EDIÇÃO IMPRESSA - 500 - page 16

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 7 A 13 DE AGOSTO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
ALIMENTE SEU CORPO
Wania Monteiro de
Arruda é nutricionista funcional,
aficcionada em receitas saudáveis
e saborosas, que divulga em seu
site e no Insta @wmarruda
NUTRITIVA
Por Wania Monteiro de Arruda
O ser humano viveu 2,6 milhões
de anos como coletor-caçador, em
harmonia com os alimentos
fornecidos pela natureza. Através
desta informação, já temos uma
direção do que deve ser a base da
nossa alimentação: legumes, verduras,
frutas, sementes e oleaginosas, e
proteínas de origem animal vindas do
peixe e das caças. O que fazemos
atualmente? Comemos carne vermelha
todos os dias e muitas vezes duas
vezes ao dia, no almoço e no jantar.
Peixes... quase nunca!
Impressionante como as pessoas
esquecem de comer peixe. E comer
uma vez por semana não é suficiente
para suprir as nossas necessidades
nutricionais, visto que a carne
vermelha é rica em gordura saturada
que é inflamatória para o organismo.
Precisamos sim comer carnes
vermelhas, mas não nessa quantidade
que comemos todos os dias da
semana. Outro hábito nada saudável é
comer sempre os mesmos alimentos:
monotonia alimentar nem pensar.
Compre muitas variedades de
alimentos, muitas cores e em
pequenas porções. Ao invés de
comprar um saco de laranjas, compre
½ dúzia e aí compre banana, maçã,
melancia, abacate, abacaxi etc. Minha
proposta de cardápio é simples. Veja:
Café da manhã - faça suco natural
com uma fruta e vários legumes como
cenoura, batata yacon, abobrinha
verde, beterraba, couve (folha),
gengibre. Este suco já fica doce,
portanto não necessita adoçar. Faça
um sanduíche com pão integral ou
coma tapioca ou cereais integrais
como aveia, granola sem açúcar etc.
Nesse sanduíche poderá colocar atum
light conservado em água e não óleo,
ovo mexido com um pouco de azeite e
orégano etc. Não se esqueça: o café
da manhã é uma das principais
refeições de nosso dia, não o pule.
No meio da manhã coma uma fruta
com canela, esta última é anti-
inflamatória e acelera o metabolismo.
No almoço, muitas folhas com
legumes variados, carne, arroz
integral e feijão ou lentilha ou ervilha.
De sobremesa, frutas que possuem
enzimas digestivas como abacaxi ou
mamão. Lanche à tarde.
Caso sinta muita fome, coma mais
alimentos proteicos que dão mais
saciedade como uma omelete de atum
ou iogurte com fruta e farinha de
linhaça ou chia que são fibras que
também dão saciedade. Jante sempre
comida, não a troque por lanches, e
antes de dormir tome um chá como
hortelã, canela, cidreira, que é
digestivo e calmante. Lembre-se: cada
um de nós tem uma individualidade
bioquímica, ou seja, somos únicos e
precisamos detectar qual a alimentação
ideal, por exemplo, se comi pepino e
fiquei arrotando este ao longo do dia,
quer dizer que não é o alimento mais
adequado para meu organismo. E
assim vamos selecionando o que é
bom. Se almoço e fico com sono é
porque estou comendo uma quantidade
muito maior do que necessito, o
alimento tem que me trazer energia e
não cansaço. Observe seu corpo,
trate-o da melhor forma possível, pois
ele te acompanhará por muitos anos
com saúde, ou sem... Você escolhe...
Anna é doutora em
História, etnógrafa e filatelista.
TERRA BRASILIS
Por Anna Maria Ribeiro Costa
AVIDATRIBALNAMBIQUARA
A vida tribal Nambiquara se
constrói pela organização social e
familiar, pela percepção do tempo e do
espaço e das visões que se têm do
mundo e da cosmogonia, atreladas às
interpretações que fazem da narrativa
mitológica e dos preceitos de sua
religiosidade. A crônica minuciosa do
cotidiano se sujeita ao ritmo da vida
social, em que a preocupação com a
aquisição de alimento constitui sua
trama principal. O “povo cinza” tem
uma existência social atrelada aos
acontecimentos que se dão em um
círculo de suas relações que se vincula
à rotina das tarefas. As visitas entre
membros de uma aldeia, o casamento,
o abandono do cônjuge, o nascimento,
a morte, os rituais, a notícia de um
animal de caça que ronda as
proximidades da aldeia ou da roça são
tempos que pontuam a sociabilidade
Nambiquara.
Esses paraxismos recorrentes
fazem com que a vida reassuma seus
direitos e se teça, a cada dia, uma nova
rede de alegrias e tristezas.
As atitudes e os sentimentos do
povo Nambiquara devem ser lidos e
interpretados não de forma isolada,
mas conjuntamente, para que a
reorientação do olhar do estrangeiro
possa estar apartada de uma
perspectiva etnocêntrica. Ao
evidenciar fragmentos cotidianos,
percebe-se de que maneira se
processam o saber e a aprendizagem,
estes em busca da harmonia do
cotidiano familiar e social
envolvida no manto da
religiosidade. A vida consiste
no resultado expressivo do
trabalho, da aprendizagem e
do saber. Faz-se também no
sagrado, no visível e no
invisível.
Quando o sol se põe, o
movimento da aldeia começa
a diminuir. Famílias,
próximas ao fogo se
preparam para dormir.
Forram o chão ou o tablado
de madeiras justapostas com
cobertores. O tempo que
antecede o sono é ocupado
em contar e ouvir histórias.
De modo geral, os mais
velhos estão com a palavra e
muitas histórias são
contadas até que todos
adormeçam...
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