EDIÇÃO IMPRESSA - 459 - page 14

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 26 DE SETEMBRO A 2 DE OUTUBRO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 2
YES. NÓS TEMOS BANANAS
TENDÊNCIAS
Por Edmilson Eid
Edmilson é arquiteto e
festeiro oficial da
Praça Popular
FAIXA AMARELA
CALDO CULTURAL
Por João Manteufel Jr.
João Carlos Manteufel,
mais conhecido como João
Gordo, é um dos publicitários
mais premiados de Cuiabá
Antigamente o Brasil
era considerado uma
república de bananas.
Não de pessoas bananas,
mas de um país produtor
do alimento tipo
exportação número um.
Com o tempo o país
perdeu esse estigma. Ou
pelo menos tínhamos
achado que havíamos
perdido.
– Não acredito, meu
bem, que liberaram essa
galera. O que vamos falar
pro Joãozinho? Como vou
ensinar o que é certo e o
que é errado? Como vou
dizer pra ele que ele tem
que trabalhar para
conseguir as coisas? Esse
tal de Celso tá de
sacanagem.
Flor tem razão na sua
indignação. O Brasil
passou por várias etapas.
Saímos de uma ditadura
militar, onde o país
investia forte em um
estado forte. A
contrapartida foi alta
demais. O estado
torturava de forma
medieval quem pensasse
contra os princípios
esdrúxulos aos quais uma
sociedade sem
democracia era obrigada
a suportar. Caiu com a
força do povo. Sob
consequência, vieram
Tancredo e as Diretas.
Veio a tão sonhada
democracia. A primeira
experiência foi desastrosa.
Coronel Sarney, vice do
presidente que nunca
assumiu, governou com
seus bigodes, tornando o
Brasil um país com uma
economia explosiva. Veio
um salvador da pátria,
verdadeiro bonitinho, e
não poderia ser pior.
Collor veio e mostrou
aos próximos presidentes
que só se governa um país
continental com histórico
corrupto tendo uma base
forte. Como tinha apenas
14 cargos de ministros,
acabou sofrendo o
impeachment.
O Brasil então
mudaria. Mudou pra pior.
Fernando e Lula
emolduraram um frágil e
duradouro crescimento
baseado no consumo,
expandindo a base, para
garantir a
governabilidade. Agora
são 39 ministérios
loteados entre situação e
oposição, tirando
qualquer um que fosse
contra a ditadura da
corrupção. Só que dessa
vez quem é contra não é
preso. Quem é contra é
comprado.
Aliás oposição é uma
coisa inexistente aqui do
lado de baixo do
equador. Todo mundo
espera a hora de roubar a
sua parte do pão. E
parece que esse pão vai
sobrando para todo
mundo.
– Você sempre diz que
o brasileiro é um abutre
sempre à espera de um
pedaço da carniça. Que o
diga o Juiz Celso, que
deve ter mastigado uma
boa parte de anca inteira.
E quantos, e mais quantos
Celsos não temos mundo
afora.
Flor dispara sua
metralhadora giratória.
Fico em silêncio. Ela
termina de encerrar a
conversa:
– Agora é a vez do
Brasil. Todo mundo sabe.
Com a Copa e com as
Olimpíadas, vamos nos
tornar uma grande
potência. Vamos voltar a
ser uma grande e imensa
república de bananas.
A cidade de Cuiabá
cresce mais de 5% ao
ano e os problemas de
infraestrutura aumentam
na mesma proporção. E
estão aí todas as
dificuldades que
enfrentamos no dia a dia
de uma cidade em
desenvolvimento
desenfreado, com
poucos recursos quando
se trata de melhorias e
ampliações para dar
melhores condições de
vida para a nossa
população.
O trânsito é um dos
maiores problemas da
maioria das cidades em
crescimento com
transporte público
inadequado e o número
crescente de usuários
com carros de passeio
que aumentam devido às
facilidades no mercado
de vendas. Com todos
esses transtornos, a falta
de estacionamento fica
cada vez mais
complicada. Poucos
lugares públicos e
estacionamentos
particulares com valores
altos que poucos têm
condições de pagar.
O novo projeto de
urbanização nas áreas
centrais, criando as
faixas amarelas em um
dos lados das ruas e
avenidas, vem causando
muito desagrado,
principalmente aos
comerciantes e
moradores, que não têm
o direito de estacionar
seu próprio carro em
frente ao seu imóvel.
Será que esta nova lei
não pensou neste
cidadão que paga seus
impostos corretamente?
Criticar é muito fácil
quando algum projeto é
implantado, mas é muito
importante que antes de
colocá-lo em prática
faça-se que o mesmo
passe por testes de
adequação e uma
consulta popular. Isso
ainda é democracia.
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