CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 4 A 10 DE ABRIL DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 5
Anna é doutora em
História, etnógrafa e filatelista.
TERRA BRASILIS
Por Anna Maria Ribeiro Costa
NICE KUIOT O E A TRADIÇÃO DA ARTE OLEIRA BORORO
STOP THE LIES!
THINK AND TALK
Por Laura Santiago
Laura é diretora da Yes!Cuiabá
e apaixonada pelo Mickey Mouse ...”
MENTIRA 1: Tem que morar em
outro país para ser fluente em inglês.
Eu conheço inúmeras pessoas que nunca
viajaram para um país de língua inglesa e
são extremamente fluentes em inglês.
Também conheço pessoas que moraram
anos fora e não são nada fluentes (
no
mínimo, se encaixam em um nível
“intermediário”
). Morar em um país de
língua inglesa ajuda você a captar nuances
da cultura do povo. Também ajuda você a
perceber a língua sendo usada em inúmeros
contextos e situações do cotidiano. Ou seja,
vale muito a pena passar uma temporada
em um país onde o inglês é falado.
Entretanto, isso não é o bastante para você
ser fluente em inglês. Para ser realmente
fluente você deve estudar, se envolver com a
língua, dedicar-se a ela e muito mais. Isso
você faz morando aqui mesmo no Brasil. Os
recursos disponíveis hoje são imensos.
Depois de um tempo, você pode fazer um
curso de Accent Reduction para ficar com a
pronúncia mais afiada. No geral, tudo é
uma questão de querer aprender a língua e
para aprender basta você fazer a sua parte:
leia livros, escute entrevistas, assista a filmes e
seriados, invista tempo no estudo. Enfim,
envolva-se com a língua o máximo possível
e você conseguirá obter um bom comando
da língua sem sair do país.
MENTIRA 2:
Tem que aprender toda a gramática
para se comunicar bem.
Infelizmente, as
pessoas (99,9%) sabem da existência de
apenas um tipo de gramática. Para elas
gramática é o conjunto de regras e termos
técnicos usados para falar sobre uma língua.
Essas pessoas se dedicam a decorar
mecanicamente as regras gramaticais e
termos técnicos como
Present Perfect
,
Past
Simple
,
Passive Voice
,
Reported Speech
e
tantas outras. Saber essas coisas ajuda você
a saber sobre a língua, mas não ajuda você
a usar a língua naturalmente. Se você se
preocupa demais com esse tipo de
conhecimento, ao tentar usar a língua
naturalmente em uma conversa você pensa
mais nas regras e termos técnicos do que na
comunicação em si. Você tem medo de falar
tudo errado! Preocupa-se com o fato de
usar ”
will
” ou ”
going to
” para expressar
uma ideia no futuro e no fim das contas
acaba não dizendo nada. Para evitar esse
problema, entra em cena o que chamamos
de gramática de uso (
gramática natural
).
Você pode aprender a gramática
naturalmente, sem se preocupar com regras
e termos técnicos. Com o passar do tempo,
você poderá se dedicar à gramática das
regras e termos técnicos, mas ao chegar
nesse ponto, você já estará certamente
usando a língua de modo natural.
MENTIRA 3: Inglês é difícil e chato.
Eu
não acho! Difícil e complicado é o modo
como as pessoas insistem em aprender ou
ensinar inglês no Brasil: um monte de regras
e mais um monte de palavras isoladas
.
Aprender inglês dessa forma arcaica é uma
tormenta para o cérebro criativo. O
aprendizado da língua se torna na verdade
um teste de memória. Você decora uma série
de regras e palavras, muitas vezes sem nexo
algum, e tenta usar a língua
matematicamente. Quem tiver uma memória
melhor para lembrar de tudo se sobressairá
nos estudos. Esse ensino engessado é o que
torna a língua inglesa difícil, chata,
cansativa, morosa. Para mudar isso, é
preciso
mudar o jeito como você
aprende/ensina inglês
. Essa mudança
não é fácil, leva tempo e exige que você
queira realmente mudar.
MENTIRA 4: Se
você aprender a falar errado vai
sempre falar errado.
Essa é a mentira
mais absurda que existe! Se fosse assim, nós,
falantes de língua portuguesa, estaríamos
constantemente falando tudo errado ou
falando do mesmo modo de quando
éramos crianças. A verdade é que quanto
mais você se envolve com a língua, mais
você aprende a dizer as coisas do jeito certo.
Quando eu comecei a estudar inglês, eu
falava um monte de coisas erradas. Eu
também pronunciava várias palavras de
modo errado. No entanto, conforme eu
estudava mais, ouvia mais, lia mais, escrevia
mais, eu aprendia o certo e ia me corrigindo.
Portanto, se você se dedica a aprender a
língua, você aprenderá o jeito certo de dizer
as coisas e não há dúvida que passará a usar
o certo e não o errado. A outra verdade é
que você continuará cometendo erros
independente do seu nível, mas o legal é que
temos a chance de aprender o certo e passar
a usar o certo. Tudo é uma questão de
dedicação. Portanto, não se preocupe com os
erros que comete; com o tempo você mesmo
os corrigirá.
No aniversário de Cuiabá, nada
mais justo do que homenagear o povo
indígena Bororo, autodenominado
Boe
.
Isso porque vivia nestas terras no
momento em que os bandeirantes
fundaram a Vila Real do Bom Jesus de
Cuiabá. Durante o processo de
colonização, sofreu, não sem resistência,
todos os tipos de agressão, o que
ocasionou uma drástica redução
populacional e territorial. Reunido
inicialmente em colônias militares – estas
transformadas no decorrer do tempo em
reduções religiosas e em postos
indígenas –, ocupa atualmente as Terras
Indígenas Sangradouro, Meruri,
Tadarimana, Tereza Cristina, Perigara e
Jarudori. Nesta celebração, Nice Kuioto,
do clã
Wagudugodo Kujagureu
, é
lembrada por sua habilidade em dar
forma ao barro até que se transforme em
belos potes, hoje destinados a guardar
água e outras bebidas. As personagens
que figuram essa história, além de Nice
Kuioto, são mulheres indígenas que têm
a oportunidade de reviver um complexo
de ideias, concepções e significados
reelaborados com a técnica da
cerâmica, desde a escolha do barro até
o uso das peças já queimadas e prontas
para uso. Cada uma das personagens
que figuram nessa trama responsabiliza-
se pela reescrita da história das
ceramistas, bem como dos significados
que envolvem a arte oleira. A tradição
oleira, por pouco apagada pela
violência do contato com a sociedade
não índia, permanece com intensidade,
agora recodificada na mente das artesãs
e na forma que o objeto traz em si com
atos cognitivos e simbólicos.
A jazida de argila encontra-se a uma
grande distância da aldeia, às margens
do rio São Lourenço. O barro, antes de
ser transportado para a aldeia em
grandes cestos-cargueiros, deve ser
provado. Foi Nice Kuioto quem ensinou
às mulheres que o barro deve ser levado
à boca e mastigado, pois se tem a
certeza de que é de boa qualidade.
Pelas mãos femininas a transmissão do
saber da arte oleira traz à tona
conhecimentos sobre ambiente, matéria-
prima, tecnologia, adaptação ecológica,
valores estéticos e os códigos simbólicos
compartilhados pelos membros de sua
sociedade.
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