O ESPAÇO CELEBRADO
CUIABÁ, 16 A 22 DE MAIO DE 2013
MARÍLIA BEATRIZ *
Foi em fevereiro de 2011 que
escrevi prevendo a existência de
um espaço/abraço para a festa
da arte da cultura: “
No plano de
estar no mundo uma das
realidades que satisfaz o homem
enquanto ente de descobertas, de
inserção e de acolhimento
(expressão muito empregada por
Moema de F. Leite) é adentrar um
espaço em que fincando suas
marcas deita nele os seus signos
desejantes, as suas
particularidades e inscreve a sua
feição. O espaço é o meio em que
o ser espera, planta, hospeda,
cultiva e alimenta emoções, colhe
alegrias, espanta dores e vive sua
vida singular”.
Hoje venho celebrar o tempo
de existência da Casa do Parque,
local que abriga o exercício social
da arte e da cultura através das
exposições as mais variadas
mostrando toda gama dos
movimentos visuais, expressões
musicais, entre outras profícuas
manifestações. E lembro René
Clair, notável diretor de cinema,
que disse a respeito de espaços
criativos: “A arte que o cinema me
faz pensar é a arquitetura”. Quer
dizer, o cinema é projeção e o
espaço arquitetônico é lance de
luzes, isto é, outro tipo de
projeção. Transformações de
superfícies em interfaces. A Casa
do Parque com suas
GALERIA DA SECRETARIA DE ESTADO DE CULTURA DE MATO GROSSO
A Expo “Mulheres, à
frente de seu tempo” traz
preciosidades que estavam
guardadas no acervo da SEC.
São artistas escolhidas, e dentre
elas, sete vencedoras do prêmio
Salão Jovem Arte(até o ano de
2008 acontecia anualmente em
Cuiabá). Gosto muito da
diversidade de técnicas,
abordagens e temas. Um
panorama riquíssimo que prova
o quanto nossa produção
cultural trafega do naive ao
contemporâneo com
vivacidade. Na Galeria da
Secretaria de Estado de Cultura
até 24 de maio das 13h às
19h, de segunda a sexta.
Gratuito.
S u r p r e e n d e n t e ;
Cob r a s , f am í l i a s ,
f l o r e s e bac i a s . A
e x po s i ç ão Mu l h e r e s
à f r en t e do seu
Tempo ac e i t a
v i s i t a ç õe s e s c o l a r e s !
Estive na EXPOSIÇÃO
“RESIGNOS” de LUIS
SEGADAS e fiquei encantado.
Toda com videoarte, a obra
adota o formato de sítio
especifico. A expressão “sítio
específico” é para obras criadas
de acordo com o ambiente e
com um espaço determinado.
Esta exposição foi criada
especificamente para o
ARSENAL. Trata-se, em geral, de
trabalhos planejados – muitas
vezes fruto de convites – em
local certo, em que os elementos
esculturais dialogam com o meio
circundante, para o qual a obra
é elaborada. Em RESIGNOS há
riscos e ótimos acertos. É uma
briga pelas múltiplas imagens a
partir do foco no mínimo e
multiplicidade em mosaico
digital. Uma espécie de
desconstrução de peças que
conhecemos gerando outras e
mais outras. Incita montagens
visuais a partir de esculturas
populares como a ÁRVORE DOS
POVOS, de Vlademir Dias Pino
(na Praça 8 de Abril - Praça do
Choppão), provoca novos
arranjos de pinturas como a de
Almira Reuter e outras mais. É,
além de uma experiência visual,
um mergulho sonoro em que
composições do áudio de um
vídeo se relacionam com as do
outro. O visitante trafega pela
arte participatória criando
sombras e abrindo cortinas. Vi
crianças observando
atentamente este mundo onde o
pouco se faz infinito. Ainda que
bastante barroco, o sítio cria
uma experiência bastante
intimista com transparências e
delicadeza. Gostei muito e
quando voltei para prestar mais
atenção depois da abertura vi
uma exposição ainda mais
surpreendente. Leve seus filhos,
aponte detalhes, é uma
exposição inspiradora que não
pega atalho no decorativo.
