EDIÇÃO IMPRESSA - 474 - page 17

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 6 A 12 DE FEVEREIRO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 5
Rosemar Coenga é
doutor em Teoria Literária e
apaixonado pela literatura de
Monteiro Lobato
ALA JOVEM
Por Rosemar Coenga
ANDERSEN, UMDINAMARQUÊS
Hans Christian Andersen
(Odense, 2 de abril de 1805 -
Copenhague, 4 de agosto de 1875) foi
um escritor dinamarquês de histórias
infantis. Andersen era filho de um
sapateiro, o que o levou a ter
dificuldades para se educar. No
entanto, seus ensaios poéticos e o
conto “Criança Moribunda”
garantiram-lhe um lugar no Instituto
de Copenhague. Escreveu peças de
teatro, canções patrióticas, contos,
histórias e, principalmente, contos de
fadas, pelos quais é mundialmente
conhecido.
Entre os contos de Andersen
destacam-se:
O Patinho Feio
,
A
caixinha de surpresas, Os sapatinhos
vermelhos, O pequeno Claúdio e o
grande Cláudio, O soldadinho de
chumbo, A pequena sereia, A roupa
nova do imperador, A pequena
vendedora de fósforos,
dentre outros.
Duas excelentes publicações
trazem novamente Andersen para
minha estante: textos integrais em
traduções literárias realizadas
diretamente do dinamarquês!
O perseverante soldadinho de
chumbo,
com o cuidadoso texto de
Tabajara Ruas e as ilustrações de
Jandira Lorenz (Barca dos Livros e
Peirópolis, 2011). O projeto gráfico
cria um livro cheio de molduras, ora
caixa de brinquedos, ora uma caixa
como os palcos de teatro, encenando a
primeira história de Hans Christian: um
conto de 1838, a respeito de um
apaixonado herói e da bailarina que o
soldadinho imagina ser como ele, pois
sempre vê a leve sílfide equilibrando-
se em uma única perna na ponta do pé.
Mas um vento maldoso, ou seria a
artimanha de um duende enciumado,
sopra a tragédia entre os dois
corações...
Com a seleção e aquarelas de
Lisbeth Zwerger, o volume
Os
pequenos verdes e outras história
s
apresenta onze contos na tradução de
Kristin Lie Garrubo (Berlendis &
Vertecchia, 2010). É uma generosa
introdução ao melancólico e
suavemente colorido universo de
Andersen, onde habitam João Pestana,
Polergarzinha, A menina dos fósforos,
o rouxinol que encantou o imperador
da China e tantos outros personagens
mágicos, comoventes, eternos em
nossa própria afeição...
Caio Porto Moussalem é
cinéfilo profissional... e sociólogo
nas horas vagas.
ARTE NÚMERO 7
Por Caio Porto Moussalem
AMENINAQUE ROUBAVALIVROS
A Menina Que Roubava Livros
é
uma adaptação do livro homônimo do
escritor australiano Markus Zusak. O
filme conta a história de uma garota
alemã que vivencia as agruras do
Nazismo e da Segunda Guerra
Mundial. O tema é muito recorrente
em Hollywood, mas a originalidade
desse filme reside no fato da narrativa
se desenvolver com uma maior – e
rara – inocência e através do olhar de
uma criança.
Liesel (Sophie Nélisse) foi
abandonada pela mãe após a morte de
seu irmão mais novo e entregue aos
cuidados de Rosa (Emily Watson) e
Hans (Geoffrey Rush). Ela nutre uma
forte paixão por livros mesmo sem
saber ler, mas Hans passa a ensiná-la.
Quando o cerco contra os Judeus se
aperta na Alemanha Nazista, Max – o
filho de um grande amigo judeu de
Hans – pede para se esconder na casa
deles e uma nova e sincera amizade
nasce entre Liesel e novo visitante.
A partir daí, não demora muito
para compreendermos que, em breve,
a vida da garota será engolida pela
tragédia assombrosa da Segunda
Guerra Mundial, mas é a conclusão
‘impaciente’ dessa premissa que faz
com que narrativa perca força. Esse
final apressado não condiz com a
intensidade de todo o envolvimento
criado durante o filme.
As atuações são precisas e
deliciosas, com destaque para a jovem
Sophie Nélisse e o sempre inspirado
Geoffrey Rush. Mas o ponto alto
dessa história é mesmo o
desenvolvimento de seus maravilhosos
personagens que esbanjam leveza,
sinceridade e humor em uma história
tão densa e hedionda, que o autor
escolheu a morte ‘em pessoa’ para ser
a narradora.
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