CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 4 A 10 DE ABRIL DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
ETERNA PROCURA
CALDO CULTURAL
Por João Manteufel Jr.
João Carlos Manteufel,
mais conhecido como João
Gordo, é um dos publicitários
mais premiados de Cuiabá
“CIÊNCIAS SEM FRONTEIRAS?”
REFLEXOES
Por Marco Ramos
Marco é numerólogo, advogado
e troca de nome de acordo com a
energia do momento
Nos últimos dias o programa
brasileiro de estímulo ao
intercâmbio cultural de estudantes
brasileiros, a fim de passarem
uma temporada no exterior e com
isso num futuro imaginário que
estes mesmo estudantes voltem ao
país trazendo suas experiências e
a bagagem de conhecimentos
adquiridos alavancando o
desenvolvimento de nosso país,
deparou-se com uma barreira: a
dificuldade de ter proficiência em
mais de uma língua. A maior
parte dos estudantes optou por
Portugal, o que expõe essa
dificuldade, mas que permite uma
troca pequena de conhecimentos,
já que existem outros grandes
centros de tecnologia no mundo
que podem oferecer muito mais. A
mesma estratégia foi usada pelo
Japão logo após a Segunda
Guerra Mundial, o que acelerou o
desenvolvimento do país,
chegando aonde chegou.
Lamentavelmente somos um país
de pouca leitura, e mesmo os
jovens que têm acesso a uma
educação diferenciada,
proporcionada por famílias com
melhores condições, ainda têm
pouco hábito de leitura, e
consequentemente nível de
dedicação aos estudos abaixo
dos países desenvolvidos. Com
isso vemos a dificuldade do
governo em enviar jovens para
países como Alemanha, Japão,
França, EUA, Canadá, pois nem
mesmo com o inglês estes jovens
possuem domínio para uma
experiência acadêmica fora do
país.
Todo país que promove essa
troca de experiências entre jovens
formados promove a aceleração
de seu crescimento tecnológico,
pois algo que gastaríamos 30
anos para desenvolver, gastamos
poucos anos de estudos desses
jovens para aprenderem novas
tecnologias e trazerem para o
país. O programa expôs uma
face triste de nossa realidade,
além das dificuldades que já
enfrentamos com os poucos
investimentos em escolas e pela
sua melhoria pelo governo, por
outro lado, lamentavelmente,
temos uma população em geral
totalmente desinteressada em
estudar.
Este é um fenômeno mundial,
infelizmente, o desinteresse pelos
estudos. O jovem europeu
também tem este comportamento
atualmente, porém por aqui pesa
muito mais tal desinteresse, pois
estamos ainda muito atrás do que
seria o ideal na formação de
nossos jovens. Temos de dar um
salto de 30 anos em 10, mas isto
ainda é utopia. Vivemos numa
sociedade ainda pouco
competitiva, e com o pleno
emprego que temos por ora, a
sensação para o jovem que está
no mercado de trabalho é que já
tem uma formação suficiente para
sobreviver. Como disse:
SOBREVIVER! Mas trazer avanços
reais para nosso país, com
mudanças de mentalidade como
ocorreu com a experiência
japonesa no pós-guerra, ainda
estamos muito aquém!
Procuro pensadores. Pensadores que
saibam que o futuro depende do agora.
Pensadores que vão fazer da violência
uma página triste de
um livro de história.
Procuro pensadores que
farão a fome visitar
apenas o estômago
daqueles que querem
perder peso. Procuro
pensadores sabedores
que só o voto pode
mudar essa sádica
política, e só a
politização das massas
acaba com certos
currais. Procuro quem
pense o aquecimento
global como um
problema sério, não
resolvido apenas com
créditos de carbono.
Pensadores que
respeitem a liberdade
de ser livre. Pensadores
que façam das suas
ações uma
representação divina.
Procuro quem pense em
arte, quem pense no
trânsito, procuro quem
pense em novas
tecnologias para o bem comum.
Procuram-se pensadores. Pensadores que
transformem a utopia num sonho
realizável. Procuro pensadores que
pensem numa Cuiabá melhor. Uma
cidade onde seu carro não é assaltado às
sete da manhã. Temos de pensar numa
cidade que olhe para o crackeiro e não
apenas vire as costas. Pensar numa
cidade onde você não abra a loja e seja
assassinado. Precisamos pensar em gente
que pense em novas alternativas de
segurança. Precisamos de pensadores
que queiram pensar na paz. E gente,
procuro para agora. Porque certas coisas
não precisam mais esperar. Certos modos
têm de mudar. Não é normal morrer na
fila do hospital. Não é normal esperar
duas horas para ser atendido num
dentista. Mas pra que ter dentes?
Precisamos de pensadores do bem, que
pensem o bem, que, principalmente,
façam o bem.
Procuro pensadores. E parece que,
aqui, encontrei muitos.
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