CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 4 A 10 DE JULHO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 7
PARALELO 15
Por Bolívar Figueiredo
A NATUREZA SE REINVENTA, É SÓ O HOMEM SE AQUIETÁ
BolívarFigueiredoé jornalistae
artistaplásticoformadoemBrasília,militante
verde e fundador nacional do PV,
sagitariano, calango do cerrado e
assuntadordefatosevarredordepalavras.
Clóvis é historiador e
Papai Noel nas horas vagas
INCLUSÃO LITERÁRIA
Por Clóvis Mattos
ACKSON WESLEY VALÉRIO
Entõ. Ler nos livros e
aprender na teoria é uma
coisa. Vivenciar é outra.
Aprendi com Lutzemberg,
Ab’Saber, Fábio Feldman, e
com os Caiapós que a
natureza se recupera sozinha,
é só o ser humano não
atrapalhar. E agora nos
meus idos dos 50 e alguns
anos e corpinho de 49, vejo
na cara limpa a resistência
da natureza imperando
silenciosamente em
Chapada dos Guimarães –
a filha mais linda de Nossa
Senhora de Sant’Ana. Numa
manhã de minhas varreduras
de fatos e histórias, vejo na
Praça da Matriz um senhor
de andar manso e cabelos
abrumados, “chuchando” o
oco de algumas árvores e de
lá tirando mel. Pensei: tem
gente mais doida q’eu.
Sentei e fiquei observando o
“velho sábio”, meio que
conversando com as abelhas
e enchendo um pote de mel.
Tudo isto ocorrendo numa
baita segunda-feira, lá pelas
9 horas da manhã, bem no
Centro Histórico da cidade,
entre carros, supermercados,
Igreja Matriz, araras e
papagaios. Foi assim que
conheci o “João Papeleira”,
de sobrenome Albernaz,
família antiga da Chapada,
nascido em Pedra Grande,
portal do Roncador e criado
no distrito encantado da
Água Fria. Entõ, lá fui eu
tentar varrer a “doideira” do
João, numa conversa rápida
de umas 3 horas, que
passou voando, feito nuvem
correndo da chuva. E assim
nasceu a história das
abelhas na nossa
Chapada... Numa época
em que macho não tomava
mel, e sim chupava a bunda
da abelha, lá pelos idos de
1720, quando a Chapada
era uma Vila e pertencia à
cidade de Cuiabá,
aventureiros e visionários
subiam “serra acima”, na
caça do ouro e acabaram
descobrindo diamante. Um
deles, o sorocabano tenente-
coronel Antonio Lara Pinto,
veio ao chapadão para criar
um ponto de apoio para
suprir a alimentação dos
garimpeiros de “serra
abaixo”, com a caça,
principalmente de perdizes, e
na produção de rapadura,
pinga e açúcar, o que deu
origem ao primeiro engenho
na região, denominado
Burity Monjolinho, que já foi
escola e hoje um pesque-
pague. Foi justamente esta
atividade açucareira do
século XVIII que ocasionou a
migração das abelhas
nativas do cerrado para o
centro da colonização
urbana da Chapada
bandeirante. Uma
verdadeira reforma agrária
nos céus, com a vinda de
abelhas como: Malacacheta,
Jataí, Chupé, Caga-Fogo,
Borá Cacheta, Jataí Preto
Assú (que em tupi significa
grande) e a Europa (que
nada tem a ver com a
africana). Notaram que as
pontas se unem, a história
faz a ponte, isto é o que
chamo de patrimônio
imaterial da Chapada, e
uma delas é a vocação para
a apicultura e a
permacultura com horta,
pomar e a preservação das
plantas
apis melliferas
do
nosso cerradão de meu
Deus. E tem, graças aos
céus! um movimento dos
pequenos produtores rurais
de Água Fria, por intermédio
da Central das Associações
de Pequenos Produtores,
tentando implantar a
apicultura na região. Entõ, O
zunzunzum nas ruas surtiu
efeito imediato nas áreas
urbanas; esperamos que o
zunzunzum das abelhas
também abra os olhos do
SEBRAE, CBA – Associação
Brasileira de Apicultura,
FEAPISMAT, UFMT, Governo
Estadual e o escambau,
para esta bela, ecológica e
oportuna iniciativa dos
visionários encantados da
Água Fria. E a história da
fundação de Cuiabá, e de
sua colonização, está ligada
ao mel. Pois nas lavras do
Sutil, ali na Prainha,
em 1722, os
bandeirantes, ao
procurar alimento,
perguntaram aos
índios sobre o mel
que existia na
região. Os
colonizadores
receberam não só o
mel como também
umas pedras
amarelas –
denominadas ouro,
e assim nasceu
Cuiabá. O mel faz
parte da história do
nosso Mato-Grosso.
Saravá, Amém, até
o enxame que
vem... Fui!
A Obra
“Quando a Vida Faz
Uma Curva” é a
autobiografia de Jackson. A
transposição das
adversidades não foi fácil,
mas, ainda assim, os
sentimentos de realização e
felicidade são visíveis em sua
narrativa. Adora usar a frase
“Aquele que caminha só”,
que remete ao escotismo em
sua infância. Para mim,
Jackson nunca esteve só, já
que em seus relatos podemos
observar que sempre teve por
perto a família, os amigos e
Deus.
A solidão, quando
descrita, é coadjuvante, uma
espécie de balizadora dos
pensamentos, levando o
autor à autoanálise e ao
autoconhecimento.
Transpor todas as
barreiras e as sequelas de um
acidente de moto, ocorrido
na estrada entre Cuiabá e
Chapada dos Guimarães, foi
a mola propulsora para este
jovem alcançar o sucesso.
Jackson é, realmente, um
sobrevivente… tem muito a
nos ensinar, e com muito bom
humor. (Ramon Carlini)
O AUTOR
Jackson Wesley Valério,
natural de Dourados-MS e
residente em Cuiabá-MT há
mais de 20 anos, é
advogado, ex-funcionário do
Tribunal de Justiça de MT, ex-
vice-presidente da Comissão
de Estagiários da OAB-MT e
ex-concurseiro, além de
poeta nas horas vagas. Após
sobreviver, com sequelas
permanentes, a um
gravíssimo acidente
motociclístico, do qual saiu
com apenas 20% de chances
de vida, decidiu contar sua
bem-humorada experiência
de superação e coragem,
mas também falar seriamente
de valores e espiritualidade.
Já foi escoteiro,
paraquedista, fez artes
marciais, tocou em banda de
rock, escalou o
ponto mais alto de
Mato Grosso (Morro
São Jerônimo) e fez
parte de um
motoclube, entre
outras atividades.
Em 2008, seis
anos após o
acidente,
abandonou o
1
º
lugar na prova
objetiva para o
Ministério Público de
MT para seguir sua
intuição profissional,
e hoje presta
consultoria na
importação de
aeronaves.
Autor: Jackson Wesley Valério
1ª edição
Ano de publicação: 2013
Gênero: Autobiografia
Editora: Carlini & Caniato
Editorial
Contatos
Editora TantaTinta / Carlini &
Caniato
(65) 3023-5714 /3023-5715