CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 4 A 10 DE JULHO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
PPor Carlinhos Alves Corrêa
e
r
Carlinhos é jornalista
e colunista social
O TAL DO POLITICAMENTE CORRETO
REFLEXOES
PPor Marco R
o
amoss
Marco é numerólogo, advogado
e troca de nome de acordo com a
energia do momento
Info: (65) 3365-4789
COLINA DO ROSÁRIO
Com as Luzes de todos os escravos que
derramaram o seu suor para construir o
Templo de Orações, a Igreja Nossa Senhora
do Rosário e a Capela de São Benedito,
esses espíritos iluminados devem jogar
vibrações boas durante os cinco dias no
Largo do Rosário. Às cinco da matina
começa a Santa Missa que deverá atrair
multidão de devotos e simpatizantes do santo
festeiro da Cidade Verde. Em tempo de
celebrações, a rainha Idê Guimarães e o rei
Rômulo Augusto Correia da Costa,
juntamente com os demais festeiros, todos
com pensamentos positivos: “São Benedito é
o santo de todos os povos”. E assim a fé,
pedidos, graças, devoção, emoções e alento
à união de diversos povos, sem classe social,
cujo objetivo é louvar São Benedito e
preservar uma tradição, chegando quase aos
seus 300 anos de história, de fé e devoção.
SÃO BENEDITO NOS LEMBRA DE...
Nas festas do glorioso São Benedito, o
povo festeja com cinco missas ao amanhecer,
na Praça do Rosário, antecipados dos dias de
“emolas”, percorrendo os bairros de Cuiabá.
Quando essa movimentação toda nos vem à
memória na senhorial da família Figueiredo
“Casa de Bembém”, chama-se “Casa da
Festa”. Na organização, sr. Edgar Vieira,
devoto fervoroso de São Benedito, que
construiu a Igreja de São Benedito da Vila Boa
Esperança com recursos próprios. Também nos
faz lembrar Anna da Costa Pinheiro, Lurdes
Oliveira, Ney Pinheiro, Rosa Mutran Maluf,
Benedito Libonio de Souza, Carmelita
Yonezawa, Augusto Mário Vieira, Ana Maria
do Couto, Teté Vieira, Jaia Siqueira, Benedito
da Silva Freire, D. Maria Fortunato e outros
devotos que durante a sua passagem pelo
planeta Terra souberam calçar a sandália da
humildade como o Frei Benedito ensinou.
RIO DOS PEIXES
Dupla celebração aconteceu no dia 29,
na Fazenda São Pedro: o aniversário da
matriarca Eloisa Figueiredo Ponce e do santo
protetor da família, São Pedro. Com iguarias
do forte da culinária cuiabana, agradou a
todos os presentes. O baile, à base de
rasqueado cuiabano, raiou o dia nas águas
cristalinas do Rio dos Peixes sob as bênçãos
de São Benedito. O casal Janice Latorraca
Ponce e dr. Paulo Ponce foi um verdadeiro
anfitrião recebendo a tradicional sociedade
cuiabana neste evento de fé, religiosidade e
tradição, que vem de uma geração desde o
tempo da sua filha Eloisa, presenteando com
uma imagem de São Pedro. Como dizia São
Pedro e São Paulo: o amor verdadeiro tem
uma âncora que se chama amizade.
FESTAS DE SÃO JOÃO
Quando chegou o dia 24, que celebra
São João, não ouvi mais aquela música do
hino do santo tocada por Mestre Inácio e
Albertino que dizia: “Deus te salve João,
Batista sagrado, no teu nascimento nós temos
nos alegrado”. Para minha alegria, ouvi o
hino no Vapor do 23, saindo da casa de
João Rosário. Uma multidão acompanhava o
santo até a Catedral do Bom Jesus para a
Santa Missa. Ao fazer um diagnóstico de São
João de outrora, aos poucos as nossas
tradições vão se apagando. Na minha
memória, a festa de Guilherma dos Santos,
Benedita Farias (Dona Jujá), Juvina da Bola
de Ouro, Mestre Bento e seu irmão Honório,
Mário de Carvalho, depois passou a ser
celebrada por Odilza Carvalho etc. São João
do Palácio das Águias e do Bar Colorido
chama-se “São Degolado” dos cabarés da
época. Não se esquecendo que São João do
Cabaré de Jovenilha era três dias de festa.