Galeria de Artes até 27/06, 3ª a
6ª: 14h às 21h / sab. dom e
feriados: 16h às 20h - Gratuito
GALERIA DE ARTES DO SESC ARSENAL
Segada s p r ova que o D i abo v e s t e de t a l he s ,
r epe t i çõe s e i de i a s i n f i n i t a s .
LUIS SEGADAS
CULTURA
Por Luiz Marchetti
Luiz Marchetti é
cineasta cuiabano,
mestre em design em arte
midia, atuante na cultura de
Mato Grosso e é careca.
O be r ço da Cu l t u r a Cu i abana é i n s p i r ação da e x po s i ção de
Reg i s Gome s no Mu s eu da Ca i x a D’ Água Ve l ha .
O Instituto Brasileiro de
Museus (Ibram) apresenta até
sábado 18 de maio um
calendário com programações
em todos os Museus do Brasil.
Estive em várias exposições e
vejo que Mato Grosso participa
fortemente nestas atividades em
todos os nossos Museus. Até o
então abandonado Museu da
Caixa D’Água Velha voltou
forte, com três exposições!
Como todos os jornais exibem
a agenda nacional e estadual
dos MUSEUS, o seu semanário
CIRCUITO MATO GROSSO
pega a diagonal cultural e
mostra outra vitrine paralela: A
FORÇA DAS GALERIAS DE
ARTE. Em Cuiabá, certa
positividade produtiva volta ao
percurso turístico com ares
inovadores e algumas pesquisas
autorais por parte dos artistas e
dos gestores. Observem estas
dicas:
programações/projeções é por
direito a expressão significante de
interfaces. Há nela uma recepção
multiplicadora por conta do
caráter coletivo das mostras. A
mundanidade das obras expostas,
os olhares refletidos nelas dão
conta de que a representação do
espaço arquitetônico da Casa não
significa apenas um aspecto
pinçado do conjunto, mas
responde a todos os ângulos de
visão e/ou demais sentidos, de
tomadas, a todos os atores/
espectadores do templo/galeria/
espaço construído, enfim, do
grupo dos que captam (ao vivo) a
circulação do retrato/forma
edificada.
A verdadeira presença na
Casa do Parque para a reflexão
de todos nós é que a construção
de bom gosto não é apenas o
crivo diletante de uma camada
social, mas a resposta ao anseio
democrático dos que necessitam
da ordem de um templo.
Movimento sagrado do coração
do construtor (a) que, a parecença
de uma raiz, liga a diversidade
dos materiais, e que pressupõe
essa mesma diversidade para ser
una, duradoura e poderosa.
Com tais significações, a
Casa do Parque é a alternativa
auspiciosa e hospitaleira que não
esquece as diferenças, as
aspirações que devem conviver
harmoniosamente, e de que a
linguagem de um não é a
linguagem do outro. Parece que a
constatação das divergências neste
sítio foi até prova de alegria e
força. A força da criação constrói
templos cada vez mais amplos e é
o caso da Casa do Parque que
neste tempo de um ano passou
para o nosso carinhoso
pertencimento. Parabéns àqueles
(as) que cuidaram e cuidam da
Casa!
Manhã gostosa de maio
de 2013.
*professora adjunta da
UFMT e mestre em
Comunicação e Semiótica
(PUC/SP)
Benedito Nunes
Carlos Lopes
r
Elias de Paula
Gervani de Paula
a
Jonas Barros
Jo
B
Roberto de
RR
Almeida
AA
Guilherme Dicke
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e
h
e
ke
Clovis Irigaray
v
João Sebastião
Miguel Penha
Benedito Silva
B
l
Alessandra
A ss A
Mast rogiovani
Mast M
EXPOSIÇÃO TRÊS MEIA CINCO
Nesta quinta-feira, dia 16 de maio, A CASA DO PARQUE completa um ano de
aniversário com uma retrospectiva comemorativa, na qual o visitante poderá rever obras
do acervo da Casa. São peças isoladas das exposições que assinaram um ano de
conquista de público, fomento do mercado cultural e positividade para a nossa indústria
criativa. Venha comemorar estes TRÊS MEIA CINCO dias de pura pesquisa e prática
artística. Você é o convidado especial para a noite de abertura, às 19h. Entrada franca.
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