EDIÇÃO IMPRESSA - 472 - page 4

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 23 A 29 DE JANEIRO DE 2014
GERAL
P
G
4
RODOVIAS
Pedágios são alvo de protestos
Odebrecht deve disponibilizar R$ 5,5 bilhões em investimentos na rodovia enquanto a previsão da receita gira em torno de R$ 17 bilhões
MT-449 ........ km 12 ..................... Lucas do Rio Verde – Tapurah – Ana Terra . Rodovia da Mudança ..... R$ 3,90
MT-130 ........ km 09 e km 121 .... Primavera do Leste – Rondonópolis ............... Morro da Mesa S/A....... R$ 6,50
MT-242 ........ km 11 ..................... Sorriso (BR-163) – Nova Ubiratã ................... Intervias ......................... R$ 5,50
MT-242 ........ km 06 ..................... Sorriso (BR-163) – Ipiranga do Norte ........... APASI ............................. R$ 5,80
MT-483 .......... km01 ...................... Sorriso(BR-163)–GlebaBarreiro .......................... AssdosProd.GlebaBarreiroR$4,00
MT-235 ........... km03 ........................ NovaMutum(BR-163) –StaRita doTrivelato (MT-140) ........................................ SPS R$4,70
PEDÁGIOS EM RODOVIAS ESTADUAIS EM MATO GROSSO
RODOVIA
PRAÇA DE PEDÁGIO
TRECHO CONCESSIONÁRIA
VALOR
Rita Anibal
As estradas estaduais
e federais que cortam Mato
Grosso aos poucos estão
sendo privatizadas sob a
justificativa de melhorar a
logística no estado. No
entanto, são inúmeras as
reclamações sobre a falta
de condições de tráfego em
rodovias onde já funciona a
cobrança de pedágio desde
o ano passado. E já nestes
primeiros dias de 2014 o
governo de Silval Barbosa
(PMDB) já enfrentou
inclusive uma panfletagem
e ‘adesivaço’ contra ação
imposta de privatização na
Rodovia Emanuel Pinheiro
(MT-251). Segundo o
governo, estão previstas
quatro praças de pedágio
no trecho entre Cuiabá e
Campo Verde, passando
por Chapada dos
Guimarães, município que
registra grande
concentração de turistas.
As tarifas devem ficar
entre R$ 4,10 e R$ 6,10
(aos finais de semana) no
trecho de Chapada e R$
7,35 em Campo Verde.
O movimento “Pedágio
Não”, encabeçado por
Fernanda Leite, Elias,
Ozeda e Farley Aurélio,
surgiu de uma revolta
popular nas redes sociais
contra a cobrança de
pedágio na MT-251 e
contou com a participação
de mais de 100
simpatizantes que
entregaram panfleto
explicativo e deram
adesivos representativos do
movimento, neste final de
semana, na saída para
Chapada.
A líder do movimento,
A empresa Odebrecht
Transport S/A venceu a
concessão de exploração
do trecho de 851
quilômetros da BR-163,
dentro do Estado de Mato
Grosso, com previsão de
investimentos da ordem de
R$ 5,5 bilhões para
duplicar 453 km [398 km
já estão em fase de
duplicação pelo
Departamento Nacional de
Infraestrutura de
Transportes (Dnit)]. Esse
investimento corresponde
a cerca de 30% da
arrecadação, que está
estimada em de R$ 17
bilhões.
A concessão para
explorar o trecho será de
30 anos com
compromisso de
recuperação, conservação,
manutenção, operação,
implantação de melhorias e
Apenas 30% da arrecadação serão investidos na BR-163
ampliação de capacidade
de trecho da rodovia. A
empresa venceu o certame
apresentando tarifa de
pedágio de R$ 2,638 para
cada 100 quilômetros de
rodovia, representando
deságio de 52% em
relação ao valor máximo
fixado pelo governo
federal, que era de R$
5,50 para cada 100 km.
Com a licitação da
BR-163, o produtor de
soja que transportar o
produto de Sinop (MT),
um dos principais
municípios produtores da
oleaginosa do país, a
Paranaguá (PR), uma das
principais saídas para
exportação, vai
desembolsar R$ 786 para
um caminhão de seis eixos
transportando 30 toneladas
de soja. Pelas contas do
governo, o produtor
gastará R$ 147 com
pedágio em Mato Grosso,
R$ 255 em Mato Grosso
do Sul e R$ 384 no
Paraná.