Sob os olhos maldizentes, os galãs da
sociedade participavam dos festejos numa
boa meta dos quentões nas noites frias de
São João. Acontecia de um tudo, tanto nas
residências quanto nos cabarés: reza, música,
fogos, fogueiras, o bombo roncando e a
clarineta puxando o rasqueado, e os pares
para dentro do salão. Inventaram a dança
da arara para um troca-troca. E aos poucos
o hino de São João vai se distanciando dos
centros urbanos. É uma pena.
Agora é moda, e se tornou uma
imposição social o tal do politicamente
correto. Tudo bem que havia abusos no
dia-a-dia com certos setores da
sociedade, há exceções, porém, e este
“porre” de politicamente correto está
ultrapassando a fronteira do bom senso.
Estamos tentando criar uma sociedade
pura, séptica, “ultraperfeita”, utópica,
porém sendo levada ao estágio de uma
neurose coletiva, na qual todos estão se
tornando vítimas de alguma situação,
todos são coitadinhos indefesos, oprimidos
pela sociedade. Coisa chata isso! Quando
surgiu a “teoria do politicamente correto,
importado dos países nórdicos puritanos (
continuo chamando de teoria, e pra mim
nunca deveria ter saído disso), pensei até
que poderia ajudar a sociedade a
melhorar, mas assim não o vejo hoje em
dia. Estamos criando uma sociedade
chata, complicada, cheia de mecanismos
de policiamento social, pior do que a
polícia de costumes que há em países
Islâmicos. Agora nem mesmo uma piada
pode ser feita que já vem centenas de
“pseudo-vítimas” bradarem! Há a ilusão
de que isso melhorará, mas nada, o
resultado está aí, um país hoje neurótico
social e que não resolveu absolutamente
nada em termos práticos. Estamos
tentando criar cidadãos ultraprotegidos
pelas leis do estado, como se vivessem em
uma bolha, séptica, totalmente limpa,
isenta de qualquer contaminação de
traumas, sem nenhuma interferência
externa...Dentro desse ambiente de
“laboratório” o “tadinho” vai crescer com
possibilidades de explorar toda sua
potencialidade! Mas na verdade não é
isso que ocorre, o ser humano precisa de
confrontação, precisa ser testado, pois só
assim se fortalece e desenvolve
mecanismos de defesa. A confrontação é
o combustível da superação. Todos os
exemplos que vemos de superação de
“limites” na história humana foram de
pessoas discriminadas que levantaram a
cabeça e enfrentaram o mundo, e não
ficaram mendigando tratamentos
diferenciados. Olhem Roosevelt,
paraplégico! Olhem as paraolimpíadas,
inúmeros exemplos de pessoas que saíram
da zona de conforto, abandonaram o
papel de vítimas e fizeram um diferencial
da média! Do fogo se forja o aço!
Agradeço aos “Bullings” (palavra
horrorosa que copiamos) que sofri,
agradeço às discriminações que sofri,
agradeço às ridicularizações de sofri, pois
delas me tornei mais forte, mais decidido,
um ser humano mais maduro! Prefiro que
me chamem de puta, de viado, de
aleijado, de preto, de mongol, de cego,
de surdo etc a me usarem palavras doces
e amáveis que apenas disfarçam o
preconceito e me fazem ludicamente
pensar que o mundo mudou, me
acomodando. Prefiro que usem palavras
duras, mas que me fazem levantar e
encarar o mundo como ele é! O respeito
começa pela consciência de sua própria
capacidade e da coragem de olhar o
mundo de frente! Chega de coitadinhos e
vítimas! Pois estes nunca se superarão!
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