno, e esta Casa
não gostaria de vê-lo aprovado”. Alves disse
ainda que, assim que foi aprovado o regime
de urgência da tramitação, na reunião de
líderes, Campos pediu para retirar a
proposta da pauta. Na avaliação do
deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ), o
arquivamento do projeto foi uma manobra
de Campos para reapresentar a proposta
em momento oportuno – como o texto foi
arquivado, o Regimento Interno prevê essa
possibilidade. Se fosse rejeitado em
plenário, não haveria mais essa chance.
“Gostaríamos que a Casa derrotasse esse
projeto e jogasse ele no lixo da história”,
disse Wyllys. Marco Feliciano (PSC-SP)
confirmou, em uma rede social, a manobra
de João Campos. Segundo Feliciano, o
projeto da cura gay “voltará na próxima
legislatura”. “Teremos um número maior de
deputados evangélicos”, previu o deputado,
referindo-se à disputa eleitoral de 2014.
Com a Glória de Deus, a comunidade
LGBT também estará mais fortalecida para
combater esses absurdos dos extremistas
evangélicos.
Vi um post de uma amiga minha
jornalista falando que seu filho a
enquadrou como vendida por ter
assistido a final entre Brasil e
Espanha. E convenhamos: quem
conhece Najla sabe que ela nunca foi
e nunca será uma vendida. Vi Juan
nascer. Cresceu no Canachuê
enquanto mudávamos o mundo com
nossas ideias platônicas que quase
fizeram o Centro-Oeste virar
referência
mundial. E essa é
a diferença. O
quase. Nós
sonhamos ser o
que nossos filhos
são hoje.
Literalmente isso.
Apenas sonhamos
em fazer, mas
depois quando
acabava a
cerveja, íamos
dormir para no
outro dia de
manhã irmos ao
trabalho que nos paga em dia. Na
nossa geração, éramos pressionados a
ganhar o pão cedo, com 18 anos e
não está trabalhando é vagabundo. A
pressão de não saber como seria o
amanhã, ou no caso da guerra fria e
uma iminente terceira guerra mundial
com armas atômicas não sabíamos
nem se iria existir um amanhã, fazia
que nossos pais, acostumados a uma
economia fraca e inflacionada,
exigissem soluções imediatas. A
salvação divina veio em forma de
consumo desmedido. Mas o tempo
passou. Já são mais de vinte anos que
elegemos Collor. Essa geração não
viveu o drama de Tancredo nem teve
sua grana ou de seus pais sequestrada
pelo plano da Zélia. Essa geração
que surge sabe que uma economia
estabilizada é o mínimo e que apenas
isso não basta. Essa nova geração
quer ter novas oportunidades e não
pensar apenas no dinheiro de
amanhã. É claro que ele paga as
contas. Mas a necessidade de ganhar
hoje pode deixar de perder muito
amanhã. A até então divindade
chamada Seleção era endeusada por
ser a única chance de o Brasil superar
a todos. Mas Juan nem de futebol
gosta. Ele gosta de matemática, gosta
de ciências, assim como vários
colegas da sua turma. Um mundo sem
fronteiras dá um mundo de
oportunidades. Um mundo de
pensamentos. Antes das redes sociais,
a informação tinha interlocutores,
existia o famoso intermediário. Agora
a informação
chega sem filtros.
Agora uma
criança sabe que
em outros países
se paga imposto
mas tem saúde.
Se paga imposto
mas tem o campo
de futebol sim, e
mais um monte
de laboratórios
formando novos
cientistas. Percebo
então que meu
querido Juan tem
razão. Estamos vendidos há séculos.
Nossa geração não fez nada pra frear
a corrupção. Não fez nada para
acabar com os currais. Mas temos
uma esperança. Juan é o reflexo de
uma nova inteira.
BASTA.
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