CUIABÁ, 7 A 13 DE AGOSTO DE 2014
Luiz Marchetti é cineasta
cuiabano,
mestre em design em arte
midia, atuante na cultura de
Mato Grosso e é careca.
CULTURA
Por Luiz Marchetti/Marília Beatriz
Fotos: Luiz Marchetti
ESPAÇOS E TEMPOS: 500 EDIÇÕES
MÚSICA
ORQUESTRAL.
ESCRITAS
JORNALÍSTICAS
EXISTEM DIVERSAS
FORMAS DE ESPAÇOS E
TEMPOS. ESTES AQUI E
AGORA TRATADOS SÃO DO
SER ESPAÇO EM
COMUNHÃO E TEMPO DE
ESTAR EM CELEBRAÇÃO.
ESPAÇO DO SER EM
COMUNHÃO É O QUE
EXPANDE EM
BELEZAS, ENFRENTA
ENCONTROS E
SUAVIZA FEITO E
FATOS. MÚSICA!
TEMPO DE ESTAR EM CELEBRAÇÃO
SIGNIFICA ENTRAR NA
TRANSITORIEDADE DOS AFETOS,
TOCAR OS ÍNDICES FESTIVOS,
EMBARCAR NA DIVERSIDADE DOS
APLAUSOS E ESPERAR PELO
AMANHECER. JORNAL...
A professora,
escritora, amiga e Imortal
da Academia de Letras de
Mato Grosso
MARÍLIA
BEATRIZ FIGUEIREDO
LEITE
, inicia acima
nosso caderno de Cultura
com as mesmas palavras
que irá abrir a noite de
comemoração da
EDIÇÃO 500 do
CIRCUITOMATO
GROSSO,
na quinta 7 de
agosto. Nesta noite de
encontro o Cultura em
Circuito agradece a todos
os ateliês de artistas, aos
gestores, amadores e
profissionais que
participaram conosco
difundindo pesquisas e
práticas artísticas e
culturais em nossa
região. Olhando para trás,
acredito que o que mais
insisti como pauta neste
jornal foi a certeza de que
Cultura é movimento
permanente. Às vezes pra
cima, às vezes melhora,
às vezes despenca,
capenga e piora. Vemos
isso até com nossas
relações familiares,
assistimos isso com a
arquitetura de nossas
praças, com pesquisas de
teatros, com
programações de
cinemas, com festas de
aniversário, e obviamente
a Cultura de Mato Grosso
não iria ser diferente. São
fundamentais gestores
antenados com o hoje,
líderes políticos que
percebam nossas práticas
artísticas e culturais
como ferramentas que
transformem antes de
tudo as pessoas, os
jovens, as crianças deste
lugar. É preciso um ato
de vigília constante com
nossa indústria criativa.
Na estética da área
urbana, na confrontação
com doenças culturais,
com preconceitos e
desinformação. Em
muitas capitais hoje os
problemas são
gigantescas filas de
espera em galerias,
exposições, mostras de
filmes e festivais. Os
horários de abertura de
muitos centros culturais
agora encaram maratonas
pelas madrugadas para
que famílias possam ver
dança, Picasso, mostras
de filmes e festivais
gastronômicos. E aqui em
Mato Grosso? Se não for
programação de igreja, de
show colocado na
drogaria, festa alcoólica
ou balada sertaneja, ainda
temos pouco público
desejando inventividade
cultural e evolução
linguística. O orçamento
para a Cultura de Mato
Grosso que o Governo do
Estado designa para nossa
economia criativa atrofia
a indústria e aborta a
formação de público para
décadas futuras. É um
atraso. Vivemos uma
rachadura com grande
parte de um Brasil muito
mais dinâmico,
artisticamente curioso,
bem-humorado e
inventivo. Reféns da
distância dos grandes
centros de distribuição
dos produtos culturais,
perdemos inclusive a
conexão do turismo com
a engrenagem cultural.
Faltam ações pedagógicas
nas escolas e bairros com
ênfase cultural e, quando
isso acontece, não há
frequência, e o pior: volta
e meia, bons projetos de
larga escala são
abandonados com a
mudança de governo.
Caminhando pela capital
vejo galpões enormes se
abrindo no horizonte,
prédios, shoppings, e
torres rasgando o céu, na
recém-inaugurada para a
Copa Avenida da FEB, do
dia pra noite, brotou um
supermercado gigantesco.
Parei o carro e fiquei
olhando assustado: nem a
metade de algo
arquitetonicamente assim
foi implantado como
nosso MUSEU DEARTE
CONTEMPORÂNEA. Não
seria nada para o
orçamento de um
governo, mas nós
sabemos como iria
incrementar, mudar
mesmo o cotidiano do
nosso povo. É até
vergonhoso que um
político ainda não tenha
levantado isso tanto para
o cunho artístico quanto
para o educacional. E
nesse desencontro diário
de valores confusos,
insisto todo final de
semana nestas páginas, em
sublinhar o que temos de
melhor exemplo, cada
edição um artista, um
ateliê, um coletivo que
promova linguagens
inventivas, uma garimpada
de opções culturais ou um
par de críticas. Durante
estas 500 edições, com
termos acessíveis, tentei
convidar os leitores para
experiências culturais
promovendo diversidade e
multiplicidade. Sei que a
referência culturalmente
positiva aos poucos irá
transformar nossas
famílias, aliviar o descaso
e melhorar essas cidades.
A vigília de nossa
indústria criativa e a
confrontação de nossas
doenças culturais tomam,
nas páginas do
Circuito
,
como modelo esses jovens
– que cada dia insistem
disciplinadamente. No
palco eles nos
representam: como cada
jornalista, fotógrafo,
colaborador que se dedica
nas palavras, imagens, nas
páginas deste jornal, cada
músico desta orquestra
toca e escolhe o melhor
para que a música siga
transformando nossos
dias.
Aproveito a
comemoração e agradeço
também outros
profissionais de
comunicação que
juntamente conosco
enaltecem com visibilidade
nossos profissionais da
arte e da cultura. É
preciso que nossas
crianças aprendam a
admirar o que presta em
quase 500 edições e não
apenas aceitar o que brilha
nos quinze minutos de
fama neste mar de
desinformação. Sigamos
fortes!
CIRCUITO IN CONCERT : RESERVE SUAS CADEIRAS PARA O CONCERTO GRATUITO AO AR LIVRE NO FONE (65) 3023 5151
Nesta semana de ensaio fotografando os alunos do
INSTITUTOCIRANDA - MÚSICA E CIDADANIA,
entrevistando professores e acompanhando a
montagem do CIRCUITO IN CONCERT,
senti bem de perto a força da arte e da cultura
disciplinada. É uma ferramenta poderosa na
melhoria socioeducativa da garotada.
Esse é o grande espetáculo!