Página 18 - EDIÇÃO IMPRESSA - 443
Versão HTML básica
CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 6 A 12 DE JUNHO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
PPor Carlinhos Alves Corrêa r
Carlinhos é jornalista
e colunista social
BRASIL, PERSPECTIVA E FUTURO
REFLEXOES
PPor Marco R Ramos
Marco é numerólogo, advogado
e troca de nome de acordo com a
energia do momento
BELEZA CUIABANA
Elegância, charme, postura e boa
formação social primavam na boa educação
que as famílias cuiabanas davam para seus
filhos. Na terra da Cuiabá dos meus amores, a
beleza cuiabana desfilava, simpática, um
conjunto de belas meninas que inspiravam
poesia; elas enchiam os olhos dos fotógrafos
da época e que tinham o prazer de fotografá-
las. Até hoje as mulheres que encantaram uma
multidão pela beleza: as irmãs Loescir e Leda
Addor, Emilinha Miraglia, Regina
Epaminondas, Aci Cardoso, Maria Elia, Ana
Maria Pereira Leite, Átila Alzita, Mariluci Aquino,
Antonieta Muzzi, dentre outras. Não se
esquecendo das misses Mato Grosso: Moacir
Metello e Sandra Butakka, lembradas até hoje
como o marco da beleza cuiabana.
É SÃO BENEDITO!
Na terra de Maria, João, Antônio, Brás,
Joaquim, Salustiano, Vitorino, todos louvaram
São Benedito. Isto é que é fé. O santo festeiro
da Cidade Verde, como dizia Dom Aquino
Corrêa, conquista diversos segmentos da
sociedade, não importando a religião, pois
Benedito é sempre bem visto. D. Esculápia,
uma senhora de quase 100 anos, tem boas
lembranças das festas de São Benedito, que
eram celebradas individualmente pelos
festeiros. Cuiabá vivia os seus momentos de
glória durante cinco dias, com chá com bolo,
almoço, jantar e baile na casa da festa. Na
véspera, armazenavam-se mantimentos,
biscoitos, bebidas, para serem consumidos
durante o evento. Com o passar do tempo,
passou a ser coletiva a festa, ajuntando-se
todos os festeiros e organizando-se a grande
festa de São Benedito. E a multidão dizia: “É
São Benedito!”. Até hoje esta fé é viva, já
chegando aos 300 anos.
SUMIU A VIZINHANÇA
Inesquecível a minha infância nos bairros
Baú, Lixeira e Araés, quando conhecia quase
todas as famílias. Hoje, quando passo pelas
ruas Vila Maria, São Benedito, São Francisco,
do Carmo, Corumbá e Boa Visita, vejo que se
exalou a boa vizinhança, só ficou na
lembrança. O progresso chegou, muitas
famílias venderam os seus imóveis para o
comércio, para os edifícios conhecidos como
arranha-céus. A vida moderna distanciou as
pessoas. Dá saudade de não ver a cara do
vizinho ou daquele morador da rua tal todos
os dias, não escutarmos mais o vizinho falar
nem cantar. Parece a doença da solidão.
Sumiu a vizinhança, a boa convivência
humana, cheia de respeito e calor humano.
Tenho saudades do abraço amigo, do bom
dia, boa tarde, boa noite, como que vai?... o
disse me disse das comadres, a nossa vizinha
ou aquele amigo da rua que fazia nosso
coração transbordar de felicidade.
TAPETE VERMELHO
O prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes, e a
primeira-dama, Virgínia Mendes, recebem com
maior maestria na rampa do Palácio Alencastro
os festeiros, devotos do Divino 2013. Tudo me
fez lembrar da grã-finagem urbana que se
expandia para os eventos palacianos ou bailes
oficiais. A posse dos governadores, recepcionar
autoridades ou visitantes, dignas de serem
recebidas com pompa. Nos governos de João
Ponce de Arruda, Fernando Corrêa da Costa,
Pedro Pedrossian, José Garcia Neto, José
Fragelli, Júlio Campos, o glamour corria solto
no tapete vermelho da rampa do Alencastro.
