EDIÇÃO IMPRESSA - 466 - page 11

CIRCUITOMATOGROSSO
PANORAMA
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CUIABÁ, 14 A 20 DE NOVEMBRO DE 2013
SUINOCULTURA
Matriz produz 2,5 t de carne por ano
Número é bem maior quando comparado à produção de carne das matrizes bovinas, já que estas dão à luz a um bezerro a cada
um ano e meio em média. Por Diego Frederici. Fotos: Mary Juruna
Suinocultura no Brasil
4º Maior exportador do mundo
37 milhões de animais abatidos em 2012
1 milhão de empregos diretos e indiretos
R$ 2,5 bilhões movimentados por ano
Fonte: Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS)
A suinocultura é uma
das cadeias produtivas
mais importantes da
agropecuária. Segundo
dados da Associação
Brasileira de Criadores de
Suínos (ABCS), o
segmento movimenta mais
de R$ 2,5 bilhões no
Brasil anualmente. Só em
Mato Grosso, a atividade
emprega 35 mil pessoas,
entre empregos diretos e
indiretos, com uma taxa
de produtividade atraente,
considerando que cada
cria resultaem 25 animais,
que, num período de um
ano, atingem 100 Kg, em
média. Numa conta
simples, são 2,5
toneladas de carne por
matriz.
O número é bem
superior quando
comparamos com a
criação de gado, tendo
em vista que uma vaca dá
à luz a um ou dois
bezerros, no máximo, em
períodos que geralmente
são de um ano e meioa
cada parto. O boi é
abatido quando atinge
entre 450 kg e 500 kg,
engorda que exige dois
anos de idade, no
mínimo.
Segundo o diretor
executivo da Associação
dos Criadores de Suínos
de Mato Grosso
(Acrismat), Custódio
Rodrigues de Castro Jr., o
nicho deu um salto, desde
que começou a dar os
primeiros passos no
Estado, entre o fim dos
anos 1970 e início de
1980. Na época, os
produtores queriam
agregar valor aos grãos
Empresa holandesa está de
olho no mercado do
Centro-Oeste
Durante o XVI
Congresso da Abraves,
ocorrido entre os dias 5 e
7 de novembro, no
Centro de Eventos do
Pantanal, em Cuiabá,
Hermanus Wigman,
diretor-presidente da
multinacional holandesa
De Heus, conversou com
a equipe do
Circuito
Mato Grosso
sobre os
investimentos que a
organização, especialista
em nutrição animal, está
viabilizando no Brasil, e
na região Centro-Oeste,
um mercado que,
segundo ele, é um dos
“mais interessantes do
mundo”. O executivo
pontua que a De Heus faz
um trabalho diferenciado,
ao passo que não se
limita apenas a fornecer a
alimentação necessária
para os animais das
cadeias produtivas, mas
também elabora uma
análise sobre o negócio
dos seus clientes,
propondo soluções que
envolvem o manejo e a
gestão da atividade. Ele
fala também das
projeções econômicas e
dos planos da empresa
para a região.
“Estamos presentes
em mais de 50 países, e o
Brasil é um dos grandes
players
do mercado
global. Naturalmente, a
vocação para o
agronegócio que a região
Centro-Oeste, e Mato
Grosso, possuem é
bastante interessante para
os nossos negócios”,
afirma ele.
“Não podemos esperar
políticas governamentais
para sempre”, diz produtor
Certas questões,
sobretudo nas discussões
sobre o desenvolvimento
do agronegócio, sempre
estão presentes na fala de
empresários e
representantes públicos.
Um deles, a logística, e as
soluções de transporte
necessárias ao
escoamento e vendas de
produtos, parecem ser
unanimidade entre os
atores envolvidos. Alguns
deles, no entanto, opinam
que “barreiras” sempre
existiram e que não é
possível “esperar para
sempre” por soluções
propostas pelo Estado.
Itamar Antônio
Canossa trocou Santa
Catarina pela cidade de
Sorriso (418 km de
Cuiabá) há doze anos
para deixar de investir no
Estado que mais exporta
carne suína e, junto com
sua família, montar seu
negócio em Mato Grosso.
Apesar das dificuldades
em relação à logística,
área sempre lembrada
pelo agronegócio, ele
exalta as oportunidades
que encontrou quando
chegou aqui, dizendo que
as perspectivas de
crescimento para os
próximos anos são as
melhores possíveis.
“Vim do sul porque
enfrentava problemas lá.
A logística aqui pode ser
deficiente, mas o fato é
que não podemos
diminuir a distância para
os portos. Porém, os
custos do negócio aqui
são bastante interessantes.
Não tenho dúvidas de
que, em oito ou dez anos,
iremos triplicar nossa
produção”, diz ele.
Pesquisador da UFMT fala
que saúde é a maior
variante na criação
Para investir na
suinocultura, os produtores
devem ficar atentos a
questões sanitárias, tendo
em vista que, apesar de as
doenças que acometem os
animais não serem
transmissíveis a seres
humanos, a produção de
carne pode sofrer sensível
queda, incluindo uma
baixa taxa de natalidade,
lentidão no ganho de
peso e demais fatores,
com possiblidade de
grandes prejuízos
econômicos, de acordo
com o veterinário e
professor da Universidade
Federal de Mato Grosso
(UFMT), Marcos Almeida
Souza.
Marcos, que também
é presidente da
Associação Brasileira de
Veterinários Especialistas
em Suínos (Abraves),
opina que as
enfermidades que atingem
essa cadeia produtiva
variam de granja para
granja, e que o Brasil não
fica devendo a países
desenvolvidos quando o
assunto é saúde
veterinária dos animais,
dizendo que o fato de o
país ter dimensões
continentais ajuda nessa
questão.
“Cada granja possui
seus problemas, e seus
proprietários devem seguir
as normas sanitárias de
modo que a produção
não seja prejudicada. O
Brasil não deixa a desejar
em relação à saúde dos
animais e as dimensões
continentais que
possuímos, diferente dos
países da Europa, ajudam
a isolar as doenças”, diz
ele.
produzidos, para serem
usados na ração. A
atividade, no entanto,
experimentou grande
evolução, sobretudo na
última década.
“Saímos de 2001 com
20 mil matrizes para hoje,
depois de 12 anos, termos
120 mil matrizes. A
suinocultura, na verdade,
acompanha o
desenvolvimento dos
grãos e do agronegócio”,
diz ele.
Custódio também
afirma que a área possui
grande espaço para se
desenvolver.
Comparando com Santa
Catarina – o maior
Estado produtor, que
possui, segundo ele, 180
animais por hectare de
terra – ele diz que
políticas públicas,
sobretudo nas áreas de
logística e sanitária,
precisam ser
implementadas para
tornar o negócio mais
competitivo, com menor
custo para a produção.
“A cadeia da
suinocultura gera renda e
emprego. Não se justifica
a negligência, por parte
dos governos federal e
estadual, em relação às
condições sanitárias e
logísticas, necessária ao
escoamento da
produção”.
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Pa r a Ma r co s A lme i da Sou z a , p r e s i den t e da
Ab r a v e s e doc en t e da UFMT, cada g r an j a po s s u i
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a f i rma que me smo com p r ob l ema s l og í s t i co s o
cu s t o da p r odução no E s t ado é a t r aen t e
O d i r e t o r - p r e s i de n t e da mu l t i na c i ona l
ho l ande s a De Heu s ana l i s a que o B r a s i l
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