CIRCUITOMATOGROSSO
PANORAMA
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CUIABÁ, 7 A 13 DE AGOSTO DE 2014
ALTERAÇÕES
Famato discute seguro com Mapa
A partir de primeiro de julho de 2015, todo crédito de custeio deverá ser contratado com seguro rural até o limite de R$ 300 mil
Sandra Carvalho
O atual modelo de
seguro rural ainda é
considerado pouco
vantajoso pelos
produtores rurais. Dados
do Ministério da
Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa)
mostram que em 2013, o
número de apólices no
Estado eram de apenas
2.045, totalizando uma
área segurada de cerca
de 728 hectares.
Para
discutir mudanças no
Programa de Subvenção
ao Prêmio do Seguro
Rural (PSR), o Mapa
criou um grupo de
trabalho. Uma das
principais alterações
debatidas é a criação de
uma apólice padrão
mínima, que definirá
valores mínimos que cada
produtor poderá receber.
A Federação da
Agricultura e Pecuária de
Mato Grosso (Famato)
participa das discussões.
Segundo o
coordenador-geral do
seguro rural do Mapa,
Gustavo Bracale, “a
participação de Mato
Além da qualidade, é
preciso conhecimento
O jovem José Augusto, estudante do curso de
agronomia em Campo Verde, entendeu o recado.
Para ele, produzir com qualidade é importante, mas
ter conhecimento é essencial.
“Para ter sucesso na nossa área nós precisamos
estudar e buscar mais conhecimento. Eu já comecei
a participar do dia a dia de compra e venda na
propriedade do meu pai, o próximo passo é
conseguir um estágio na área de mercado, afinal,
além de produzir com eficiência, precisamos saber
vender também”, ressalta o jovem.
O projeto Futuros Produtores do Brasil é uma
iniciativa da Famato e do Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar-MT), com o apoio dos
Sindicatos Rurais e patrocínio da Monsanto.
FUTUROS PRODUTORES
Jovens aprendemsobre agronegócio
Vinte e seis jovens
integrantes da segunda
turma do projeto Futuros
Produtores do Brasil
tiveram um dia de
aprendizado e de troca de
informação. O grupo,
composto pelos jovens
que participaram da
primeira edição do projeto
no ano passado, se reuniu
em Cuiabá e teve a
oportunidade de conhecer
um pouco a história do
Instituto Mato-grossense
de Economia
Agropecuária (Imea) e a
experiência de vida do
superintende do instituto,
Otávio Celidonio.
Este é o segundo ano do projeto que conta com duas turmas de jovens com idade entre 16 e 24 anos
O vice-presidente da
região IV da Federação da
Agricultura e Pecuária de
Mato Grosso (Famato)
Marcos da Rosa, abriu o
encontro passando uma
mensagem de otimismo
aos Futuros Produtores do
Brasil.
“Independentemente do
caminho que vocês forem
seguir, o importante é que
sejam honestos em tudo o
que fizerem. O sucesso é
resultado do esforço, da
honestidade e da busca
pelo conhecimento”. O
Sistema Famato também
tem o compromisso em
levar conhecimento para
as futuras gerações do
agronegócio e se preocupa
com formação de novos
líderes do setor.
Após o bate-papo com
o vice-presidente da
Famato, foi a vez do
superintende do Imea
Otávio Celidonio contar
um pouco sobre sua
trajetória. Celidonio
nasceu em Araçatuba-SP e
desde criança viveu no
campo. Seus pais são
produtores rurais e em
1991 a família mudou-se
para Pontes em Lacerda,
em Mato Grosso. Quando
completou 15 anos,
Celidonio voltou para São
Paulo com o objetivo de
estudar. “Foi nessa época
que descobri que eu não
gostava de estudar, mas
amava aprender”, conta.
