CIRCUITOMATOGROSSO
PANORAMA
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CUIABÁ, 23 A 29 DE JANEIRO DE 2014
MERCADO IMOBILIÁRIO
Financiamentos batem novo recorde
Só em dezembro de 2013 o volume de empréstimos para aquisição e construção de imóveis somou R$ 10,4 bilhões
Sandra Carvalho e
Diego Frederici
A utilização de
recur sos das
cadernetas de poupança
para financiamentos
imobiliários em 2013
ultrapassaram a casa
dos R$ 109 bilhões, o
que representa recorde
hi s tór i co no pa í s , e em
Mato Grosso não foi
diferente. O recorde
representa um aumento
de 32% em relação a
2012, quando os
financiamentos ficaram
em R$ 82,8 bilhões.
Fatores que
contribuíram para este
quadro foram a queda
da inadimplência e o
baixo índice de
desemprego.
Já o número de
imóveis financiados
entre janeiro e
dezembro do ano
passado foi de 529,8
mil imóveis, alta de
17% ante os 453,2 mil
de 2012.
Só em dezembro de
2013 o volume de
empréstimos para
aquisição e construção
de imóveis somou R$
10,4 bilhões, 2,3%
acima do resultado de
novembro e 17% acima
do mesmo mês de
2012, di z . No mês ,
foram financiadas
aquisições e
cons t ruções de 50,9
Aquisição lidera alta para aquisição
Bolha imobiliária já é
descartada para 2014
R$ 437 milhões financiados emMT para o Minha Casa
De acordo com o
gerente de mercado da
superintendência do
Banco do Brasil em Mato
Grosso, Levi Carneiro
Nepomuceno, só em
2013 foram financiados
mais de R$ 437 milhões
em todo o Estado para o
programa. Para ele o
mercado está aquecido,
pois, diferentemente de
outros países, que
possuem participação
bem mais contundente no
PIB em financiamentos
imobiliários, o Brasil só
tem a crescer em valores
e número de operações
de crédito para adquirir
imóveis.
“Em um ano, a
demanda por crédito
imobiliário mais que
dobrou em Mato Grosso,
crescendo 125% em
2013. Como esses
custeios representam
menos de 10% na fatia
do PIB brasileiro –
diferentemente de outros
países – a demanda por
imóveis só irá aumentar.
O programa
Minha Casa,
Minha Vida
, por
exemplo, tem
financiamento previsto de
mais de R$ 437 milhões.
Se considerarmos que
cada uma dessas casas
tem empréstimo médio de
R$ 100 mil, então é
possível construir mais
de 4.300 casas com o
montante”, diz ele.
Em recente decisão
do Conselho Monetário
Nacional (CMN), no dia
30 de setembro de 2013,
o valor-teto para
financiamento da casa
própria, com utilização
dos recursos do Fundo
de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), subiu de
R$ 500 mil para R$ 650
mil – salvo São Paulo,
Rio de Janeiro e Distrito
Federal, cujo montante é
de R$ 750 mil, com limite
de custeio de 80% do
valor do imóvel. Porém,
se este for adquirido pelo
Sistema de Amortização
Constante (SAC), o
percentual pode atingir
90%.
Levi, no entanto,
pontua que existem linhas
de crédito imobiliário
para todo perfil de
consumidor, inclusive os
que se encontram nas
camadas mais abastadas
da sociedade. O
especialista da área
financeira cita a CH
(Carteira Hipotecada),
pela qual o cliente tem a
possibilidade de custear
até R$ 10 milhões. Em
ambas as faixas de renda,
ele destaca as condições
do negócio, que
apresentam atrativos que
vão desde a carência do
início do pagamento da
dívida até as taxas de
juros.
“Tanto no Sistema
Financeiro Habitacional
[SFH] quanto na Carteira
Hipotecada [CH], ambos
destinados à pessoa
física, há boas
vantagens, como
carência de seis meses
para começar a quitar a
dívida, além de taxas que
correspondem,
respectivamente a 7,8% e
9% ao ano”, afirma ele.
Na visão Octavio
de Lazari Junior,
presidente da Abecip,
não deve ocorrer
bolha imobiliária em
2014, a não ser em um
cenário de crédito
concedido sem
critérios rígidos, o
que não é o caso
brasileiro. “O
brasileiro dá uma
entrada muito
significativa, de 30% a
35% do valor do
imóvel”, disse
acrescentando que
95% dos
financiamentos no
Brasil em 2013, por
exemplo, foram para
comprar o imóvel para
moradia e não para
investimento.
Quanto aos preços,
ele afirma que, após
fortes altas nos últimos
anos, não deve ocorrer
uma desvalorização nos
preços daqui em diante.
“O que vai acontecer
daqui para a frente é
que os preços ficarão
estáveis, a não ser em
uma ou outra zona de
instabilidade”, disse. “O
que a gente percebe é
que o valor financiado
está coerente com a
valorização que
acontece na região.”
(Com G1)
Levantamento da
Associação Brasileira das
Entidades de Crédito
Imobiliário e Poupança
(Abecip) ainda revelam que
em 2013 o mutuário
continuou demandando o
crédito, com alta de 41% na
quantidade de financiamentos
para aquisição de imóveis,
totalizando R$ 76,9 bilhões
dos R$ 109,2 bilhões
desembolsados. Os
desembolsos para construção
totalizaram R$ 32,3 bilhões,
crescimento de 15% sobre
2012.
A entidade continua
esperando alta do crédito
neste ano. De acordo com o
presidente, a estimativa é de
crescimento em torno de
15%, para R$ 126 bilhões, o
que seria um novo recorde
histórico.
mil imóveis, alta de 7%
em relação a novembro
e de 19% sobre o
mesmo mês de 2012.
“O crescimento do
crédito imobiliário está
destoando do crédito
no pa í s em 2013 , que
deve crescer em geral
em torno de 15%” ,
avalia Octavio de
Lazari Junior,
presidente da
Associação Brasileira
das Entidades de
Crédito Imobiliário e
Poupança (Abecip). “O
crédito imobiliário
retomou o lugar que é
seu por di re i to, que é
ser a car t e i ra de
crédito mais importante
para pessoa f í s i ca no
Brasil”. Segundo Lazari
Junior, a alta foi maior
do que a previ s t a no
começo do ano
passado, que era de
15% a 20%. Ent re os
fatores que
colaboraram para o
bom resultado de 2013
está o baixo
desemprego, o
crescimento da renda, a
confiança do
consumidor e a baixa
inadimplência. “A
inadimplência está
absolutamente
controlada, estamos
falando num índice de
1,8% em 2013” ,
afirmou.
De acordo com a
Abecip, o resultado de
2013 apresenta
crescimento expressivo
se comparado com o
resultado de 2012,
quando totalizou R$
82,8 bilhões ante os R$
79,9 bilhões de 2011,
leve alta de 3,6%.
A entidade mostra
que a trajetória de
recuperação do crédito
imobiliário em 2013
tornou-se mais
expressiva a partir do
segundo trimestre do
ano passado. Em
fevereiro, por exemplo,
foram financiadas 29,3
mil unidades, a menor
quantidade mensal do
ano.
Fotos: Mary Juruna
O setor aponta financiamentos da ordem de R$ 109 bilhões em todo o país no ano passado
Financiamentos em 2013 cresceram 32% em relação a 2012 segundo a Abecip
A estimativa é de que em 2014 os financiamentos subam 15% em relação a 2012
Levi Carneiro, gerente de mercado da
Superintendência do Banco do Brasil de MT