CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 1 A 7 DE AGOSTO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 7
PARALELO 15
Por Bolívar Figueiredo
CAMINHOS DA CHAPADA - DOS PRÉ-HISTÓRICOS COLETORES AOS ILUMINISTAS
BolívarFigueiredoé jornalistae
artistaplásticoformadoemBrasília,militante
verde e fundador nacional do PV,
sagitariano, calango do cerrado e
assuntadordefatosevarredordepalavras.
Clóvis é historiador e
Papai Noel nas horas vagas
INCLUSÃO LITERÁRIA
Por Clóvis Mattos
SEGUIRADIANTE...
Os caminhos da
Chapada dos
Guimarães remontam
à Pré-História. E nesta
movimentação
inerente ao ser
humano estava a
sobrevivência, a
fixação do homem
nômade, os coletores
em busca de
alimentos, depois as
riquezas dos
minerais – ouro e
diamante do Brasil
colonial, e o ciclo
da cana-de-açúcar.
As expedições
naturalistas e
científicas de
Langsdorff e Luiz
D’Alincourt (século
XIX). E depois, na
era Vargas e de
Juscelino Kubitschek,
as trilhas da
interiorização do
Brasil, com Marechal
Rondon e a epopeia
da Coluna Prestes, a
ocupação
geopolítica.
O chapadão de
serra acima e abaixo
está localizado sobre
uma das mais
antigas placas
tectônicas do
planeta, e é o
“nariz” do Planalto
Central Brasileiro,
reúne em sua
paisagem geológica
a multifacetada
“pele” de nosso
planeta. Cenário
que vai desde 500
milhões de anos –
quando uma grande
camada de gelo
cobria a região. Há
300 milhões de anos,
quando era fundo de
mar. Segundo
cientistas, há 150
milhões, o mar virou
sertão, e cedeu lugar
a um deserto. E há
64 milhões de anos o
quadro paisagístico
passou a uma densa
vegetação que servia
de alimentos aos
animais pré-
históricos, os
Dinos
,
sendo que os fósseis
são encontrados no
distrito da Água Fria.
O corte radical na
paisagem ocorreu
com o surgimento
da Cordilheira dos
Andes, com o
afundamento da
região da Planície
Pantaneira, criando
então a borda-
nariz da Chapada
com uma diferença
de altura vertical de
mais de 350 metros,
isto há 15 milhões
de anos. Todo este
passado geológico
pode ser
comprovado nas
dunas dos antigos
desertos,
preservados pelo
arenito da região
do Portão do
Inferno, e nas
inscrições pré-
históricas rabiscadas
nos cerca de 46
sítios arqueológicos
cadastrados pelo
Iphan, na região da
Chapada dos
Guimarães.
Temos até trilhas
incas que passam
pela região do
chapadão que liga a
América Central
cruzando a
Cordilheira dos
Andes ao planalto
central, cortando por
cima o país, de
noroeste a sudeste.
Daí vem a tese de
que os incas
migraram pelas
cordilheiras,
passando pelo
Paralelo 15.
Nas trilhas
históricas da
Chapada colonial,
temos os caminhos
dos Bandeirantes,
que vieram de São
Paulo utilizando as
“estradas das
águas”, e entre
1672 e
1682ancoraram na
barra do rio Coxipó-
Mirim e seguiram pelo
morro de São Jerônimo,
que constituiu uma das
principais referências
geográficas para os
Bandeirantes e
expedições científicas
do século XIX. São
Jerônimo, este nome,
por ser o santo protetor
das tempestades, e
para os índios Bororos,
era o Bokodoriri, que
significa Tatu-Canastra.
Na procura do ouro, os
Bandeirantes utilizaram,
nos trechos entre
Cuiabá e as nascentes
do rio Coxipó-Mirim,
na região da Chapada
dos Guimarães, índios
como batedores e
intérpretes, e estes já
conheciam trilhas que
foram anteriores aos
Bandeirantes. Entõ, meu
espaço acabou, na
próxima semana, darei
um zoom nas trilhas
cientificas que por aqui
passaram. Saravá.
Amém! Até a trilha que
vem.
Mi r i an Ma r c l ay Me l o
Via-se mais como um
espectador de um recital
enigmático feito em prosa
lírica do que como um eu
guardado e
emoldurado...
Quanto de si ainda
era fruto do passado,
quanto era o desejo de se
tornar algo que ainda
não tinha...? Entre os
breves momentos em que
se sabia mais ser do que
ter, nessa transitoriedade,
ordenava-se pelos
pequenos fragmentos do
dia.
Uma estrada que
mais tarde viria, o vinho
que beberia, o sono no
leito eleito. Ainda assim
tomava certas formas
mitológicas internamente,
sem transparecer
ausências.
Parou de se cobrar
resultados a longo tempo.
Ficou evidente demais
saber do amanhã quando
o desfecho do hoje ainda
não foi escrito!
É tão inverídico
planejar, viver
restrições que na
realidade são reflexos
sociais, quando aquilo
que realmente nos dá
paz é simples. O eu, o
tu, o nós, essa voz que
arrebata chamada
consciência não pode
ser moldada como se
fôssemos produtos
fabricados em larga
escala.
Nesse palco em que
nem sempre a sinceridade
pauta os atos, em que o
status é exacerbado a
essência única de cada
um transbordou-me a
forma pronta e reordenei
espaços.
Não, não mudara o
estilo do meu
pensamento, apenas
verteu uma escrita que
passou a ser livre, sem
máscaras metafóricas
além do necessário.
A alma passou a ser
soberana até das
dúvidas, porque as
certezas não traziam
tranquilidade. A
brevidade de tudo é clara
e não assusta. A
impossibilidade de
mudar, para melhor ou
para pior, sempre foi o
maior pesadelo, o entrave
no processo de evoluir.
Aquilo que parecia
ser clichê – de que as
pessoas são o que são –
continuava a provar-se
ser clichê.
Cada coisa tem seu
lugar no espaço apenas
por um tempo. Para que
perpetue o seu valor e seu
reconhecimento precisa
desconstruir-se, reparar
falhas, falas...
De tudo que habita o
ser, da mística velada, da
moral, a ideia de
plenitude temporal do
agora deveria ser uma
constante, sem
imaturidades ou impulsos
incoerentes.
Mudar nem sempre é
melhorar, ainda que às
vezes sejam processos
idênticos em suas causas
e efeitos, o fato é que
nada permanece
inalterado quando
verdadeiramente
passamos a conhecer a
nós mesmos.
Mi r i an Ma r c l ay Me l o
Advogada , poe t a ,
ap r ec i ado r a das a r t es
que ed i f i quem a a lma .
Twi t t er :
@Mi r i anMa r c l a y