CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 18 A 24 DE JULHO DE 2013
OPINIÃO
P
G
2
ENTRE ASPAS
EDITORIAL
LADO SINISTRO
Presidente do Conselho Editorial:
Persio Domingos Briante
CIRCUITOMATOGROSSO
Diretora-executiva:
Flávia Salem - DRT/MT 11/07- 2005
Tiragem da edição 447 auditada
por PWC de 24.080 exemplares
Propriedade da República Comunicações Ltda.
Editor de Arte:
Glauco Martins
Revisão:
Marinaldo Custódio
Reportagem:
Mayla Miranda,
Rita Anibal e Débora Siqueira
Fotografia:
Pedro Alves
Editora:
Sandra Carvalho
Av. Miguel Sutil, 4001C - Pico do Amor - Cuiabá - MT - CEP 78010-500 - Fone: (65) 3023-5151 E-mail
COPA 2014
Mais R$120 milhões para a Arena
Verba é para implantar TI e comprar poltronas, recurso que já estava previsto no orçamento inicial. Por: Rita Anibal. Fotos: Reprodução
“A situação é de miséria, o Estado está sem controle. O governador
precisa acordar do sono profundo e começar a ver a realidade dos
municípios do interior.”
Deputado estadual Ezequiel Fonseca (PP) ao alegar que o governador Silval Barbosa
(PMDB) está inerte quanto aos problemas do Estado.
“Tivemos várias obras e muita
coisa está sendo feita. É natural
que tenhamos essa atualização
que tenhamos essa atualização
porque a cidade é outra, evolui a
cada dia e os imóveis estão
sendo va l or i zados . ”
Prefeito de Várzea Grande, Walace
Guimarães (PMDB), ao admitir que a
planta genérica do município, usada
como parâmetro para estabelecer o
valor do IPTU, poderá ser reajustada
em até 1.000%.
“Es távamos negoc i ando a
revisão do PCCS desde
outubro do ano passado,
mas até agora não
obtivemos uma resposta
conc r e t a . ”
Presidente do Sindicato dos
Técnicos da Educação Superior
da Unemat, Luiz Anderlei dos
Santos, ao anunciar movimento
g5revista dos servidores técnicos
da instituição em 11 campi de
Mato Grosso.
“Com estas obras vamos
fomentar investimentos do
agronegócio e agricultura
familiar na região.”
Governador Silval Barbosa ao
assinar ordem de serviço para
pavimentação da MT-100.
“Apesar do vultoso investimento público, o Estado não realizou um estudo
de viabilidade para saber quanto vai custar a manutenção e como seria
possível tornar o estádio viável economicamente após a Copa. Em 2014, o
contribuinte vai descobrir.”
Jornalista Vinícius Segalla, em matéria do UOL Esporte sobre investimentos e custos da
Arena Pantanal, em Cuiabá.
O governador Silval
Barbosa (PMDB) contou
com o apoio unânime dos
deputados estaduais para
aprovar a Lei nº 9.951 que
autoriza o Poder Executivo a
contratar operação de
crédito, junto à Caixa
Econômica Federal, até o
valor de R$ 120 milhões,
montante mais que suficiente
para quitar a dívida do
Estado com os municípios
na área da Saúde.
Com uma contratação
simplista de empresas que
ainda não provaram dispor
de “know-how” tecnológico
e serviços semelhantes já
prestados, o governo do
Estado do Mato Grosso,
através da Secopa, fechou
a questão com o Consórcio
CLE. Esse consórcio é
formado pela Etel
Engenharia, Montagens e
Automação, da cidade de
Rio Claro, interior de São
Paulo, e pela Canal Livre
Comércios e Serviços Ltda,
com sede em Várzea
Grande.
Como já noticiou o
Circuito Mato Grosso
em
suas edições 445 e 446, o
consórcio CLE sagrou-se
vencedor por apresentar
menor preço [R$
98.193.406,00] e assinou o
contrato nº 026/2013
oriundo do Edital RDC nº
005/2013/Secopa, que
está sendo analisado pelo
Ministério Público Federal
(MPF). Os procuradores do
MPF, em parceria com o
Ministério Público Estadual
(MPE), requisitaram o
projeto do consórcio a fim
de verificar a probidade
técnica das empresas para
executarem serviço
tecnológico de tão alta
complexidade.