Espiando do outro lado da Praça Alencastro,
agrupava-se o “pessoal do sereno” ou os
Não sou economista, muito menos
especialista em mercados, mas analisando o
momento atual, sem deixar de olhar para
trás, de onde saímos, e imaginando uma
perspectiva futura, vemos que avançamos
muito sim, é claro, mas olhando de maneira
mais dura e racional, vemos que poderíamos
ter avançado muito mais. Após a
estabilização econômica, proporcionada pelo
governo Fernando Henrique, o sonho do
brasileiro à época era viver numa economia
estável e que pudesse fazer um planejamento
do futuro e ter um ambiente mais tranquilo
para o seu crescimento e empreendedorismo.
Também tínhamos gana de consumo, de ter
acesso a itens que por anos apenas
sonhávamos. Nossa indústria estava há
décadas atrasada e nos disponibilizava
produtos defasados, mas com preços maiores
do que os de fora. Algumas coisas ainda não
mudaram muito quanto a isso! Hoje, depois
de 10 anos com um crescimento baseado no
consumo apenas, e não nos investimentos, na
exploração de nosso mercado interno, nos
deparamos numa encruzilhada em que não
sabemos que modelo usar para o próximo
“sapos”, como se dizia. Ficavam de plantão até
o dia raiar, atentos à chegada dos convidados.
No dia seguinte, os comentários. Críticas aos
pares das autoridades, e os fatos marcantes da
noite festiva palacianas tendo como passarela,
na rampa, o “tapete vermelho”. Boas
recordações.
ciclo de crescimento, se é que ele vem e será
sustentável por mais alguns anos, ou
décadas. O Brasil é dos Brics (Brasil, Índia,
China, Rússia e agora África do Sul), o com
menos poupança interna, ou seja, nossas
famílias aprenderam, com o estímulo do
governo, petista vale dizer, a gastar tudo, não
fazer economia alguma. Pior: gastar todo o
seu salário, comprometendo toda a sua
renda em cima de valores absurdos sendo
cobrados pelos bancos nas mais diversas
linhas de crédito. Bancos estes que a meu ver
são criminosos travestidos de instituições legais
respaldadas pelo governo, pois cobram juros
de 15% ao mês! A inflação está dando sua
cara, o mercado externo, com o
fortalecimento da economia americana, que
vai voltar a crescer, pois são competentes, está
voltando a fortalecer o dólar, o que pode
fazer nossa inflação aumentar ainda mais.
Ano que vem temos Copa do Mundo e
eleições presidenciais. O governo petista, na
ânsia de se perpetuar no poder e com medo
de um novo governo assumir e vasculhar a
sujeira debaixo do tapete, vai fazer de tudo
para não largar o “osso”. O risco que temos
é em 2014 vermos todo tipo de maquiagem
para mascarar nossa economia real e depois,
com o fim do Circo da Copa e com a
eleição já ganha, nossa economia se
deteriorar. Há este risco? Sim, enorme,
infelizmente! E com isso vermos todo o
processo de estabilização que nos custou caro
e vários planos rolar morro abaixo. Pior de
tudo é que este governo que aí está se
acostumou a fazer medidas midiáticas para
ocultar suas falhas e falcatruas, mas nada de
real na prática, e deixou de lado as ações
mais importantes a serem resolvidas nesses 10
anos de poder em que seus líderes se
encontram sentados no Palácio do Planalto
como “Reis Soberanos”. Nossa infraestrutura e
a educação ficaram em segundo plano, e
agora, num ato de desespero, vemos alguma
coisa tentando ser mexida a toque de caixa,
mas pode ser tarde e podemos ter perdido o
“time” da história. Mas o tiro pode sair pela
culatra, a mesma estabilização que não foi
feita pelo PT, mas terreno sobre o qual
construíram seu governo, pode ser a inflação
agora o câncer que vai tirar este partido do
comando, infelizmente! Pois poderia ser pelo
voto, escolha e sensatez do eleitor que
precisar entender que alternância de poder
faz bem para a democracia! E não pelo
desequilíbrio de nossa economia!
