CIRCUITOMATOGROSSO
PANORAMA
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CUIABÁ, 1 A 7 DE AGOSTO DE 2013
MISSÃO EMPRESARIAL
Relações são estreitadas durante eventos como a Canton Fair, que reúnem homens de negócios do mundo todo.
Por Diego Frederici. Foto: Reprodução
China consome 60% das exportações
A China é responsável
por consumir 60% de tudo
o que Mato Grosso
exporta, segundo a
coordenadora do Centro
Internacional de Negócios
da Federação das
Indústrias no Estado de
Mato Grosso (Fiemt),
Gabriela Fontes.
Para ela, a China é
um dos grandes parceiros
estratégicos do Brasil. Por
isso, a Fiemt organizou a
Missão Empresarial
Brasileira à China, que
tem como principal
objetivo oferecer a
Prospecção de Negócios
(que é o primeiro contato
com um potencial cliente),
na Canton Fair, a maior
feira comercial da China,
que acontece duas vezes
ao ano, em abril e
outubro. Segundo ela, as
expectativas são
promissoras.
“A Canton Fair é uma
grande oportunidade de
prospecção de negócios,
onde os empresários
podem ter seus primeiros
contatos com potenciais
clientes, troca de cartões
de contato, etc., e ela é
muito demandada. Aqui
no Estado de Mato
Grosso, os principais
empreendedores que
podem se beneficiar dessa
oportunidade são os da
construção civil, além dos
donos de indústrias,
ALGODÃO
Redução de safra e colheita tardia
Produção do algodão em caroço pode chegar a 1,79 milhão de toneladas, dando uma previsão de queda na colheita de 34% em
comparação com o ano passado. Por: Mayla Miranda. Fotos: Divulgação
Bastante atrasada, a
colheita do algodão
atingiu cerca de 30% dos
452,3 mil hectares
cultivados no estado. A
redução de quase 40% na
área plantada em Mato
Grosso provocou
mudanças nos preços. A
comercialização da pluma,
que chegou a valores
abaixo do esperado pelos
produtores no ano
passado, acarretou a
queda de área plantada
da cultura no estado e,
consequentemente, uma
menor oferta do produto,
elevando seu valor. Neste
ano, o valor médio de
comercialização da arroba
da pluma chega a R$
70,00 contra R$ 42,00 do
ano passado. A expectativa
dos produtores é de
melhoria e manutenção de
valores mais atrativos para
a comercialização, que
devem continuar a subir
por conta da baixa oferta
do produto.
Outro ponto bastante
abordado pelos produtores
para justificar a redução
da área plantada é o custo
médio da produção que,
de acordo com o Instituto
Mato-grossense de
Produtores reclamam de
abandono
A decisão radical dos produtores de diminuir a
área do plantio também veio para alertar os gestores
públicos sobre as dificuldades na produção,
transporte e negociação da safra enfrentadas pelos
produtores mato-grossenses. Foi o caso de Arilton
Redi, produtor de Lucas do Rio Verde, que diminuiu
em mais de 40% a área plantada de algodão em
sua fazenda.
“A produção do algodão é algo bastante caro se
comparado a outras culturas e, ainda, nós acabamos
sofrendo com a falta da estrutura, como boas
estradas, insumos caros e frete altíssimo. Desta forma,
acaba ficando inviável continuar com o algodão”,
alerta o produtor.
Ainda de acordo com Arilton, os estados vizinhos
estão ganhando nos valores, principalmente para a
exportação, por ter um custo bem mais baixo e
incentivo de produção. Desta forma, a concorrência
acaba ficando desleal para os produtores do estado.
“Na minha fazenda está meio inviável voltar a
plantar 100% de algodão, mesmo com a valorização
da arroba. Eu tenho conversado com outros
produtores que também se dizem bastante
desanimados em relação à cultura no estado”,
afirma o produtor, destacando ainda que não há
nenhuma linha de crédito para o custeio da
produção.
interessados em
maquinários”, diz ela.
A Canton Fair já está
em sua 114ª edição e
não conta apenas com
empresários chineses. De
acordo com Gabriela, a
Missão Empresarial tem
como foco o evento, que
reúne homens de negócios
do mundo todo, mas há
também facilitação, por
meio da Fiemt, no acesso
aos empresários chineses.
Porém, segundo Gabriela,
não há qualquer
intermediação de
negócios feita pela
entidade.
“Para nós, a missão
já virou tradicional. Essa
também é uma política da
Confederação Nacional
das Indústrias (CNI), que
agrega as Federações
Regionais, como a Fiemt.
