Rosemar Coenga é
doutor em Teoria Literária e
apaixonado pela literatura de
Monteiro Lobato
ALA JOVEM
Por Ro osemar Coenga
r
n
FAROESTE CABOCLO
Caio Porto Moussalem é
cinéfilo profissional... e sociólogo
nas horas vagas.
ARTE NÚMERO 7
Por Caio Porto Moussalem
o
sa
Nelson Cruz
nasceu em Belo
Horizonte. Em
1998, deixou de
ser ilustrador da
imprensa para se
dedicar aos livros
infantis. Desde
então, recebeu
vários prêmios,
dentre eles o 2º
lugar do Jabuti
com
Chica e João
,
o 3º lugar do
Jabuti na categoria
infantojuvenil com
No longe das
gerais,
em 2005, e
o 1º lugar no
Jabuti na categoria
melhor livro infantil
com
Os herdeiros do lobo,
em 2010.
Montado na mula Balalaika, com caderno e
caneta pendurados no pescoço, o escritor e
diplomata João Guimarães Rosa fez, em 1952,
uma viagem pelo sertão de Minas Gerais,
acompanhado de oito vaqueiros. Eles conduziram
gado da Fazenda Sirga, na cidade de Três
Marias, para a Fazenda Araçaí, no mesmo
Estado.
Durante os 11 dias da viagem, o escritor
perguntou sobre tudo a todos: “de cor de pedra
à casca de árvore, de nome de pássaros e bichos
aos apelidos de gente”. Guimarães Rosa anotou
tudo o que viu, ouviu e sentiu e, de seus escritos,
nasceram dois livros clássicos da literatura
nacional: “Corpo de Baile” e “Grande Sertão:
Veredas”. Os cadernos de Guimarães Rosa
serviram de inspiração para outro escritor: o
mineiro Nelson Cruz.
No
Longe das gerais
(2005), da Cosac Naify,
Nelson Cruz narra a condução de uma boiada
Faroeste Caboclo
,
de René Sampaio, é
baseado na música
homônima do Legião
Urbana. Um filme
dessa canção de 168
versos e nove minutos
de duração sempre foi
esperado. Essa é a
história de João de
Santo Cristo (Fabrício
Boliveira), um garoto
do interior da Bahia
que decide deixar a
dureza do agreste e ir
para Brasília.
Uma vez no
Planalto Central, ele
conhece o peruano
Pablo (César
Trancoso), “um neto
bastardo do seu
bisavô”, e começa a
UMA HOMENAGEM A GUIMARÃES ROSA
por Guimarães Rosa, no interior de Minas
Gerais, em 1952. Esta viagem, fato marcante
para toda a construção do imaginário simbólico
da obra de Rosa, foi refeita por Cruz que
percorreu as mesmas fazendas, estradas e
sertões em busca do repertório real que inspirou
a ficção de Rosa. Cruz nos oferece uma
homenagem a Guimarães Rosa, também
personagem da narrativa, em um belíssimo livro
ilustrado que acompanhas as veredas da qual
fazem parte algumas das figuras mais
emblemáticas da literatura brasileira, como a do
vaqueiro Manuelzão.
O fio condutor é o olhar de um menino
presente na boiada. Recomendado para jovens e
professores, esta é uma excelente introdução ao
universo de Guimarães Rosa. Nelson Cruz nos
oferece textos envolventes, com humor e poesia,
em boa medida ampliando o convite com suas
belas ilustrações, que sugerem grande
cumplicidade.
ajudá-lo a abastecer as festas da Asa Norte de
Brasília com um “bagulho” de boa qualidade. O
destino coloca Maria Lúcia (Ísis Valverde) em sua vida
e eles se apaixonam, mas nem tudo são flores, pois
Jeremias (Felipe Abib), “um traficante de renome,
apareceu por lá”. Ele e João travarão uma guerra
particular que vai culminar em um duelo no estilo
faroeste.
Depois da decepção com
Somos Tão Jovens
é um
verdadeiro alívio ver um roteiro eficiente e atuações
tão sólidas como as de Boliveira e Valverde. As
modificações na história original são ótimas, pois
deram o devido tom cinematográfico a um filme que,
se fosse uma simples transliteração dos versos de
Renato Russo, se transformaria em um extenso
videoclipe. O resultado é muito agradável, pois
mesmo retratando as desigualdades sociais do Brasil
(um tema bem batido), o filme o faz sem o típico teor
excessivamente panfletário. Corro o risco de ser
linchado pelos fãs de Legião Urbana, mas ouso dizer
que, por ser narrativamente mais eficaz, o filme é
talvez melhor do que a própria canção que o
originou.
CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 6 A 12 DE JUNHO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 2
MELHOR REMÉDIO
Por José Augusto Filho
GAFE NA SAÚDE MUNICIPAL
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de programas de
variedades
São Paulo comemora
mais uma Parada Gay. Na
física Lei de Newton, na
lógica Lei de Murphy e na
Parada Gay Lady Gaga, o
mundo é “rainbow”.
Enquanto isso, na
Unirondon, alunos da área
de saúde distribuíram
camisinhas junto com um
panfleto feito pela Prefeitura
e Secretaria de Saúde
Municipal que eu até duvidei
que tivesse sido elaborado
pelo pastor Marcos Feliciano
(aquele da chapinha):
quando o panfleto fala
sobre as formas de
contaminação, traz uma
ilustração tosca de dois
homens praticando sexo
anal com a informação:
“Assim pega”. Pega uma
“voadeira” em quem fez
essa arte. O panfleto, que
deveria ser informativo,
mostrou-se preconceituoso,
homofóbico e ainda associa
Aids ao sexo entre homens,
como mostra a ilustração.
Quer dizer que só pega Aids
através de sexo anal com
homens, com mulher,
não??? Oh, Mauro Mendes,
o que que é isso??? A
Secretaria de Saúde, que
deveria informar, orientar e
tratar de um assunto tão
sério que é a Aids, não
poderia jamais, em tempo
algum, cometer tamanha
gafe. E aê, Kamil Fares???
Até quando vamos ver
homossexualidade
associada a doença, atitude
associada a
comportamento??? Às vezes
tenho a impressão que ao
invés de progredirmos
estamos andando para trás,
estamos a cada dia mais
atrasados, mais atrasados
do que as obras da Copa.
E assim se fomenta o
preconceito:
Gay=DST=Aids. Vale
lembrar que de acordo com
o Ministério da Saúde
(Departamento de DST Aids
e Hepatites
Virais),
quanto
à forma de
transmissão:
nas mulheres,
86,8% dos
casos
registrados
em 2012
decorreram
de relações
heterossexuais
com pessoas
infectadas
pelo HIV; entre os homens,
43,5% dos casos se deram
por relações heterossexuais,
24,5% por relações
homossexuais e 7,7% por
bissexuais. O restante
ocorreu por transmissão
sanguínea e vertical. Associar
homossexualidade a doença
é mais que uma gafe, é um
absurdo.
Esses panfletos
provavelmente continuarão a
ser distribuídos pelas escolas,
onde há uma parcela
grande de jovens que está se
descobrindo sexualmente. E
o que eles ganham como
apoio??? Um panfleto
aterrorizante e sentenciando:
“Se fizer sexo com outro
homem, vai pegar Aids”, é
quase igual àquele “a Cuca
vem pegar” de quando a
gente era criança.
Intimidação, coação não
vale, hein? Eu sugiro que
recolham esses panfletos e
façam ou bandeirolas ou
fogueira, aproveita a festa
junina e some com esses
panfletos; ninguém nem vai
notar.
TENDÊNCIAS
Por Edmilson Eid
EFEITOS TRIDIMENSIONAIS (3D)
Edmilson é arquiteto e
festeiro oficial da
Praça Popular
Na Expo Revestir
2013, um dos grandes
sucessos dos vários
lançamentos da feira
foram os revestimentos 3D
que se destacaram em
meio à grande variedade
de acabamentos. Repletos
de texturas e volumes,
implantam uma nova
tendência de
modernidade nos
ambientes internos e
externo de uma obra.
O revestimento 3D,
também chamado de 3D
board, é uma novidade
que promete revolucionar
o mercado de materiais
de construção. Os
produtos que prometem
este efeito moderno e
diferenciado apresentam
alta tecnologia e podem
ser aplicados em todos os
tipos de superfícies.
O jogo tramado entre
as texturas e cores deixa
a decoração com um
efeito personalizado e
dinâmico. Ideal para
ambientes sofisticados ou
lúdicos, o revestimento 3D
atua como pano de fundo
nos cômodos, com a
incrível capacidade de
colorir e texturizar.
As quantidades de
opções de lançamentos
deixam qualquer
consumidor em dúvida na
hora da escolha deste
produto, pois a
diversidade é enorme e as
composições mais comuns
são os cimentícios, as
cerâmicas, as fibras
naturais, inox, PVC,
pedras naturais laminadas
com um milímetro de
espessura e madeira.
As sensações
provocadas na colocação
desses acabamentos dão
ao ambiente sua
personalidade, e com
ajuda de uma iluminação
planejada aumentam
ainda mais o efeito
tridimensional.
O bom gosto do
arquiteto junto ao seu
cliente faz a diferenciação
na aplicação do
revestimento. Esta é a
nossa dica.