CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 1 A 7 DE AGOSTO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
PPor Carlinhos Alves Corrêa r
Carlinhos é jornalista
e colunista social
Info: (65) 3365-4789
Rosemar Coenga é
doutor em Teoria Literária e
apaixonado pela literatura de
Monteiro Lobato
ALA JOVEM
PPor Rosemar Coenga
o
MEMÓRIAS DE MENINO: POESIA E NOSTALGIA
CORTE DO BOLO
Se o aniversário dos 250 anos de
Cuiabá foi com tanta fartura, quanto mais
o dos 300 anos que já está quase batendo
às portas do solo cuiabano. Naquela
época, a solenidade constou de
hasteamento das bandeiras de todos os
países da América do Sul e de todos os
Estados brasileiros, sob a coordenação de
José Rabelo Leite. Houve o descerramento
da cobertura do bolo de parabéns à eterna
Capital de Mato Grosso, representando o
Centro Geodésico da América do Sul. As
incansáveis boleiras das épocas famosas
pela sua gastronomia, Elza Biancardini e
Telé Vieira, davam um toque de classe
especial no confeitamento do bolo. No
corte do tão esperado bolo, os sapos
ficaram de longe espiando o acontecimento
na Praça Alencastro. Presentes no corte do
bolo de 250 anos de Cuiabá: ex-
governador Pedro Pedrossian, primeira-
dama Sra. Maria Aparecida Pedrossian,
prefeito de Cuiabá, Bento Machado Lobo,
primeira-dama de Cuiabá, Marta Lobo,
presidente da Assembleia, deputado Renê
Barbour, Rainha dos 250 anos, Márcia da
Costa Pereira, a Miss Mato Grosso Sandra
Butakka, políticos, empresários, autoridades
e a sociedade em geral cantaram parabéns
a Cuiabá. Cuiabá se prepara para os seus
300 anos de fundação, fato que marcará a
história da vida da cidade de todos os
cuiabanos de nascimento e de coração.
LEMBRADAS PRIMEIRAS-DAMAS
Cada primeira-dama do Estado marcou
a administração pública com inteligência,
simplicidade, humildade, elegância, trabalho,
muitas vezes quebrando o protocolo como
esposa do governador. A beleza de D. Maria
Aparecida Pedrossian ofuscava a todas, a
elegância e a educação de D. Maria de
Lourdes Fragelli causavam grande
admiração, a inteligência de criação de D.
Maria Lygia de Borges Garcia deixou marcas
no Estado, na criação da Casa do Artesão, e
do Centro de Reabilitação Dom Aquino
Corrêa, D. Darcy Leite de Barros, generosa
com os pobres, D. Ione de Azevedo Campos,
dama dos humildes, profª Isabel Coelho Pinto
de Campos, a sábia, voltada para a
educação, criou várias ações sociais,
principalmente ensinando os mais humildes a
pescar, D. Aparecida Maria Borges Bezerra
(Teté Bezerra) humanizou a extinta Prosol, D.
Lucimar Sacre de Campos, um marco de
elegância e idealizadora de eventos voltados
para o social, D. Thelma Pimentel Oliveira
participativa no social, grande marqueteira
política, e a atual primeira-dama Roseli
Barbosa, atuante e simpática, considerada
como Dama do Povo. Essas são as primeiras-
damas do Estado que deixaram marcas e
que são lembradas até hoje, e convivi com
todas.
VALETE É UMA MARCA
Dificilmente uma primeira-dama do
Estado ou do município ou da capital sempre
teve ao seu lado um valete como companhia
ou assessor. Este valete é um profissional que
tem uma visão ampla de planejar, executar
qualquer situação e dar solução. O valete
está presente em quase todo o mundo,
sempre ao lado de uma mulher famosa,
inteligente e que é notícia. Tiro isso por mim
que já fui valete de muita gente famosa, na
época que corria solto o preconceito na
capital, mas dei a volta por cima e tenho
certeza que marquei muitas das quais
acompanhei. A capacidade de criar, de
imaginar, de ser valete está presente no seu
desempenho de transformar e conquistar o
respeito. Toda mulher pública precisa sempre
de orientação de um valete; além de ser um
profissional gabaritado, transforma totalmente
a mulher numa boa consultoria de imagem.
Esse profissional antigamente era bem visto
pela sociedade tradicional.
UMA NOVA ESPERANÇA
As aparições do Papa Francisco em solo
brasileiro demonstraram que realmente a
humildade e a simplicidade são o ponto alto
para chegar a Deus. As suas palavras
transparentes tocaram nos corações
endurecidos e gananciosos da humildade. A
sua reflexão sobre a Igreja é ir pra rua fazer o
corpo a corpo com o povo, levando a
palavra de Deus. Os homens que pregam o
evangelho não devem ficar numa redoma,
caso contrário a Igreja vai se transformar
numa ONG, como muitas igrejas espalhadas
em quase todos os bairros da capital,
principalmente da periferia.
Sua fala tocou no eu espiritual de muita
gente: corrupção, ganância pelo dinheiro,
poder dos políticos, enriquecimento ilícito,
gente se esquecendo de olhar os jovens e os
velhos com mais amor e respeito ao próximo.
Esperança de que toda essa demonstração
de humildade do Papa Francisco toque nos
corações de muitas pessoas que pregam a
palavra de Deus, principalmente em nossa
capital, que seguem o evangelho de Jesus
segundo o espiritismo.
Ondjaki nasceu em Luanda, em
1977. É romancista, contista e às
vezes poeta. De sua obra, podemos
citar:
Actu sanguíneu
(2000) e
prendisajens com o xão
(2002), livros
de poemas; temos também os
romances
Bom dia camaradas
(2003)
e
Quantas madrugadas tem a noite
(2004), os contos de
E se amanhã o
medo
(2005) e a novela
O
assobiador
(2002), entre outros
títulos.
Ondjaki, mostra-se como um
prosador de rara sensibilidade, apto
a enredar o leitor ao mesmo tempo
em que revela traços marcantes de
seu espaço social, sem esquecer o
diálogo com a já rica tradição
literáriade seu país.
Em
Os da minha rua
(2007),
publicado pela Editora Língua Geral,
pretende dar a conhecer aos leitores
brasileiros vozes novas, ou ainda
pouco conhecidas, algumas geradas
aqui e outras vindas de outros
continentes. Vozes que permitem
vislumbrar o testemunho da vitalidade
das culturas de língua portuguesa.
Ondjaki, na coletânea de 22
contos curtos de
Os da minha rua,
busca reconstituir num misto poético o
universo de sua infância. O narrador-
menino nos fala livremente dos
companheiros de brinquedo, da vida
escolar com os professores cubanos,
da vida familiar; por outro lado,
também nos fala dos problemas de
abastecimento ligados ao
desempenho do regime econômico
adotado, da destruição da guerra, da
presença de uma indústria cultural,
especialmente a brasileira, que marca
indelevelmente a experiência.
O conto
Palavras para o velho
abacateiro
vai tratar do momento em
que os pais de Ndalu o autorizam a
sair de casa e ir estudar fora do país.
Possui um discurso emotivo e uma
linguagem poética que encanta.
Assunto este que é muito caro à
cultura do país onde poucos têm a
oportunidade de se desenvolver fora
do ambiente considerado hostil que a
guerra deixou como consequência até
os dias de hoje.
Ondjaki, é sem dúvida, um belo
representante dessas novas vozes que
veio para revelar traços da sociedade
angolana, numa prosa marcada pela
memória, afeto e identidade.
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