Temos a proposta de
facilitar os negócios,
colocando os empresários
em contato uns com os
outros. Houve casos em
que dois empreendedores
nossos se juntaram para
fechar um único container,
pois sozinhos não
conseguiriam. Mas a parte
da negociação fica
totalmente a cargo dos
interessados. Fechar ou
não um negócio é parte
da habilidade dos
empreendedores”,
pondera ela.
Dados do Ministério
do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio
Exterior apontam que no
período de janeiro a maio
de 2013 mais de R$ 7
bilhões saíram de Mato
Grosso, um aumento de
18% em relação ao
mesmo período de 2012,
quando foram negociados
R$ 5,9 bilhões. A China
foi o principal cliente do
Estado, seguida por
Holanda, Coreia do Sul,
Japão, Venezuela e
Taiwan.
Gabriela fala que o
estigma de “copiões”, ou
seja, de fabricantes que
utilizam engenharia
reversa para fazer
produtos já patenteados
por outras empresas, a um
custo menor, está se
desligando da imagem da
China. Para a
coordenadora
internacional de Negócios,
os empresários brasileiros
admiram o poder de
negociação que seus
colegas asiáticos possuem,
aliado a tecnologia e
logística.
“O modelo de gestão
de negócios chineses
precisa ser aperfeiçoado.
Mas os brasileiros ficam
fascinados com a
habilidade dos
negociantes do país
asiático. Além disso, eles
não têm mais aquela
imagem de ‘copiões’, da
engenharia reversa.
Por isso, otimizamos
a viagem para que as
pessoas interessadas em
fazer negócios conheçam
não só os empresários da
feira, mas também os
que também estão fora
dela”.
Economia Agropecuária
(Imea), subiu em média
15% neste ciclo. Desta
forma, para produzir um
hectare, o gasto pode
chegar a R$ 6 mil. Com a
queda de 4% na produção,
a colheita deste ano deve
ficar em torno de 620 mil
toneladas de pluma em
Mato Grosso.
“Para nós, produtores
mato-grossenses, o
importante é não perder o
foco na qualidade da fibra
e continuar atendendo bem
a clientela já conquistada,
seja ela a indústria têxtil
nacional ou
os compradores
estrangeiros”, afirma Milton
Garbugio, presidente da
Associação Mato-Grossense
dos Produtores de Algodão
(Ampa) no biênio 2013/14
e produtor de algodão na
região de Campo Verde (a
cerca de 130 km de
Cuiabá).
Mato Grosso está
consolidado hoje como o
maior fornecedor de
pluma brasileira. De
acordo com o
último Levantamento de
Safra da Companhia
Nacional de Abastecimento
(Conab), divulgado em 9
de julho passado, mesmo
com os problemas
inerentes à cultura
algodoeira (ataques de
lagartas, bicudo e mosca
branca, dentre outras
pragas), os produtores
mato-grossenses estão
mais animados em relação
à próxima safra, diante
das perspectivas de
recuperação das cotações
internacionais da pluma.
“A Ampa iniciou em
junho passado a consulta
aos produtores, que será
feita regularmente até o
final do plantio (fevereiro
de 2014) e, até agora,
estimamos um aumento de
aproximadamente 26% na
área plantada”, afirma
Milton Garbugio.
Cerca de 50% de toda
a pluma de algodão
produzida em Mato Grosso
é exportada e o restante da
produção é direcionado à
indústria têxtil.
Somente em 2012, o
Brasil exportou pouco mais
de 1 milhão de toneladas
de pluma, sendo que Mato
Grosso contribuiu com
aproximadamente 50%
desse total (553.691
toneladas). Em 2013, até
maio, o país exportou mais
de 211 mil t (Mato Grosso
respondeu por quase 141
mil t desse total). Os
maiores compradores da
pluma brasileira este ano
foram Coreia do Sul,
Indonésia, China,
Paquistão e Tailândia.
A produção do
estado está dividida entre
sete núcleos regionais, de
acordo com a Ampa: Sul,
Centro, Centro-Leste,
Médio-Norte, Centro-
Norte, Norte e Noroeste.
Alguns municípios são
tradicionais produtores de
algodão, como Campo
Verde, Primavera do Leste
e toda a região da Serra
da Petrovina. Porém, na
safra 2012/13, o
município de Sapezal
(situado a cerca de 480
km a noroeste de
Cuiabá) foi detentor da
maior área plantada de
algodão (71.595 ha).
Can t on Fa i r em ago s t o de v e amp l i a r a i nda ma i s
o s negóc i o s en t r e Ma t o Gr o s s o e Ch i na
Gr upo de emp r e s á r i o s b r a s i l e i r o s j á
e s t á na Ch i na em bu s ca de nova s pa r c e r i a s
P r e s i d e n t e da A s s o c i a ç ão Ma t o -Gr o s s e n s e do s
P r odu t o r e s d e A l godão , Mi l t on Ga r bug i o
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