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PANORAMA
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CUIABÁ, 26 DE SETEMBRO A 2 DE OUTUBRO DE 2013
COMBUSTÍVEIS
Presidente do Sindipetróleo, no entanto, lamenta concorrência desleal com a gasolina que recebe subsídios do governo na
comercialização. Por: Diego Frederici. Fotos: Diego Frederici
Consumo de etanol subiu mais de 50%
Os combustíveis
automotivos estão entre as
principais fontes de energia
no mundo moderno. Não
por acaso, a venda de
gasolina, diesel e produtos
de origem orgânica é um
índice importante de
desenvolvimento
socioeconômico de uma
nação. Algumas matrizes
energéticas, no entanto, são
mais interessantes para
alguns países – ou regiões –
do que outras, caso do
etanol, que teve consumo
54% maior em Mato Grosso
no primeiro semestre de
2013 em relação ao
mesmo período de 2012.
Os dados são da Agência
Nacional do Petróleo (ANP).
Para o diretor executivo
do Sindicato do Comércio
Varejista de Derivados de
Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis do Estado
de Mato Grosso
(Sindipetróleo), Nelson
Soares Junior, o investimento
nesse tipo combustível é
mais vantajoso em relação
à gasolina ou derivados de
petróleo, tendo em vista que
toda produção de cana-de-
açúcar – matéria-prima do
etanol – é nacional.
“O etanol deve ser uma
matriz energética cada vez
mais incorporada na
economia do nosso país,
Se novos investimentos não forem feitos em
logística, o mercado sucroalcooleiro de Mato Grosso
ficará estagnado, de acordo com o diretor executivo
do Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado
de Mato Grosso (Sindalcool-MT), Jorge dos Santos.
Para o representante da classe de industriários, se
soluções em transporte não forem implementadas,
tanto o mercado do centro-sul do Brasil quanto os
maiores portos permanecerão com difícil acesso.
“Por conta da logística precária para fazer nosso
etanol chegar ao sul do país, mais investimentos serão
impraticáveis. Enquanto não forem apresentadas novas
soluções para o transporte dessa substância, não
vamos crescer. Assim, sobra o mercado que fica mais
acessível a nós, por meio de estradas, como Rondônia,
Acre, Amazonas e Pará”, diz ele.
A indústria sucroalcooleira é um importante ramo
nos negócios e geradora de empregos no mercado.
Só na safra 2012/2013, foram criados 14.561
empregos diretos e outros 58 mil indiretos.
Diretor do Sindalcool
defende investimentos
pois toda a produção é
nacional. O Brasil, na
verdade, exporta o produto
para outros países. Essa
condição é interessante se
levarmos em conta a cadeia
produtiva que movimenta o
negócio, do plantio da
cana até a chegada do
combustível na bomba dos
postos. Empregos são
gerados e investimentos são
feitos aqui dentro, sem
intermediação do exterior”,
analisa ele.
Investir no mercado de
combustíveis renováveis,
entretanto, não é fácil.
Nelson Junior analisa que o
Brasil tem uma política
protecionista em relação a
fontes de energia não
renováveis (caso da
gasolina, diesel comum
etc.), afirmando que a
Petrobras, a única empresa
do país que fornece esse
tipo de produto, também
controla o preço praticado
internamente, mesmo que
fique com déficit entre os
custos para produção ou
importação e seu
correspondente na
comercialização.
“No entendimento do
Sindipetróleo, a política
atual do governo é
protecionista, pois este utiliza
a vantagem de dispor de
uma estatal que controla o
fornecimento dos
combustíveis fósseis às
distribuidoras, regulando o
preço que chega ao
consumidor. Isso provoca
uma distorção, pois temos
outras matrizes energéticas,
como o etanol e o gás
natural veicular (GNV).
Como o governo subsidia
parte do valor, o
empresário do ramo
sucroalcooleiro não se sente
à vontade para investir”, diz
ele. Embora seja um ramo
dos negócios que possa ter
desvantagens, sob alguns
pontos de vista, em relação
aos combustíveis fósseis, os
investidores que desejam
aplicar na matriz energética
também têm algumas
benesses, como crédito
especial do Banco Nacional
de Desenvolvimento
Econômico e Social
(BNDES), além da
desoneração do PIS e
Cofins. Nelson fala também
da presença cada vez mais
constante de carros do tipo
flex no mercado, outro fator
importante para o consumo.
“Hoje temos linhas de
crédito junto ao BNDES que
ajudam os produtores a
cobrir custos, sobretudo na
entressafra. Outra vitória foi
a desoneração do PIS e
Cofins, além da substituição
da frota antiga de veículos
leves pelos chamados flex:
98% dos carros vendidos no
Brasil admitem o uso tanto
do etanol quanto da
gasolina”, diz ele.
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