CUIABÁ, 8 A 14 DE AGOSTO DE 2013
Em Londres, as duas GALERIAS, TATE MODERN e TATE BRITAIN oferecem um conjunto sobre os principais artistas mundiais. Estão
localizadas em bairros distintos de Londres, com exposições diversas e acervos em áreas separadas. Ambas as galerias seguem
adquirindo em feiras e galerias pelo mundo novidades como esta montada de madeira, manequins e fitas adesivas.
ELLEN GALLAGHER E AS GALERIAS TATE EM LONDRES
Londres: Voltar sete anos depois a Galeria Tate Modern
na beira do Rio Tamisa é uma experiência complexa. Aqui
aprendi a cultura de socializar com obras de arte, conheci
nomes e fases distintas de criadores mundiais. Até 2014 o
gigantesco salão TURBINE HALL estará fechado para
reformas, é uma pena, sempre me choquei com os tamanhos
das obras desta área, aqui vi a instalação SOL feita de LUZ,
as Aranhas de Louise Bourgeois e muitas outras peças
também criadas para impactar pela escala monumental. A
reforma deste Hall resume também a duração da visita, é
impossível ver e escutar tudo num dia, a Galeria possui
diversos cinemas, salas para performances e livrarias
específicas dos artistas ali presentes. Sem a TURBINE, eu consegui, com uma velocidade
displicente, observar as três exposições temporárias deste verão europeu e admirar as
novas peças do acervo da TATE. A galeria, além de ser gigantesca, tem projetos
enormes para o futuro próximo, tudo será ampliado para poder incluir obras
contemporâneas que exploram projeções em vídeo de larga escala e performances de
grupos.
A entrada para a TATE é gratuita, você paga apenas as exposições temporárias,
existem pacotes com descontos e visitas com curadores especializados nas obras
presentes. Você precisa ter tempo para fazer isso, pois os especialistas contam detalhes,
histórias e tiram dúvidas, inclusive sobre questões subjetivas como o que o/a artista
estava querendo dizer com isso ou aquilo. Durante minha visita eu ‘encostei’ num desses
grupos duas vezes e ouvi umas pérolas. Vale a pena e há tours/excursões em espanhol.
CULTURA
Por Luiz Marchetti
Fotos: Divulgação
Luiz Marchetti é
cineasta cuiabano,
mestre em design em arte
midia, atuante na cultura de
Mato Grosso e é careca.
São três grandes nomes nas exposições temporárias deste
verão 2013: ELLEN GALLAGHER, IBRAHIM EL-SALAHI:
VISIONÁRIO MODERNISTA e SALOUDA RAOUDA
CHOUCAIR. É impossível descrever o quanto cada artista
cumpriu longa pesquisa e pratica em suas carreiras. O ideal é
torcer que você veja algo mais sobre cada um na internet,
busque detalhes e fases distintas. São fenomenais, cheias de
importância na História da Arte do Século passado e deste.
ELLEN GALLAGHER realmente foi a que mais me impressionou,
uma artista negra com questões sobre o NOVO NEGRO nos
Estados Unidos, na África e suas representatividades mundiais.
Logo na entrada de sua exposição solo vemos uma grande
projeção em vídeo de uma imagem de FREUD pintando uma
mulher com o rosto da artista. O pitoresco é que Ellen pintou
na tela da projeção alguns detalhes das imagens na cor
PRATA. Isso gera um brilho extra do vídeo quando projetado. A
obra de abertura também contém humor, pois nunca havíamos
visto FREUD desenhando uma negra, como numa fotografia
de MAN RAYS in 1928 de HENRI MATISSE desenhando uma
modelo. Essas traduções de situações, esses jogos de
referências e fortes alusões a outras imagens de conhecimento
popular no mundo das artes voltam em várias obras de ELLEN
com uma força humorística ferina. Mais adiante, entre as
diversas peças, você logo percebe que ela não se prende a
nenhum tipo de material: ela pinta, ela grava, ela faz
esculturas, vídeos e colagens, tudo com muito detalhe, muito
cuidado e técnicas perfeitas em qualquer que seja o material
adotado. Uma de suas técnicas que chama atenção também
são colagens com imagens de revistas. Ela elabora teias de
fotografias como se fossem rendas. Rendas vazadas com
desenhos são algo muito delicado e agressivo, como imagens
de milhares de bocas, milhares de olhos minúsculos numa teia
vazada, toda recortada uma a uma e colada novamente em
uma peça. Essas obras ficam esticadas na vertical para você
observar dos dois lados e não podem ser fotografadas. É tudo
muito grande, obsessivo e detalhista. Existem também muitas
obras de cor branca em tela branca, e você fica mais
impressionado ainda pela quantidade de imagens brancas
numa tela branca. São dragões com peixes e flores sobre
movimentos do mar, tudo branco em tela branca, imagine
escamas, pétalas e milhares de detalhes. Se ELLEN não te
encantar pelo conceito de artista revolucionária, ela vai te
deixar embasbacado pela técnica e capacidade de
organização em cada obra. A exposição é enorme, com
muitas salas, telas enormes, vídeos em loop e esculturas
divididas por similaridades de imagens que retornam na
prática da artista com a última peça do ano de 2008.
As outras exposições são também de muito cuidado
histórico, montagem e impacto visual, porém consumiriam
centenas de edições do seu CULTURA EM CIRCUITO para
mais comentários. Tenho que me concentrar em apenas uma
expo, assim, ficamos por aqui, batendo palmas para ELLEN
GALLAGHER. Outro detalhe legal da GALERIA TATE MODERN
é que por apenas 5 libras você pega um moderno barco que
sobe o rio Tamisa para a
GALERIA TATE BRITAIN,
com obras específicas de
artistas britânicos e mais
novas exposições
temporárias. Lembre-se
que para cada Galeria
você precisa de no
mínimo um longo dia,
sem se concentrar muito
num Matisse, num Picasso
ou num Turner. Na
Galeria do TATE BRITAIN
estão em cartaz duas
solos temporárias, de
GARY HUME e de
PATRICK CAULFIELD.
Se você for a Londres
neste verão europeu,
invista sua atenção nestas
visitas às duas galerias do TATE. O tíquete do barco pode ser
adquirido na bilheteria de qualquer uma das Galerias TATE.
Outro detalhe: tênis ou sapato baixo, pois ainda que com
várias escadas rolantes, você anda léguas ali dentro entre
diferentes andares. O café da Tate Modern oferece pratos
deliciosos por preços bem acessíveis; pergunte sempre pelo
peixe e pela carne do dia.
A CIDADE DOS OUTROS: direção de
AMAURY TANGARÁ com as atrizes
JULIANA CAPILÉ e TATIANA HOREVITCH.
A obra foi livremente inspirada em
“Esperando Godot”, de Samuel Beckett.
Na segunda e terça, 12 e 13 de agosto,
às 20h, na CASA DO PARQUE.
A CASA DO PARQUE convida você para duas únicas apresentações da peça teatral