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CIRCUITOMATOGROSSO
PANORAMA
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G
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CUIABÁ, 6 A 12 DE FEVEREIRO DE 2014
SUÍNOS
Aumento de impostos preocupa
O aumento impacta o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS)
Rafaela Souza
Depois de passar por
três anos de crise
financeira, o setor de
suinocultura de Mato
Grosso começa a se
estabilizar, mas um
entrave fiscal pode
colocar o Estado em
desvantagem com outras
regiões em relação à
exportação. Isso porque
foi alterado em janeiro o
preço de pauta do suíno
vivo, passando de R$
2,64 para R$ 3,50.
O maior problema
apontado pela Associação
dos Criadores de Suínos
de Mato Grosso
(Acrismat) é que esse
aumento incide sobre o
Imposto sobre Circulação
de Mercadorias e sobre
prestação de Serviços
(ICMS). Por isso, para
tentar rever os valores, a
Associação enviou um
ofício à Secretaria de
Estado de Fazenda de
Mato Grosso (Sefaz-MT)
pedindo a redução do
imposto.
De acordo com o
presidente da Acrismat,
Paulo Cézar Lucion, o
REBANHO
Relação de troca diminui poder de compra dos pecuaristas
Valor da arroba do boi gordo valorizou apenas 0,06% emMato Grosso na semana passada
Da Redação
O poder de compra
do pecuarista em Mato
Grosso fica limitado
quando confrontado com
os custos da mão de
obra. Levantamento do
Instituto Mato-grossense
de Economia
Agropecuária (Imea)
aponta incremento de
74% no salário mínimo
(que agora vale R$ 724)
desde 2008, enquanto no
mesmo período a arroba
do boi cresceu pouco
mais de 33%.
Segundo o instituto,
esses dados demonstram
que o bovinocultor de
corte viu seu poder de
compra diminuir, pois no
ano de 2008 eram
necessárias 5,68 arrobas
para pagar um salário
mínimo, já em 2014 são
necessárias 7,44 arrobas
para pagar o salário
mínimo.
O valor da arroba do
boi gordo valorizou
apenas 0,06% em Mato
Grosso na semana
passada, em relação à
última. A constatação é
do Instituto, que no
boletim divulgado apontou
que o preço fechou a R$
97,44. A arroba da vaca
gorda também mostrou
estagnação, ao variar
negativamente 0,05%,
fechando a R$ 89,81.
valor cobrado
anteriormente era
considerado satisfatório, e
lembra também que
muitos produtores ainda
estão pagando pelos
Capacitação deve garantir qualidade sanitária do produto
Pequenos
produtores de suínos
e consumidores de
Cuiabá contarão
ainda este mês com
um programa que
promete regularizar a
comercialização da
carne em feiras
livres. De acordo
com o proj e to de
desenvolvimento da
suinocultura, o
objetivo é oferecer
capacitação para os
microempresários,
com i sso o deba t e
sobre ques tões de
defesa sanitária,
consumo e
comercialização deve
ser colocado em
pauta, além de
apresentar incentivos
a novos produtores .
De acordo com o
diretor executivo da
Acrismat, Custódio
Rodrigues, um dos
pontos fundamentais
para que se tenha
desenvolvimento nessa
área é a participação do
poder público, que
ajuda a organizar o
setor. “Esse programa
vem alicerçar uma
questão muito
importante que é a de
organização do setor.
Temos pequenos
produtores na área
rural de Cuiabá, e eles
precisam ser
capacitados,
especialmente com
relação à questão
sanitária. Precisamos
garantir que o alimento
que chega à população
seja de qualidade”,
explica o diretor.
O projeto que está
em elaboração passa
pela fase de
cadastramento dos
prejuízos da última crise.
“É compreensível a
alegação de que o valor de
mercado do suíno vivo
esteja atualmente em um
patamar satisfatório, não
podemos negar o aumento
no preço pago ao
suinocultor nos últimos
meses, mas é de suma
importância lembrar que o
mesmo enfrentou três
longos anos de profunda
crise, literalmente vivendo
no vermelho, com a
eliminação de matrizes,
consequente diminuição
do plantel, e alguns
produtores deixando a
atividade”, argumenta
Paulo César.
Um cálculo realizado
pela Associação aponta
que atualmente o valor do
quilo do suíno no Estado
está em R$ 3,25. Mas
com o preço de pauta em
R$ 3,50, somado aos 12%
da alíquota estadual (R$
0,42), chega-se ao valor
de R$ 3,92. Ainda
somam-se a isso outros
impostos e o frete, que
tem custos altos devido à
maior distância do Estado
para grandes centros de
consumo da carne, como
São Paulo, o que deixa os
produtos mato-grossenses
em ampla desvantagem de
preços.
Para fortalecer o
argumento, o presidente
da Acrismat ressalta a
importância do setor na
economia do Estado.
“Existem hoje 120 mil
matrizes no Estado e,
considerando que para
cada 15 delas o setor
ocupe um trabalhador
direto, a suinocultura gera
mais de 8 mil empregos
diretos e outros quase 30
mil indiretos”, diz.
suinocultores e
identificação dos
principais problemas de
ordem sanitária,
convidando-os para um
processo de
qualificação através de
cur sos .
O objetivo é criar,
com esse cadas t ro, um
controle das
propriedades
localizadas próximo à
capital, e assim
disponibilizar para os
pequenos produtores
um cronograma de
adequação aos
requisitos previstos na
legislação para
questões sanitárias, de
saúde animal e de meio
ambiente, em especial.
Além das feiras
l ivres , os mercados do
Porto, Miguel Sutil e
do Verdão também
devem receber ações do
programa. “Nós
iremos, dentro deste
plano, estabelecer
mecanismos de
controle de
comercialização
para que os
produtos estejam de
acordo com as
regras de vigilância
sanitária”, explicou
o diretor de
Agricultura e
Abastecimento da
Secretaria de
Trabalho e
Desenvolvimento
Econômico de
Cuiabá, Jilson
Francisco.
O projeto é uma
parceria entre a
Acrismat e a
Secretaria de
Trabalho e
Desenvolvimento
Econômico de
Cuiabá.
Com mais de 120 mil matrizes, suinocultura gera mais de 8 mil empregos diretos e outros 30 mil indiretos
Custódio Rodrigues, diretor executivo daAcrismat, afirma que
a prioridade é oferecer alimentos de boa qualidade à população
Desde 2008, arroba do boi gordo cresceu menos da metade do que o salário mínimo, segundo IMEA
Fotos: Divulgação
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