CUIABÁ, 1 A 7 DE AGOSTO DE 2013
CULTURA
Por Luiz Marchetti
Fotos: Divulgação
Luiz Marchetti é
cineasta cuiabano,
mestre em design em arte
midia, atuante na cultura de
Mato Grosso e é careca.
ARTE DIGITAL
Na semana passada
estive no FESTIVAL
INTERNACIONAL DE
LINGUAGEM ELETRÔNICA
no SESI de SÃO PAULO. A
exposição ocupa quatro
espaços da FIESP na
Avenida Paulista, a
fachada do prédio tem
projeções gigantescas,
além da estação do metrô
TRIANON-MASP.
Tecnologias nas
abordagens artísticas estão
impressionando o grande
público, pude verificar
diferentes approaches, não
apenas com variados
materiais mas
principalmente com
diferentes conceitos. No
salão térreo estão centenas
de curtas-metragens em
animação moderna, com
STREET ART
Bem-vindo ao jogo entre duas figuras
trabalhadoras, mantenedoras e esforçadas em
cumprir uma ideia de fun-ci-o-na-men-to. Não pare,
não pare, não pode parar. São confrontações,
momentos tensos e engraçados, afinal a máquina não
pode parar e há esperança: O que você faria se
ganhasse na Loteria sozinho?
Livremente inspirado em ESPERANDO GODOT, de
Samuel Beckett, volta ao cartaz a peça A CIDADE
DOS OUTROS, uma obra-prima com direção de
AMAURY TANGARÁ. Num arremate de extrema técnica
e presença de cena, as talentosas atrizes TATI
HOREVITCH E JULIANA CAPILÉ mantêm a peça
jogos de computadores e
poesias visuais, tudo com
traços bastante autorais,
com desenhos próprios
com diferentes pegadas.
Uns bem detalhistas, outros
supertoscos,
megadivertidos. Vale a
pena ficar uma tarde ali
assistindo. No primeiro
andar, além do sofá
balançando, equilibrado
no ar em apenas uma
perna, como uma poesia
visual delicada, existem
outras experiências visuais
belíssimas. Umas sutis,
lúdicas e outras mais
engraçadas. Observe o
vídeo das linhas projetadas
em fitas de videotape de
VHS, veja o travesseiro que
escuta o seu coração
batendo e fale uma
palavra com a parede de
televisores. Eu gostei muito.
Fica cheio, mas flui com
certa rapidez, não tenha
medo da quantidade de
gente. Com ENTRADA
FRANCA em todas as
atividades até 1º de
setembro. Se você passar
em São Paulo, vá conferir
e leve a família inteira. A
criançada fica
embasbacada.
Do artista JACOB TONSKI
A INSTALAÇÃO ‘BALANCE
FROM WITHIN’ um sofá de
170 anos se equilibra
precariamente em apenas
uma perna, oscilando, um
mecanismo robótico emite
um gemido suave enquanto
o sofá luta para se firmar.
A PEÇA DO MELHOR TEATRO
acesa, vibrante, imprevisível e com uma façanha
conceitual na ideia de final: será que já acabou?
Vale a pena assistir e tentar se agarrar no
diálogo; se esforce, pegue algumas palavras aqui,
junte outras ali. Ela repetiu: HOUVE UM ACIDENTE
NA ESTRADA DA CHAPADA, UMA CARRO EM ALTA
VELOCIDADE. Agarre as palavras, preste atenção e
junte suas ideias na cabeça. Monte a sua peça, a sua
cidade, a sua interpretação, o seu sentido. Vale a
pena. Com um humor sinistro e impacto de cena, esta
obra teatral promove o melhor do teatro
contemporâneo brasileiro. CORAJOSAS ATRIZES
merecem sua atenção. Há muitos, muitos anos, não
tínhamos uma obra teatral tão forte, tão inovadora e
inteligente em nosso cenário teatral. Se eu gostei? Eu
babei. O CIRCUITO MATO GROSSO deu capas, deu
aplauso em pé, gritou pela sua atenção e eu agora
deixo bem claro: EIS AQUI EM CUIABÁ UMA DAS
MELHORES OBRAS TEATRAIS DO MUNDO.
Vale a pena conferir. A peça teatral A CIDADE
DOS OUTROS t em ap r e s en t açõe s na CASA DO
PARQUE nas no i t es de segunda e t e r ça f e i r a –
12 e 13 de agosto. Vá sim e se entregue,
mergulhe, essa cidade é imperdível.
Info: (65) 3365-4789
www. c i a p e s s o a l d e t e a t r o . b l o g s p o t . c om
Estou passando esta
semana em LONDRES e
montando pautas sobre cultura
e pesquisas artísticas. Devo
confessar que, antes de tudo, o
mais impressionante são as
diferentes abordagens de arte
de rua, com grafites enormes,
com muito tricô nos troncos das
árvores e postes, e obviamente
colagens de pinturas em mega
pôsteres. Nem todas têm o
direito de uso das paredes, nem
todas as obras estão bem
conservadas, mas todas têm
uma característica em comum:
transformam a narrativa urbana
numa experiência visual mais
surpreendente. Algumas lojas
pagam artistas para pintar suas
portas de enrolar, aquelas de
metal. Outras apenas permitem
que pintem algumas paredes.
Londres possui essas obras em
todos os bairros e obviamente
com o tempo você consegue
distinguir quem assina o quê, e
o que cada uma questiona. No
bairro de OLD STREET, muitas
lojas aderiram à ideia de
pinturas temporárias, trocando
suas fachadas por obras a cada
mês. É vibrante. REFRESHING!
Assim o público não se cansa
da fachada, com paisagens
mais dinâmicas. Efêmeras ou
envelhecendo em paredes, estas
obras melhoram o dia a dia,
abrem janelas para novas
narrativas e um mundo menos
chato. Estou encantado.
Confiram aqui umas imagens
do acervo do fotógrafo JAIME
SYLLA que nos permitiu utilizar
estas fotos.
1...,3,4,5,6,7,8,9,10,11,12 14,15,16,17,18,19,20