CIRCUITOMATOGROSSO
PANORAMA
P
G
3
CUIABÁ, 26 DE SETEMBRO A 2 DE OUTUBRO DE 2013
LOGÍSTICA
Economia mato-grossense poderia receber mais de US$ 3 bilhões anualmente do agronegócio se a logística fosse eficiente.
Por: Sandra Carvalho. Fotos: Mary Juruna e Gino César
MT perde US$ 70 por tonelada
Se Mato Grosso
tivesse uma logística à
altura do esforço e
vontade dos produtores,
poderia economizar US$
70 por tonelada
produzindo os atuais 45
milhões de toneladas de
grãos e, assim, injetaria
na economia anualmente
mais de US$ 3,150
bilhões. Os dados foram
apresentados durante o
Fórum Brasil Central do
Agronegócio, em Sinop,
Norte de Mato Grosso,
quando o debate central
foi a logística.
Segundo o produtor o
produtor rural e ex-
prefeito do município de
Água Boa, Maurício
Tonhá, Mato Grosso
poderá injetar na
economia brasileira,
anualmente, US$ 7
bilhões em dez anos,
quando a produção será
de 100 milhões de
toneladas de grãos,
segundo o Instituto Mato-
grossense de Economia
Agropecuária (Imea).
Tonhá também
apontou o déficit em
armazenagem, que
atualmente é de 25
milhões de toneladas. Ele
ainda evidenciou a
disparidade dos custos
com frente mesmo dentro
do Brasil. Em Mato
Grosso, o frete é de
aproximadamente US$
133 por tonelada,
enquanto no Paraná é de
aproximadamente US$
Obras do Rodoanel ainda
não foram retomadas
As obras da
Rodoanel, rodovia
projetada para funcionar
como uma nova
perimetral para a região
metropolitana de Cuiabá,
ainda não saíram do
papel após o Estado
anunciar a retomada
diante do abandono
Prefeitura de Cuiabá. Um
consórcio de empreiteiras
foi anunciado como
vencedor da licitação,
porém a ordem de serviço
ainda não foi anunciada
para a retomada da obra.
Os serviços estão
paralisados desde 2006
por conta de suspeitas de
irregularidades no
contrato firmado pelo
poder público municipal e
a empresa que estava
executando o projeto. No
ano passado, a Secretaria
Extraordinária da Copa
de 2014, assumiu a
construção em
andamento.
A expectativa é de
que a Rodoanel ajude a
desafogar o fluxo de
caminhões no Trevo do
Lagarto - entroncamento
de três rodovias
em Várzea Grande,
região metropolitana de
Cuiabá - e na Rodovia
dos Imigrantes, uma das
principais vias utilizadas
pelo transporte de cargas
na região.
Além disso, segundo
a Polícia Rodoviária
Federal, a construção da
via possibilitará que o
motorista de carro de
passeio não precise se
misturar ao fluxo de
carretas e demais veículos
pesados.
Os 52 km do
Rodoanel foram divididos
em três etapas para a
execução e o consórcio
vencedor da licitação
deverá ser responsável
pela primeira - que
consiste na duplicação do
trecho de 11 km entre o
Trevo do Lagarto e a
Avenida Antártica, em
Cuiabá. O conjunto do
projeto abrange também
a construção de uma
ponte sobre o Rio Cuiabá
e um viaduto no
entroncamento com a
rodovia federal BR-163. A
empresa vencedora da
licitação foi o Consórcio
Construtor Agrimat-
Atrativa-Exímia, que
propôs um orçamento de
R$ 137,6 milhões. Outros
38,5 Km do rodoanel
serão licitados
posteriormente, divididos
em dois lotes. O
orçamento global previsto
é R$ 346 milhões.
Esta segunda etapa
compreende a ligação
entre a rodovia federal
BR-364 e o Bairro Pedra
90, em Cuiabá. A terceira
é a duplicação do trecho
entre o Pedra 90 e a
Avenida Antártica. Para
essas duas últimas partes
da Rodoanel a Secopa já
está conduzindo os
respectivos processos
licitatórios. A obra do anel
viário está prevista no
Programa de Aceleração
do Crescimento (PAC), no
qual é autorizado realizar
o processo licitatório nos
moldes do Regime
Diferenciado de
Contratações (RDC), que
permite a contratação
integrada dos projetos
básicos, executivos e a
execução das obras.
