CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 16 A 22 DE MAIO DE 2013
ECONOMIA
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Safra de milho terá recorde histórico
Especialistas calculam 19,4 milhões de toneladas para esta safra, o que projetará ainda mais MT no cenário internacional.
Por: Sandra Carvalho. Fotos: Reprodução
GRÃOS
A segunda safra de
milho já é realidade em
Mato Grosso há alguns
anos. A expectativa é que
se colham cerca de 16
milhões de toneladas do
cereal no Estado nesta
safra segundo o Instituto
Mato-grossense de
Economia Agropecuária
(Imea). Alguns
especialistas já projetam
19,4 milhões de
toneladas para o estado,
que vem aumentando a
produtividade e
ganhando espaço no
mercado internacional
ano a ano.
Segundo o diretor
executivo da Aprosoja,
Marcelo Duarte, será um
recorde histórico. “Pelo
segundo ano consecutivo
o Brasil vai produzir mais
Aprosoja aprova CPI do Fethab
Anvisa e Ibama não
cumpriram acordo
MT perde 1,5 bilhão de dólares por causa da ferrugem
A ferrugem asiática
é a principal doença
que atinge as lavouras
de soja no Brasil. O
Instituto Mato-grossense
de Economia
Agropecuária (Imea)
estima que somente em
Mato Grosso os
prejuízos diretos
provocados pela
ferrugem na safra
2012/2013 alcançaram
cerca de US$1,5
bilhão, o que equivale
a 40 milhões de sacas.
No Brasil, as perdas
nos últimos 10 anos já
somam US$25 bilhões.
Os dados foram
apresentados pela
Federação da Agricultura
e Pecuária de Mato
Grosso (Famato) e a
Associação dos Produtores
de Soja de Mato Grosso
(Aprosoja-MT) em
audiência pública na
Comissão de Agricultura e
Reforma Agrária (CRA), do
Senado. O objetivo da
sessão foi debater
impactos socioeconômicos
da ferrugem asiática nas
plantações de soja no
Brasil. O autor do
requerimento para a
realização do debate foi o
senador Blairo Maggi.
A ferrugem asiática,
causada pelo
fungo
Phakopsora
pachyrhizi
, provoca a
desfolha precoce da
planta impedindo a
completa formação dos
grãos, o que gera
redução da produtividade.
Entre as dificuldades
relatadas pelo produtor
rural Silvésio de Oliveira,
que substituiu o presidente
da Famato, Rui Prado, na
sessão, está o aumento da
resistência das plantas à
doença nos últimos
anos.
“Os impactos da
ferrugem não ficam
apenas nas lavouras
de soja. Os prejuízos
atingem a cadeia toda
que está direta e
indiretamente ligada à
produção de soja.
Afetam, por exemplo, os
setores de aves, suínos,
a geração de empregos,
arrecadação tributária,
balança comercial, entre
outros”, exemplificou
Oliveira.
Os compromissos
firmados pela Agência
Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) e
Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis
(Ibama) ainda não foram
cumpridos. Para o
combate da ferrugem,
existem atualmente dois
novos princípios ativos de
agroquímicos para serem
liberados pela Anvisa.
“Queremos que o
governo e os órgãos
reguladores sejam mais
ágeis na liberação de
substâncias cada vez mais
eficientes no combate às
doenças que geram
impactos negativos nas
lavouras. Além disso, as
indústrias também
precisam investir mais em
pesquisa. A Famato e
a Aprosoja continuarão
empenhadas em alertar
sobre a importância desse
tema”, avaliou o diretor
executivo da Famato,
Seneri Paludo.
O pesquisador e
representante
da Aprosoja na
audiência, Tadashi
Yorinore, alertou para a
importância das práticas
agronômicas e rotação de
culturas, assim como
maior participação e
eficiência da assistência
técnica no campo. “Nossa
agricultura está vulnerável
pela vulnerabilidade do
solo e dependência que
temos de produtos
importados. É importante
ser realista e, acima de
tudo, ter conhecimento do
assunto. Temos que
superar essas
deficiências”, destacou
Yorinore.