O presidente da
Associação dos
Produtores de Soja
(Aprosoja), Carlos Fávaro,
diz que os produtores do
grão comemoram os
benefícios da concessão
da BR-163 ao setor
privado, pois esperam uma
melhoria substancial na
qualidade da estrada e
maior segurança no
transporte com a cobrança
do pedágio que irá
compensar gastos com
combustíveis e
manutenção. Segundo
relatório de Análise dos
Impactos no Frete em
Mato Grosso, com a
duplicação da BR- 163,
elaborado pelo Instituto
Mato-grossense de
Economia Agropecuária
(Imea), estima-se que
serão gastos R$ 3,45 por
tonelada a mais no frete de
Sorriso ao terminal
ferroviário em
Rondonópolis, mas, no
final, o produtor terá um
ganho real de R$6,14/t.
O Governo de Mato
Grosso teve sua primeira
praça de pedágio
inaugurada em dezembro
de 2006 na MT-242, entre
Sorriso e Ipiranga do
Norte, num trecho de 65,5
quilômetros, cuja
responsabilidade está a
cargo do consórcio
Associação dos
Beneficiários da Rodovia
de Integração Leste/Oeste,
segundo informações na
Secretaria de Estado de
Transporte e
Pavimentação Urbana
(Setpu).
Atualmente, são oito
rodovias estaduais com
pontos de pedágio e, fora
essas praças, há ainda
índios da reserva indígena
Pareci que cobram
pedágio na MT-235 desde
1997, entre os municípios
de Sapezal e Campo Novo
do Parecis, sem
intervenção de
administração do governo
do Estado e com
autorização da Fundação
Nacional do Índio (Funai).
Ao menos 20
indígenas se revezam no
trabalho e cobram o valor
de R$ 50 para caminhões,
R$ 20 para carros e R$ 10
para motos. Contudo, o
investimento para
recuperar o trecho é de R$
100 mil, segundo a
associação que administra
o pedágio. Em um trecho
de 60 quilômetros, que
passa dentro da Reserva
Indígena Utiariti, está
sendo colocada massa
asfáltica com o montante
arrecadado.
Fotos: Mary Juruna
Fernanda Leite, relatou que
os integrantes irão pedir
novas audiências públicas à
mesa da Assembleia
Legislativa, “uma vez que o
Governo Estadual não deu
a devida publicidade às já
realizadas, e a participação
popular foi nula pelo fato
de elas não terem sido
amplamente divulgadas”,
explicou.
Fernanda também
mostra indignação quanto
aos valores fixados pelo
governo pois, segundo ela,
não há nenhum projeto
apresentado para a
implantação. “Não
podemos esquecer que esta
rodovia passa pelo Parque
Nacional de Chapada dos
Guimarães e qualquer
intervenção mal implantada
poderá trazer danos
seriíssimos ao meio
ambiente”, revelou.
De acordo com o
Governo, os valores
apontados no estudo são
pré-estipulados em razão
de análise do Instituto
Brasileiro de Meio
Ambiente (Ibama) em cima
do Estudo e Relatório de
Impacto Ambiental (EIA/
Rima) que viabilizará ou
não os investimentos
infraestruturais dentro da
zona de amortecimento do
Parque. O processo
licitatório é outro fator que
impacta diretamente nas
tarifas, uma vez que vence
o certame a empresa que
oferecer o menor preço.
AUDIÊNCIAS
PÚBLICAS
O Movimento de
Combate à Corrupção
Eleitoral (MCCE)
protocolou esta semana na
Assembleia Legislativa de
Mato Grosso e na
Procuradoria Geral de
Justiça pedido de
intervenção por meio de
novas audiências públicas,
para discutir a proposta de
cobrança de pedágios nas
rodovias estaduais.
Segundo o MCCE, a
cobrança gera
desconfiança. Um exemplo
de pedágio, o que liga
Cuiabá a Chapada dos
Guimarães, na MT-251,
pode criar condições
desfavoráveis de acesso
para a população. O MCCE
aponta ainda que com a
criação do pedágio em
Chapada, outras regiões
passariam também a
cobrar, o que encareceria
fretes e prejudicaria o
turismo.
AMT-251 que liga a capital a Chapada dos Guimarães tem previsão de quatro praças de pedágio
Movimento “Pedágio Não” realizou panfletagem para esclarecer
usuários sobre a privatização da rodovia
Usuários da MT-130 reclamam do preço e do péssimo serviço oferecido pela concessionária
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