EDIÇÃO IMPRESSA - 474 - page 18

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 6 A 12 DE FEVEREIRO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
I n f o : ( 6 5 ) 3 3 6 5 - 4 7 8 9
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
AQUELE BEIJO
DIVADOSSALÕES
Quando passamos pela Rua
Doutor JoaquimMurtinho, no
Centro Histórico da Capital, nos
vem à lembrança esse ilustre
cuiabano que foi destaque no
governo de Campos Salles, nos
anos de 1899 a 1902. A
cuiabaníssima Laurinda dos Santos
Lobo, nascida emCuiabá, criada no
Rio de Janeiro, sobrinha de Joaquim
Murtinho, era uma empresária de
sucesso e herdeira da companhia
Matte-Laranjeira, sendo referência
da elegância na época, considerada
uma das mulheres ricas pela
enorme fortuna que possuía,
presença obrigatória nos salões
cariocas. Era também conhecida
como a Diva dos Salões da então
capital do Brasil. Em sua mansão,
no bairro de Santa Teresa,
circulavam as grandes expressões
dos mais notáveis intelectuais
brasileiros e estrangeiros de quase
todo o mundo. Sua residência
tornou-se símbolo de bom gosto e
exuberância da época.Acuiabana
participava em diversos segmentos,
tanto social quanto político,
empresarial, industrial, e ainda havia
tempo para lutar em defesa da
mulher. Tornou-se presidente do
Conselho da FederaçãoBrasileira
para o Progresso Feminino no final
de 1927 e lá desempenhou suas
funções commaestria, realçada pela
fundamental participação à frente da
luta em defesa da mulher contra a
agressividade masculina, e pelos
direitos das mulheres brasileiras.
Infelizmente ela hoje é lembrada no
país apenas como grande anfitriã
dos salões cariocas do início do
século passado. Para os cuiabanos
que vão ao Rio fica uma sugestão: o
palacete que herdou de seu tio e
onde viveu foi transformado no
Parque das Ruínas e a sua primeira
residência é hoje o Centro Cultural
Laurinda Santos Lobo, ambos
localizados no bairro de Santa
Teresa. Cuiabá, berço de pessoas
que fazem história e que continuam
sendo lembradas nos quatro cantos
do país.
CUIABÁÉUMAFESTA
A cidade vive dos que nela
vivem, já dizia o saudoso jornalista
Alves de Oliveira, na sua tradicional
“Crônica domeio-dia” na RádioA
Voz do Oeste, que era em frente à
Praça Ipiranga.Aagenda da cidade
considerada “Cuiabá Festeira” já
começa nos embalos religiosos com
o “AlmoçoCuiabano”, promovido
pelos festeiros do Divino Espírito
Santo, dia 16 naAmam. Outro
evento bem concorrido é o da
protetora dos endividados, Santa
Edwirges: o almoço será “Bifão na
Chapa”, dia 23 no salão paroquial
da igreja.Acontece também no mês
de março a Feijoada de São
Benedito, evento este promovido
pelos festeiros do Santo Festeiro da
Cidade Verde. Já nos quatro
costados da cuiabania, as tão
esperadas batidas dos sinos da
Catedral do Senhor Bom Jesus de
Cuiabá – os relógios funcionando,
anunciando a hora certa para a
SantaMissa.Ainauguração
acontece dia 23, domingo, às 9
horas, com uma Missa Solene. Esta
Cuiabá festeira, terra dos mestres
da educação como Isabel Campos,
Dunga Rodrigues,Aline Tocantins,
Guilhermina Figueiredo,Maria
Dimpina PintoDuarte ,Ana Luzia
de Figueiredo, Jaíra Cuiabano,
TuticaOliveira,AnaMaria do
Couto,Ady Figueiredo deMattos,
Professora Joaquina Cerqueira
Caldas, etc. Elas viamCuiabá como
terra de cidadãos intelectuais e uma
CidadeVerdemais festeira e
fraterna.
BEIJODAMESMAESPÉCIE
O último capítulo da novela
“Amor àVida” mexeu com diversos
segmentos da sociedade, por causa
deste amor que brotou dos
personagens Félix (Mateus Solano)
e Niko (Thiago Fragoso). Marcou a
história da televisão brasileira com a
cena do primeiro beijo entre
pessoas do mesmo sexo. Isto foi
bom para despertar as famílias
brasileiras que duvidamque não há
um “ponto e vírgula” dentro da sua
própria família. Esta liberdade de
um amor sem preconceito fez
muitos enrustidos saírem do
guarda-roupa e abrir a janela para as
famílias passarem a valorizar as
frutinhas dentro da sua casa que
precisam amadurecer commais
compreensão e amor.
MELHOR REMÉDIO
Por José Augusto Filho
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de
programas de
variedades
Pelos poderes de Roberto
Marinho e Nossa Senhora da
Teledramaturgia, depois de
mais de 50 anos de TV no
Brasil, saiu o primeiro beijo
gay na novela das oito. O
primeiro beijo na TV brasileira
aconteceu em 1951,
protagonizado pela atriz Vida
Alves e o ator/diretor Walter
Forster na novela “Sua vida
me pertence”, e foi ela
também que 1964
protagonizou o primeiro beijo
gay no teleteatro “A Calúnia”,
com a atriz Geórgia Gomide.
Muita água passou por baixo
dessa ponte até a todo-
poderosa “Vênus Platinada” se
render ao universo gay e
admitir que casais gays são
tão normais e naturais quanto
os casais heteros e que se
beijam. Porque até então,
quando se mostrava um casal
gay na televisão, eles se
abraçavam, se acariciavam,
trocavam olhares, mas beijo
não podia, não era permitido:
eram assexuados.
Mas esse dia chegou para
desgosto de Edir Macedo,
Silas Malafaia e Marcos
Feliciano: “Que se quebrem
todos os aparelhos de TV do
Brasil, máquina de Satanás,
engenhoca do demônio...”,
gritavam desesperados. Mas
não adianta gritar, espernear,
porque já beijou e beijou
duro, e não doeu nada. Não
tivemos nenhuma notícia de
infarto fulminante, AVC ou
espasmos em nenhum
telespectador de norte a sul
do país, tudo seguiu
tranquilo como se nada
tivesse acontecido. Mas
aconteceu, o gay parou de
ser assexuado na TV, o beijo
gay protagonizado por
Mateus Solano e Thiago
Fragoso mostrou que gays
trocam carinhos e que o
amor entre dois homens ou
duas mulheres é tão normal
quanto entre os
heterossexuais. E assim
vamos derrubando tabus e
diminuindo o preconceito, e
que vivamos todos em
harmonia!
E pra finalizar tem aquela
piadinha da princesa que
encontra um sapo pelo
caminho e o sapo lhe diz que
se ela o beijar ele se
transformará em um lindo
príncipe. A princesa o olha
nos olhos, pensa, pensa e diz:
“Queridinho, se eu tenho um
sapo que fala, pra que eu vou
querer um príncipe?”. Então,
fica a dica: se você já
encontrou o seu sapinho, dê-
se por contente.
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