CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 26 DE SETEMBRO A 2 DE OUTUBRO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
Info: (65) 3365-4789
CADEIRA DE BALANÇO
PPor Carlinhos Alves Corrêa r
Carlinhos é jornalista
e colunista social
Rosemar Coenga é
doutor em Teoria Literária e
apaixonado pela literatura de
Monteiro Lobato
ALA JOVEM
PPor Rosemar Coenga
o
ROGER MELLO E OS MENINOS CARVOEIROS
NÃO DUVIDEM DO PRÓXIMO
Dias desses, numa roda de
intelectuais, comentaram sobre a coluna
“Cadeira de Balanço”, no sentido de que
ela não é escrita por este jornalista
cuiabano, pois dá enfoque em
informações educativas e é totalmente
voltada para acontecimentos vividos na
capital. Como diz o amigo artista plástico
João Sebastião Costa, devoto de São
Sebastião, que se afaste toda peste da
dúvida e da inveja humana. Não duvide
da capacidade humana, principalmente
de um cuiabano que tenta resgatar a
cultura que se encontra isolada das
pautas rotineiras. Aprenda a não
comentar fatos que você não vivencia, a
todo instante, pois para isto é necessário
ficar atento às suas emoções, raivas,
mágoas, rejeição, inveja. Ficamos
contentes, cada vez mais, muita gente do
bem elogia o nosso trabalho de resgate
cultural, fatos que marcaram a eterna
capital de Mato Grosso. Em outros planos
espirituais: Professora Guilhermina de
Figueiredo, Isabel Campos, Edna
Capocci, Mestre Inácio, China e tio
Virgilio Alves Corrêa, entre outros que se
preocuparam em manter a nossa
tradição. Tenho certeza que esses espíritos
de luz nos enviam vibrações positivas
para que nossa mente e fazem fluir boas
histórias da sua terra natal, para que não
fiquem no esquecimento. Quem luta tem
probabilidade de perder batalhas, mas se
perseverar lutando, certamente ganhará a
guerra.
CIDADE VERDE
Se Pascoal Moreira Cabral soubesse
da derrubada de árvores no centro
urbano da capital, não teria descoberto
esta cidade chamada Cuiabá. Dom
Aquino Corrêa, nas suas crônicas, contos,
poesia e demais escritos, sempre refletia
“Cuiabá, cidade verde”. Isto só ficou no
imaginário do título. Os poetas Carmindo
de Campos, Barnabé de Mesquita, Firmo
Rodrigues, Lenine Póvoas, Dunga
Rodrigues, Wanir Delfino Cesar, Luis
Philippe Pereira Leite, simples em suas
crônicas, referiam o eterno verde da
capital. A Cuiabá celebra vida, brinda a
vida. Os nossos governantes deveriam
fazer uma campanha do verde, plantar
em todas as avenidas, ruas, praças,
revoadas de verde, principalmente ipês,
que reluzem no verde fresco dos prados e
dos campos. Olhando as nossas
avenidas, ruas e praças, com a chegada
da primavera, as árvores foram
arrancadas, passarinhos não encontram
mais o ninho, o sol não consegue fazer o
cimento florescer. Onde a terra não
consegue mais respirar, a vida começa a
agonizar. Escute, ó homem, o coração
agonizante da terra-mãe, abre os olhos
para uma campanha chamada “Cidade
Verde”, para que este título dado pelo
ilustre cuiabano Dom Aquino Corrêa faça
jus a Cuiabá – Verdecap.
CONVERSANDO COM TERESA
Cada dia é uma página de um livro
chamado Vida, onde cada um escreve a
sua própria história. Que o vosso celeste
exemplo, Santa Terezinha do Menino
Jesus, pessoa na qual o amor sempre
arde para Jesus, erga um templo em
cada peito covarde e nos corações
endurecidos pela falta de fé. A cada dia,
conversando com Teresa, a alegria com
amor nos faz altruístas, sem o amor nos
faz egoístas. Seguimos os exemplos
deixados por Santa Terezinha, a falta do
amor no mundo do individualismo gera
conflitos, doenças, guerras e outras coisas
ruins que geram o rancor. Portanto, no
dia 1º de outubro celebramos Santa
Terezinha do Menino Jesus, também o Dia
Nacional dos Vereadores. Que tal a
Câmara Municipal de Cuiabá criar uma
lei instituindo Santa Terezinha como
padroeira dos vereadores da nossa
capital? Talvez a Luz Divina de Santa
Terezinha do Menino Jesus dê mais
credibilidade a esta Casa de Leis. O
amor de Santa Terezinha nos faz renascer:
quem ama perfuma os caminhos.
Nosso convidado desta semana
é o ilustrador e escritor Roger Mello.
Ele vem acompanhado do poeta
Manuel Bandeira com o livro
“Carvoeirinhos”, editado pela
Companhia das Letrinhas em 2009,
e que recebeu vários prêmios no
Brasil, entre eles o Prêmio de
Melhor Livro Ilustrado para Crianças
da Fundação Nacional do Livro
Infantil e Juvenil (2010). O título do
livro nos conduz ao poema de
Manuel Bandeira “Meninos
Carvoeiros”.
A cor da capa do livro chama a
atenção do leitor pelo predomínio
do cinza e do preto. O título
“Carvoeirinhos” apresenta nuances
nas cores: preto, cinza, vermelho,
laranja e amarelo, simbolizando,
respectivamente, o carvão, as cinzas
e o fogo. Na capa aparecem,
ainda, casinhas redondas de fazer
carvão. Uma labareda laranja e
vermelha, saindo de uma das
casinhas, dá colorido ao universo
cinzento e preto.
Se a capa é inovadora, mais
inusitada é a história – um
maribondo narrador tudo observa,
tudo conta, através do monólogo
interior. Há, também, a presença
de meninos carvoeiros que
interagem com o narrador.
No meio do livro – uma
surpresa – recortes de papel
coloridos em tons quentes, no
formato de labaredas, dão um
destaque especial às cores cinza e
preto que aparecem no fundo da
página. Duas páginas do livro são
ocupadas com casinhas de cupim
que mais parecem cidadezinhas
iluminadas. As larvas de vaga-lumes,
representadas por pontinhos da cor
laranja, acendem os cupinzeiros e tudo
parece iluminado.
A linguagem é poética, frases
curtas, ritmadas. É um livro que
denuncia poeticamente os males do
trabalho infantil. Denúncia semelhante
também pode ser registrada em
“Meninos do Mangue” do mesmo autor
(Companhia das Letrinhas, 2001).
Em 2007, a “Folha de S.Paulo”
publicou uma lista de livros que toda
criança deve ler antes de virar adulto e
lá estavam três livros de Roger Mello:
“A flor do lado de lá” (Ed. Global, livro
só de imagens); “Todo cuidado é
pouco (Ed. Companhia das Letrinhas) e
“Meninos do Mangue” (Companhia
das Letrinhas).