A Associação dos
Produtores de Soja e Milho
de Mato Grosso (Aprosoja)
apoia a instalação da CPI
do Fethab (Fundo Estadual
de Transportes e Habitação)
proposta pelo deputado
estadual Márcio Pandolfi
(PDT). “Esperamos que
esta Comissão Parlamentar,
que tem como objetivo
investigar a aplicação dos
recursos do Fethab,
esclareça à população do
estado onde e como estão
sendo aplicados os mais de
R$700 milhões arrecadados
somente neste ano por este
fundo”, observa Carlos
Fávaro, presidente da
entidade.
Este fundo, arrecadado
sobre a produção de soja,
algodão, boi, madeira e na
comercialização de óleo
diesel, é uma inovação
tributária única, só presente
no estado de Mato Grosso,
segundo a Aprosoja. “Não
somos contrários à sua
existência, mas entendemos
que o fundo deve se
destinar às finalidades
propostas originalmente na
data de sua criação:
investimentos em estradas e
financiamento de
habitações populares”,
acrescenta Fávaro.
Ele lembra que, ao
invés disso, o que se vê
atualmente é o total
descaso com as estradas
mato-grossenses, que em
muitos pontos do estado
chegam a ser intransitáveis,
causando muitos prejuízos,
dificuldade de locomoção,
insegurança e enormes
transtornos a toda a
sociedade.
“Considerando que
transparência e
responsabilidade nos gastos
públicos são
responsabilidade dos
gestores públicos, a
Aprosoja entende que o
governo estadual precisa vir
a público prestar contas
sobre a utilização dos
valores arrecadados pelo
Fethab, que claramente não
estão sendo investidos no
seu fim original”, conclui
Fávaro, pedindo o apoio
dos deputados estaduais
para implantar esta
comissão e oferecendo
apoio para acompanhá-la
e contribuir no que for
necessário.
milho safrinha do que
safra. O fator preocupante
é que não temos mercado
interno para este consumo
e as exportações ainda
são pequenas”, afirmou
durante o Circuito
Aprosoja em Tapurah. O
município produz milho
em uma área de 52,9 mil
hectares e soja em 165 mil
hectares.
O milho é plantado
na maioria dos países do
mundo, mas o maior
produtor são os Estados
Unidos, com 300 milhões
de toneladas. Em seguida
vem a China, com cerca
de 190 milhões de
toneladas, e o Brasil, com
73 milhões de toneladas.
As exportações ainda são
bastante baixas por este
fator, apenas 10% do que
é produzido no Brasil vai
para outros países. Os
maiores importadores são
Japão, México e Coreia
do Norte, e todos
compram menos de 10
milhões de toneladas.
E se a safra de milho
norte-americana for boa,
haverá uma produção de
970 milhões de toneladas
do grão, com consumo de
925 milhões de toneladas,
e essa conta pode afetar
fortemente os preços. “É
necessário que o mercado
interno consuma mais
milho e também que o
governo aja comprando a
produção para que o
preço não caia
significativamente”,
explicou.
O presidente da
Aprosoja, Carlos Fávaro,
durante reunião com o
ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento
(Mapa), Antônio Andrade,
propôs a realização de
leilões para garantir a
comercialização do milho
de Mato Grosso.
SOJ A
A soja continua sendo
a commodity mais
importante para os
produtores mato-
grossenses e brasileiros.
Neste ano, o Brasil passou
os norte-americanos na
produção da oleaginosa,
com 84 milhões de
toneladas. Devido à forte
seca nos Estados Unidos,
o país produziu 82
milhões de toneladas e a
Argentina vem em terceiro
lugar, com 52 milhões de
toneladas. “Se Mato
Grosso fosse um país,
seria o quarto maior
produtor de soja do
mundo”, disse Marcelo
Duarte.
Do total da produção
brasileira, 70% vão para a
China, nosso maior
consumidor. O executivo
chinês Lin Tan está
participando do Circuito
Aprosoja e mostrando aos
produtores por que seu
país é tão ávido pelo
grão.
O segundo vice-
presidente da Aprosoja na
região Norte, Silvésio de
Oliveira, acredita que é
importante ter informações
diretamente do cliente.
“Precisamos ficar atentos
para saber o que outros
produtores, de outros
países, e o nosso principal
cliente pensam sobre a
nossa produção e no que
podemos melhorar”,
afirmou. (Com Assessoria)
Pe l o s egundo ano con s e cu t i vo o B r a s i l va i p r odu z i r ma i s mi l ho s a f r i nha do que s a f r a
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