(Foto: Mary Juruna)
BR 163: pronta em 2015
A BR 163 estará
totalmente concluída até
2015. A garantia é do
diretor geral do
Departamento Nacional
de Infraestrutura de
Transporte (Dnit), Jorge
Fraxe ao informar que o
trecho mato-grossense da
BR 163 está praticamente
consolidado, restando a
pavimentação de mil
quilômetros no estado do
Pará. A conclusão vai
possibilitar o acesso aos
portos do Norte do país e
assim resolver boa parte
dos problemas
relacionados ao
transporte da produção
agrícola. “O Norte é de
fato o melhor caminho
para Mato Grosso
acessar o mercado
consumidor
internacional”. Ele
reconhece que o principal
gargalo é a BR 163.
Segundo Fraxe, a
logística não é apenas a
estrada, o caminhão ou o
rio navegável. “Logística
é o sistema que
contempla o transporte, é
a intermodalidade que
faz com que as vias não
fiquem congestionadas”.
Para a produção
estadual, ele cita
importantes eixos modais,
além da BR 163, as BRs
242, 364, 158, 155 e
080, integrados às
hidrovias Tocantins,
Madeira e Tapajós.
MT-130 continua cheia
de buracos após reparos
Após bloqueio e
manifestações na MT-130
o governo do estado
colocou uma equipe para
recuperar a MT-130. Porém
um trecho de aproximado
200 metros, localizado há
cerca de 15 km do
município de Paranatinga
sentido Primavera do Leste,
ficou de fora do serviço
feito pela Secretaria de
Estado de Transporte e
Pavimentação Urbana
(Setpu). Foram gastos na
tal recuperação uma
grande soma em valores
oque torna inexplicável a
circunstancia. Enquanto isso
veículos pequenos e
grandes tem que enfrentar
os 200 metros de buracos
na MT 130, a tão sonhada
rodovia da economia.
(Com Edgar Costa.
Foto: Gino César)
43. Na comparação
entre países, o custo para
escoar de Mato Grosso
também é bastante alto.
Para escoar o grão de
Sinop à China, maior
compradora do grão,
gasta-se US$ 190 por
tonelada transportada,
enquanto os argentinos,
que fazem divisa com o
Brasil, gastam US$ 102,
ou seja, US$ 88 a
menos.
Isso tudo porque a
infraestrutura logística do
estado não acompanha
sua vocação. No Brasil, o
sistema de transporte é
feito com apenas 13% de
hidrovias, 25% de
ferrovias e 58% por
rodovias, que possui o
maior custo.
O diretor geral do
Departamento Nacional
de Infraestrutura de
Transporte (DNIT), general
Jorge Fraxe, palestrante
no painel, falou que o
Brasil não tem a cultura de
planejar ações e que, no
agronegócio, é necessário
avaliar o cenário desde o
plantio até a
armazenagem e o
transporte. “Só assim
teremos como saber a
dimensão do sistema
logístico, pois é muito
mais que uma estrada e
um caminhão”, frisou.
Sobre a necessidade
de planejar o futuro, ele
disse que os produtores
precisam de uma
estratégia de guerra para
sobreviver e fomentar a
produção.
Ainda segundo o
diretor-geral do Dnit,
agora é o momento de se
avaliar a duplicação da
BR-163 e de outras
rodovias. Para um melhor
planejamento, Fraxe
anunciou que serão
implantados 320 pontos
eletrônicos para registrar o
número de caminhões que
passam pela rodovia.
A questão indígena e
a extensão territorial são
apontados como motivos
da demora em se
viabilizar muitos
programas de
pavimentação. Mesmo
assim, o general Fraxe
entende que “o Brasil está
fazendo o planejamento
no tempo certo do seu
desafio”.
A l ém do s p r e j u í z o s po r con t a da s pé s s ima s cond i çõe s da s
e s t r ada s , p r odu t o r e s en f r en t am p r ob l ema s com a rma z enagem
Maurício Tonhá, produtor
rural em Água Boa
A conc l u s ão da ob r a de v e r e s o l v e r pa r t e do s
p r ob l ema s r e l a c i onado s à p r odu ç ão ag r í c o l a
Go v e r no mandou f a z e r s e r v i ç o pa l i a t i v o
po r ém um t r e c ho pe rmane c e i n t r an s i t á v e l
No v a v i a d e v e r á a l i v i a r c on s i d e r a v e l me n t e
o f l u xo de ve í cu l os no cen t r o de Cu i abá