Num mundo cada vez
mais conectado, os serviços
de telecomunicações da
Arena Pantanal para a
Copa 2014 estão na
berlinda. Esse sistema,
aliado à Tecnologia da
Informação, necessita de
locais e meios para
conexão remota. Os dados
são transmitidos através de
“uma estrada” que, para os
padrões Fifa, deve ter o
mínimo de 20 Gbps para
transmissão de voz, dados e
imagens. Entretanto, no
contrato assinado entre a
Secopa e o consórcio CLE,
nenhuma cláusula prevê
essas condições mínimas
para funcionamento dos
serviços de telecomunicação
e não há material descritivo
do projeto elaborado pelas
empresas assegurando as
imposições básicas da Fifa.
O serviço de
Tecnologia de Informação e
Telecomunicação [TIC] da
Arena Pantanal será um dos
mais importantes legados
da Copa para a população
de Mato Grosso, ao lado
das obras de infraestrutura.
Ao se delegar serviços tão
complexos para empresas
aquém de recomendações
técnicas, corre-se o risco de
um fiasco enorme perante o
mundo durante os jogos.
Na Copa das
Confederações, em que
pese o Maracanã, no Rio
de Janeiro, ter uma empresa
de renome internacional à
frente, os presentes no
estádio não conseguiam
transmitir dados, voz ou
imagens através de seus
aparelhos eletrônicos.
Além de oferecer a
possibilidade de uso
eficiente de celulares e
afins, a TI da Arena
Pantanal será responsável,
também, pelo
“broadcasting” que
compõe todos os centros de
mídia e tribunas de
imprensa nacional e
internacional que por aqui
aportarem. Outro ponto
crucial desse sistema é a
geração de imagens
através do “videowall”, que
formará um dos setores de
segurança através do
fornecimento de imagens
do entorno e dentro do
estádio para promover
ações efetivas de proteção
ao torcedor e visitante.
Não bastasse a
importância desse serviço
que será a base de
funcionamento das
telecomunicações, Cuiabá
deixa a desejar em
implantação de fibras
ópticas para transmissão de
voz, dados e imagens. As
empresas de telefonia estão
correndo contra o tempo
para suprir essa deficiência,
mas não se pode prever
que o serviço estará com a
capacidade satisfatória na
Copa.
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o r unan imi dade na AL , o go v e r nado r S i l v a l
, o go v e r nado r S i l v a l
Ba r bo s a con s egu i u emp l aca r ma i s um ad i t i v o pa r a
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a t ende r a A r ena Pan t ana l na á r ea de T I
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A contratação de ‘empresas fantasmas’ é uma prática antiga na
gestão pública. Num piscar de olhos, nascem pequenas
empreiteiras para fazer o serviço sujo atendendo a interesses de
políticos inescrupulosos. Os contratos são milionários, porém os
serviços são suspeitos. E se a maracutaia envolve crianças vítimas
de violência doméstica e abandono, é porque a farra com
dinheiro público já pode ter chegado ao extremo. Fazendo valer o
velho ditado popular “onde há fumaça há fogo”, pode ser que as
três frentes de investigação do Ministério Público Estadual sobre a
dispensa de licitação milionária que seria para atender demanda
do Lar da Criança, em Cuiabá, revelem um lado mais sinistro da
gestão Silval Barbosa. A mesma instituição que ao invés de lar
mais parece um orfanato onde as crianças fazem rodízio com as
mesmas roupas, dormem pelo chão por falta de espaço e não têm
o direito de ver o colorido da vida porque passam a maior parte
do tempo recolhidas. A denúncia do
Circuito Mato Grosso
foi
motivo de muita irritação no Palácio Paiaguás, talvez por envolver
a Secretaria de Estado de Trabalho e Ação Social, cuja titular é a
primeira-dama Roseli Barbosa. Na condição de veículo de
comunicação que há 10 anos defende os interesses da sociedade,
o
Circuito
segue defendendo a liberdade de imprensa, em que
pesem retaliações vindas de quem só pensa no próprio umbigo.