CIRCUITOMATOGROSSO
PANORAMA
P
G
3
CUIABÁ, 28 DE AGOSTO A 3 DE SETEMBRO DE 2014
FRUTICULTURA
Evento traz pesquisadores a Cuiabá
Capital mato-grossense sedia pela primeira vez o Congresso Brasileiro de Fruticultura, reunindo pesquisadores de todo o país
Sandra Carvalho
Pesquisadores de
todo o Brasil que
estudam a produção de
frutas no país
participam, até o dia 29
de agosto, no Centro de
Eventos do Pantanal, em
Cuiabá, do XXIII
Congresso Brasileiro de
Fruticultura. O evento
chega pela primeira vez
a Mato Grosso para
despertar o estado para
o cultivo de fruteiras
como alternativa de
produção,
principalmente para
assentados e pequenos
agricultores. Sob a
temática Fruticultura:
Oportunidades e
Desafios para o Brasil,
pesquisadores e
empresários estão
apresentando iniciativas
de sucesso e gargalos
do setor no Brasil e no
estado.
De acordo com
dados apresentados pelo
presidente da 23ª edição
do evento, professor
João Pedro Valente, da
Universidade Federal de
Mato Grosso (UFMT), o
Pesquisadores,
produtores, estudantes e
participantes do XXIII
Congresso Brasileiro
de Fruticultura visitaram
as instalações do
laboratório de Cultura de
Tecidos da Empresa
Mato-grossense de
Pesquisa, Assistência e
Extensão Rural (Empaer),
onde conheceram a
multiplicação de mudas de
bananeira da variedade
farta velhaco, mais
conhecida como banana
da terra.
As mudas são
produzidas in vitro e
livres de doenças, pragas,
resistentes a Sigatoka
Negra e ao Mal do
Panamá e com a
vantagem de produzir até
40% a mais que as plantas
convencionais.
O pesquisador e
coordenador do
laboratório de Cultura de
Tecidos, Gustavo Alves
Pereira, explica que o
trabalho de pesquisa é
inédito no Estado de Mato
Grosso e pretende
apresentar resultados para
o produtor rural no final
de 2015. Ele destaca que
métodos de propagação e
produção de mudas in
vitro vêm sendo
desenvolvidos e
aperfeiçoados para elevar
a taxa de multiplicação em
curto espaço de tempo e
melhorar a qualidade das
mudas.
Conforme Gustavo,
80% dos bananais do Vale
do Rio Cuiabá foram
dizimados devido ao
plantio de mudas
propagadas pelo método
tradicional (rizoma), que
transmitem doenças e
pragas para novas áreas.
Com a micropropagação
será possível obter mudas
de qualidade e a
introdução de variedades
resistentes. O projeto de
pesquisa foi aprovado
pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento
Científico e Tecnológico
(CNPq) e Fundação de
Amparo à Pesquisa de
Mato Grosso (Fapemat)
com a finalidade de
oferecer mudas de
bananeira de qualidade.
Os participantes
conheceram o processo
de micropropagação da
cultura da bananeira e
verificar in loco o
trabalho de pesquisa
desenvolvido pela
Empaer.
Participantes aprendem
sobre banana da terra
Suco Melina é exemplo de qualidade
A Fazenda Melina,
produtora do Suco de
Uva Melina –
localizada em Mato
Grosso – foi
apresentada na
abertura do XXIII
Congresso Brasileiro
de Fruticultura como
exemplo de padrão
internacional de
qualidade.
Michel Leplus,
diretor da
agropecuária,
apresentou os itens
exigidos pelo programa
Garantia de Origem
para o fornecimento
do Suco Melina à
multinacional
Carrefour e
devidamente
cumpridos.
Os cinco
princípios do
programa são: sabor,
preço justo,
autenticidade,
segurança do alimento
e desenvolvimento
sustentável. “Esse
programa foi criado na
França em 1992 com a
finalidade de assegurar
ao consumidor das
lojas Carrefour,
alimentos mais
seguros, produzidos
de forma
ambientalmente
correta e socialmente
justa”, explica Leplus,
orgulhoso por atender
todas as exigências da
multinacional.
E com o selo de
Garantia de Origem o
consumidor tem a
certeza de que os
produtos estão
totalmente livres de
aditivos, hormônios,
resíduos de defensivos
e de qualquer tipo de
substâncias que
possam alterar as suas
características
naturais.
“São produtos que
não trazem riscos à
saúde, integralmente
controlados, de
procedência rastreada
com toda garantia e
segurança”, acrescenta o
diretor da Agropecuária
Melina, que anualmente
recebe técnicos do
Carrefour em sua
propriedade para apurar
centenas de itens que
compõem as exigências
da multinacional para
comprar produtos
alimentícios.
