CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 8 A 14 DE AGOSTO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
MAIS DE 30
CALDO CULTURAL
Por João Manteufel Jr
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João Carlos Manteufel,
mais conhecido como João
Gordo, é um dos publicitários
mais premiados de Cuiabá
PAPA DO POP
Ligue: (65) 3023-5151
ABCDEF....GLS
Por Menotti Griggi
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Menotti Griggi é
geminiano, produtor
cultural e militante incansável da
comunidade LGBTT
Você talvez não o conheça pelo
nome, mas com certeza já ouviu falar
em “Pop Art” ou na máxima de uma das
suas frases: “Todo mundo tem seus 15
minutos de fama”. Estou falando do
artista revolucionário Andy Warhol que
se estivesse vivo faria esta semana 85
anos. Nascido em Pittsburg, nos Estados
Unidos, no seio de uma família
operária de emigrantes eslovacos,
acabou por se transformar, nas seis
décadas que se seguiram até à sua
morte, em fevereiro de 1987, numa
“lenda americana do século XX”, como
a imprensa especializada o definiu.
Warhol formou-se em 1949, no
Carnegie Institute of Technology, em
Pittsburgh, seguindo para Nova Iorque,
onde trabalhou como artista gráfico e
ilustrador de revistas como a Vogue e a
Harper’s Bazaar, tornando-se
rapidamente num dos criadores mais
procurados da cidade.
Teve a primeira exposição individual
na Hugo Gallery nova-iorquina, em
1952 e essa exposição antecede a
afirmação do “estilo” de Warhol, que se
verificaria na década seguinte: a
transposição dos conceitos da
publicidade e da produção em massa
para a arte, apelando à “reprodução
em série” de temas do quotidiano e de
artigos de consumo, como caixas de
detergente e garrafas de Coca-Cola, e
de rostos de personalidades ou de
ícones da arte, como Mick Jagger, Che
Guevara ou Mona Lisa.
A serigrafia, a colagem e o uso de
materiais descartáveis tornaram-se os
meios preferidos de Warhol; a chamada
“sociedade de consumo”, a sua
inspiração.
Para Warhol o ciclo criativo
completava-se com a “produção em
massa” das suas próprias obras. É nesse
contexto que funda a “Factory”
(Fábrica), em Nova Iorque, em 1962,
um estúdio de arte que também foi um
estúdio de cinema (assinou cerca de três
centenas de títulos “underground”) e de
música, transformando-a numa espécie
de laboratório para gerações de
criadores. Lou Reed e os Velvet
Underground afirmam-se com o apoio
de Warhol, sucedendo-se a integração
da cantora e modelo de origem alemã
Nico, na banda que também era de
John Cale, Sterling Morrison e Maureen
Tucker.
Até ao fim da vida, Warhol
continuou a apoiar artistas como, entre
outros, Keith Haring e Jean-Michel
Basquiat, que se destacaram pelos
“graffitis” em Manhattan, ou o
fotógrafo Robert Mapplethorpe.
Em 2012, Andy Warhol liderou os
leilões, a nível mundial, com vendas
acumuladas superiores a 329 milhões
de dólares (cerca de 252 milhões de
euros), de acordo com os números da
sociedade francesa Art Price, divulgados
em março deste ano.
Em Portugal, destaca-se o quadro
de Warhol, do Museu Berardo, em
Lisboa, avaliado em 12 milhões de
euros, numa coleção que inclui ainda
várias “Brillo Box” e latas “Campbell
Soup”.
A cada 5 segundos morre uma
criança de fome. Isso mesmo, rápidos 5
segundos. Mais ou menos o tempo que
um adulto leva pra ler essas duas frases,
mais uma criança morreu. Reflexo de
uma inversão de valores, onde pessoas
pagam Mil dólares para ter um telefone,
mas se recusam a ajudar o amigo da
esquina. Muitos podem dizer que essa
não é a nossa realidade. Mas o fato que
nesse tempo em que estamos aqui
discutindo se é ou não realidade do
imenso continente chamado Brasil, mais 3
crianças indefesas, como meu filho ou o
seu, morreram de fome. O povo tem
muito mesmo o que reclamar. Não por
acaso o mundo inteiro está sofrendo
passeatas implorando mais qualidade,
mais respeito, mais amor.
– Eu quero ver quando a água
começar a bater na bunda do interior da
África. Neguinho no Brasil e na Europa,
não anda de AK 47 na rua, debaixo do
braço. Nós temos que agir. Termos que
fazer algo. Se esquerda é isso que tá aí
na rua eu sou o quê? Terrorista?
Precisamos nos unir contra o inimigo
comum que destrói toda a humanidade: o
capitalismo – afirma meu amigo viajado
e letrado Mario Zugair, interrompendo
minhas palavras.
A água já bateu, meu amigo Mario.
Hoje os países sul do continente europeu
possuem grande migração africana.
Países com França já possuem Leis que
dificultam e até quase proíbem o ingresso
de africanos no país. E sabe por que a
África é tão rebelde? Enquanto lemos
sobre a França mais duas crianças
morreram de fome no mundo. Mas
pasmem. A fome é sim um fenômeno
mundial e não exclusivo do continente
africano. A fome aumenta a cada dia em
todos os rincões deste mundão, com
exceção do Brasil e da China. 1 bilhão
de pessoas, dos 7 bilhões que
somos, está sofrendo de subnutrição
grave permanentemente, com
mutilações. Não têm vida de família nem
de trabalho, são destruídas pela
subalimentação permanente. E sabe
qual é o maior culpado disso tudo? Nós
mesmos. Hoje o mundo produz o dobro
de alimentos que toda população
mundial necessita. Pela primeira vez na
história da humanidade, a fome não é
problema de produção, mas sim de
acesso. Vivemos uma fome sustentada
pelo capitalismo autofágico direcionado
para uma minoria autoritária que parece
viver num mundo utopicamente feliz.
Enquanto debatemos sobre essa vã
filosofia catolicista conformadora, que
prega que nenhum pecado é tão pecado
que não possa ser absolvido, mais cinco
inocentes crianças, de idade entre 0 e 10
anos, morreram assassinadas pela fome.
E a gente. Vai fazer o quê? O que, nós
ditos estudados, faremos para que essa
situação mude.
– Mudando de saco pra biscoito, eu
tô louco pra comprar a nova RED, João.
Dragon RED. Ela é muito foda, e vai dar
um gás nas propagandas aqui da região
– interrompe Mario, mais uma vez, meu
papo na mesa do Bar.
Só nessa história mais de 30 crianças
morreram.