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CUIABÁ, 18 A 24 DE JULHO DE 2013
ARIPUANÃ BIRDS
Aripuanã possui a metade das espécies de aves registrada em Mato Grosso, incluindo a grande população de andorinhões.
Por Sandra Carvalho. Fotos: Cleverson Veronese.
Trilhas e observatório natural de pássaros
Aripuanã, 1.014 km a noroeste de Cuiabá, tem em
sua área um dos mais importantes santuários de aves do
Estado de Mato Grosso, onde podem ser encontradas
mais de 500 espécies de aves, visualizadas e
catalogadas em lentes profissionais.
Com o propósito de “dinamizar e dar a conhecer as
imensas espécies ornitológicas que habitam nas zonas
rural e urbana”, o projeto “Aripuanã Birds” pretende
oferecer aos visitantes amplo espaço livre de
observatório natural com caminhadas em trilhas, mata
espessa, tráfego fluvial e diferentes ambientes.
A equipe Aripuanã Birds foi criada com a ideia de
incentivar a prática de observação de aves em toda a
região noroeste de Mato Grosso. É composta por
Cleverson Luiz Veronese, Giuliane Faoro e Manuel
Pinheiro.
Manoel Pinheiro trabalha como taxista e nas horas
vagas registra e observa aves. Sua paixão pelas aves
começou depois de acompanhar o trabalho do professor
Dalci Oliveira, biólogo da Universidade Federal de Mato
Grosso (UFMT), que está realizando em Aripuanã um
levantamento da avifauna para desenvolver um
inventário das aves silvestres existentes no município.
“Sempre prestei serviço para os biólogos e por isso
fico na companhia deles o dia todo. Em 2010, o
professor Dalci pediu se eu tinha interesse em registrar;
bastou o primeiro click, na mesma semana adquiri uma
máquina fotográfica e não parei mais, uma terapia em
minha vida. Como a distância é longa das corridas de
passageiros, na volta acabo parando para registrar”
disse Manoel.
Cleverson, jornalista que registra a natureza há mais
de 10 anos, acredita no turismo voltado para essa área.
“Aripuanã poderá se transformar num ponto de
observação de aves. Queremos criar um santuário de
aves, com a implantação de um observatório. Com
menos de um ano de formação, já catalogamos mais de
250 espécies”, ressalta.
E se o objetivo é observar e preservar nossas
espécies nativas, o primeiro passo, na opinião do
jornalista, é preservar o habitat natural. Com isso, não só
os pássaros ganham, mas toda forma de vida que
compõe o ecossistema, inclusive os seres humanos. “O
conhecimento é fator fundamental para a preservação,
por isso é necessário cuidarmos do que conhecemos e
gostamos”, enfatiza.
Para a engenheira ambiental Giuliane Faoro, outra
importante atitude que ajuda a preservar esse
maravilhoso tesouro é não comprar aves e outros
animais silvestres, pois para cada dez que são retirados
da natureza apenas um sobrevive.
“Se alguém compra um animal silvestre, está
incentivando que o traficante de animais busque cada
vez mais espécies e com isso muitas sofrem as
consequências pagando com sua vida”, alerta a
engenheira.
Aripuanã possui a metade das espécies de aves
registradas no Estado de Mato Grosso, incluindo a
grande população de andorinhões.