O Congresso
Brasileiro de
Fruticultura é o maior
evento técnico-
científico da área no
Brasil. A primeira
edição foi em 1971, em
Campinas (SP), sempre
reunindo profissionais
de pesquisa, ensino e
extensão, produtores,
empresários e
empresas públicas e
privadas interessadas
neste setor do
agronegócio brasileiro.
O evento é
promovido pela
Sociedade Brasileira de
Fruticultura (SBF), que
apoia o
desenvolvimento da
fruticultura nacional e
propõe medidas em
defesa do setor e pelo
fortalecimento do
Mato Grosso sedia
evento pela primeira vez
segmento. Formada
por mais de 1000
associados, a SBF
também publica
periodicamente a
Revista Brasileira de
Fruticultura (RBF).
Esta é a primeira
vez que Mato Grosso
recebe Congresso
Brasileiro de
Fruticultura. A 23ª
edição do evento é
realizada pela
Universidade Federal
do Mato Grosso
(UFMT), o Conselho
Regional de Engenharia
e Agronomia de Mato
Grosso (Crea-MT),
Governo do Estado de
Mato Grosso e pelo
Ministério da
Agricultura, Pecuária e
Abastecimento
(Mapa).
estado tem hoje cerca de
148 mil propriedades
rurais. Desse montante,
praticamente 100 mil se
encaixam como
pequenas e médias
propriedades. É para
esse público que a
fruticultura se apresenta
como uma alternativa
viável, afirma Valente.
Pensando nesses
pequenos produtores,
uma equipe de
pesquisadores do
Departamento de
Agronomia da
Universidade do Estado
de Mato Grosso
(Unemat) criou o
programa MT
Fruticultura.
Coordenado pelo
professor William
Krause, o projeto é
executado na região
central do Estado desde
2013 e tem como
objetivo fortalecer a
fruticultura e promover
o desenvolvimento
econômico sustentável
da agricultura familiar.
Foi criada uma unidade
demonstrativa em
fruticultura dentro do
campus para promover a
capacitação de
produtores rurais e
técnicos da área.
O local conta com
sete espécies de
fruteiras e já atendeu
408 pessoas.
Na análise do
professor Krause, a
fruticultura tem um
grande potencial na
região central do estado,
onde foram mapeados
cerca de 8 mil pequenos
produtores rurais em 15
municípios. Segundo
ele, o cultivo de
fruteiras tem uma
característica social
forte, pois utiliza mão
de obra familiar e tem
alto retorno em
pequenas áreas de terra.
“É uma excelente
alternativa. Temos
condições de clima e
solo para fruteiras de
clima tropical”, defende
o pesquisador.
O cultivo de
fruteiras – acrescenta o
presidente do
congresso, João Valente
– ainda tem como
vantagem o
repovoamento de áreas
degradadas que não
servem para a produção
de grãos e a melhora da
qualidade de vida da
população tanto do
campo quanto da cidade,
já que a produção de
frutas no estado
reduziria o preço do
produto, tornando-o
mais acessível aos
consumidores.
Todas as vantagens,
bem como as
dificuldades que
precisam ser superadas
para a estruturação da
fruticultura em Mato
Grosso, serão
apresentadas durante a
mesa-redonda do dia 27,
que vai debater a
situação da fruticultura
no Estado.
Ao todo são sete
mesas-redondas, 10
minicursos, seis
conferências e
apresentação de 970
artigos científicos que
vão apresentar novas
tecnologias, inovações,
descobertas e cases.
Um dos momentos
de destaque será o
Prêmio Jovem Cientista
em Fruticultura,
concedido ao melhor
trabalho de iniciação
científica e às melhores
dissertações de
mestrado e teses
doutorado desenvolvidos
na área de fruticultura
nos últimos cinco anos
no país. Foram
selecionados cinco
finalistas para cada
categoria (doutor,
mestre e graduando) e
as defesas dos trabalhos
acontecem nos dias 27 e
28 de agosto. A
Comissão Científica
Julgadora é composta de
pesquisadores indicados
pela Sociedade Brasileira
de Fruticultura
(SBF). Confira os
finalistas e os horários
das apresentações.
Um dos principais temas do evento refere-se ao padrão
de qualidade dos produtores brasileiros
Evento contou com a organização da Universidade Federal
de mato Grosso, cientistas e apoio dos produtores
Todo o processo de produção do Suco Melina
tem rigoroso acompanhamento técnico
Agropecuária Melina atende todas as exigências
da multinacional Carrefour