CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 4 A 10 DE JULHO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 8
Rosemar Coenga é
doutor em Teoria Literária e
apaixonado pela literatura de
Monteiro Lobato
ALA JOVEM
Por Rosemar Coenga
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n a
TRISTÃO E ISOLDA: DUELO E AMOR
HOMEM DE AÇO
Caio Porto Moussalem é
cinéfilo profissional... e sociólogo
nas horas vagas.
ARTE NÚMERO 7
PPor Caio PPorto Moussalem
o o a
De origem celta,
a história do amor
proibido entre o
príncipe Tristão, da
Inglaterra, e a
princesa irlandesa
Isolda ganhou
versões diferentes
no decorrer dos
séculos. Nesta
adaptação, Helena
Gomes baseou-se
na versão feita no
século XIX pelo
escritor francês
Joseph Bédier.
Tristão era filho
do rei Rivalen de
Lyonesse, morto por
Mogan, que assumiu
o poder. Para
proteger Tristão, um
amigo de seu pai simulou a morte do menino e o
criou como filho. Ano depois, Tristão, foi à
Cornualha, terra de seu tio, o rei Mark, e se
ofereceu para ser menestrel do reino.
O reino da Cornualha era obrigado a pagar
tributos anuais ao rei da Irlanda, mas não
tinha dinheiro. Por isso, Tristão desafiou a
Irlanda numa luta armada. Se ele vencesse
um gigante, a Cornualha ficaria livre dos
impostos.
Os dois duelaram e Tristão venceu, mas
ficou gravemente ferido por causa de um
golpe de espada envenenada. Sem saber
que Tristão era inimigo de seu pai, a
princesa Isolda deu-lhe um antídoto para
que ele se curasse. Eles se apaixonaram,
mas o amor não era aceito por motivos
políticos. Em sua adaptação da obra
clássica, Helena Gomes preferiu dar
contornos mais modernos às personalidades
de Tristão e de Isolda. Assim, Isolda não é
submissa, ao contrário das mulheres da
Idade Média. E Tristão, apesar de ser
corajoso, é um personagem inseguro e
confuso, diferente da figura sempre
destemida dos cavaleiros medievais. O livro
Tristão e Isolda
(2011) foi publicado pela
Editora Berlendis & Vertecchia com
ilustrações de Renato Alarcão. A obra, que
compõe a coleção
Os Meus Clássicos,
foi
uma das finalistas do Prêmio Jabuti 2011,
na categoria Livro Juvenil.
Homem de Aço,
do
americano Zack Snyder
(
Sucker Punch, 300 e
Watchmen
),
é o
recomeço da história do
alienígena que se
transformará no maior
dos super-heróis. É um
dos filmes mais
aguardados do ano e
as razões para isso são
os nomes por trás da
produção, os atores e o
maravilhoso trailer. Esse
coquetel de bons
indícios faz com que
seja impossível não
entrarmos na sala de
cinema com as
expectativas altas.
Nos primeiros 45
minutos a influência do produtor Christopher Nolan
(diretor da trilogia de
Batman: Cavaleiro das Trevas
) é
visível, pois o tom sério e denso remete aos excelentes
trabalhos anteriores do cineasta londrino. Mas logo
depois a narrativa assume contornos mais típicos de
Zack Snyder, que tem uma estética mais sintética.
O trabalho dos atores é – no geral – muito bom.
Henry Cavill faz um Clark Kent/Superman convincente
e cheio de inseguranças; Russell Crowe está ótimo
como Jor-El, o pai verdadeiro de Clark; Michael
Shannon dá uma roupagem meio cliché ao vilão
General Zod, mas que convence; e é Amy Adams
quem mais se destaca com uma Lois Lane segura e
que traz uma boa – e necessária – dose de
humanidade ao filme.
Porém, o roteiro está repleto de furos
inaceitáveis. Certos valores do Superman também
estão desfigurados (os fãs de carteirinha que se
preparem). A destruição causada pelas lutas entre o
herói e o vilão é tamanha que me parece que
esqueceram traço fundamental: Superman nunca
mata ou põe em
risco a vida de
inocentes.
É incômodo
assistir a um filme
que está em um
constante duelo
consigo mesmo...
ele não sabe se
quer ser denso e
sombrio ou
pirotécnico e cheio
de lutas que o
fazem parecer um
videogame. O
resultado final não
é um desastre,
mas é confuso e
está muito longe
do que poderia ter
sido.