Foi esse amor pelo
conhecimento que fez com
que Celidonio ingressasse
em 2001 no curso de
Agronomia da ESALQ/
USP. Durante a faculdade,
ele fez diversos estágios
até se formar e conseguir
seu primeiro emprego, em
uma propriedade de
pecuária no Paraguai. Os
constantes roubos de
gado, os perigos e a
solidão fez com que ele
voltasse ao Brasil. Após
oito meses desempregado,
o engenheiro agrônomo foi
convidado para fazer parte
da equipe do Imea.
No instituto, Celidonio
começou como analista da
cadeia da bovinocultura de
corte e foi responsável
pela estruturação desta
cadeia. Também ajudou a
criar e fortalecer a visão,
a missão e os valores do
instituto. Desde julho de
2010 é superintendente do
Imea.
“Por meio da geração
e do compartilhamento de
conhecimento, o Imea
contribui para o
desenvolvimento
sustentável do agro no
Brasil. São números que
ajudam as entidades do
setor a buscar melhorias e
os produtores a produzir
com mais eficiência”,
explica Celidonio.
Como superintendente
do instituto, Celidonio teve
a oportunidade de
participar dos grandes
eventos internacionais do
setor agropecuário, entre
eles o International Food
and Agrobusiness
Management em que tirou
a grande lição que deixou
para os jovens.
“A cada dia o mundo
precisa de mais alimento,
tecnologia e terras para
produzir. Isso tudo não
vai faltar. O que vai fazer
a diferença são as
pessoas, líderes treinados
e com conhecimento. Por
isso, esses jovens
precisam entender o que
está acontecendo no setor,
pensar em estratégias
para serem mais efetivos,
conhecer o mercado e
ajudar o mundo a produzir
mais e de maneira
sustentável”, orienta o
superintendente do Imea.
Grosso no programa de
seguro do ministério ainda
é pequena, mas com
tendência de expansão, à
medida em que as
seguradoras passarem a
oferecer produtos mais
adequados à realidade da
região”.
Atualmente, o Mapa
estabelece para as
culturas como soja,
milho, arroz, feijão e
algodão, dentre outras, o
percentual de subvenção
de 60%, nas regiões onde
essas culturas são
consideradas de grande
importância econômica e
que ao mesmo tempo
estão sujeitas a maior
vulnerabilidade climática.
Para as demais culturas e
atividades, incluindo a
pecuária, o percentual de
subvenção ao prêmio do
seguro rural é de 40%.
O valor máximo da
subvenção na modalidade
agrícola, por beneficiário
e por ano civil, é de R$
96 mil. O produtor rural
pode receber subvenção
para mais de uma cultura,
desde que o somatório do
benefício não ultrapasse o
valor citado. O valor
máximo da subvenção nas
modalidades pecuário, de
florestas e aquícola, por
beneficiário e por ano
civil, é de R$ 32 mil para
cada modalidade.
“Os critério vigentes
não são satisfatórios, por
isso a adesão ao seguro
rural ainda é muito baixa.
O custo benefício acaba
não compensando para o
produtor. É essencial que
a apólice garanta também
a rentabilidade da
produção. Estamos
participando das
discussões e queremos
construir um modelo que
atenda a real necessidade
do produtor”, afirma a
analista de Cereais, Fibras
e Oleaginosas da Famato,
Karine Machado. As
alterações no seguro rural
devem entrar em vigor no
próximo ano junto com a
obrigatoriedade do
seguro, que foi adiada
para primeiro de julho de
2015, segundo resolução
do Conselho Monetário
Nacional, publicada no
mês de junho. A partir de
primeiro de julho de 2015,
todo crédito de custeio
deverá ser contratado
com seguro rural até o
limite de R$ 300 mil.
(Com Assessoria)
OMapa oferece atualmente 60%de subvençãonas regiões onde as culturas de oleaginosas são consideradas de grande importância econômica
Os jovens, geralmente filhos de produtores, são motivados
a dar continuidade à atividade dos pais