EDIÇÃO IMPRESSA - 482 - page 17

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 3 A 9 DE ABRIL DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 5
Rosemar Coenga é
doutor em Teoria Literária e
apaixonado pela literatura de
Monteiro Lobato
ALA JOVEM
Por Rosemar Coenga
ROGERMELLO: O POETADA ILUSTRAÇÃO
ABCDEF....GLS
Por Menotti Griggi
Menotti Griggi é
geminiano, produtor
cultural e militante incansável da
comunidade LGBTT
MUDANÇAS NO TEMADAPARADALGBT DE SP
Nosso convidado desta semana é
o ilustrador e escritor brasileiro
Roger Mello. O ilustrador ganhou o
prêmio Hans Christian Andersen
(2014), atribuído pelo Conselho
Internacional sobre Literatura para os
Jovens (IBBY) a autores de literatura
para a infância e a juventude.
O prémio Hans Christian
Andersen, de caráter bienal e que
adota o nome do escritor
dinamarquês, é considerado o Nobel
da literatura infantil e juvenil e foi
atribuído pela primeira vez em 1956.
Nascido em 1965 em Brasília,
Roger Mello já ilustrou diversos
livros. Recebeu o prêmio suíço
Espace-enfants em 2002 e no mesmo
ano foi vencedor do prêmio Jabuti nas
categorias literatura infantojuvenil e
ilustração com
Meninos do Mangue.
Publicou as seguintes obras:
Uma
história de boto-vermelho
(1995),
Bumba meu boi Bumbá
(1996),
Maria
Teresa
(1996),
Cavalhadas de
Pirenópolis
(1997),
Nau catarineta
(2004), dentre outras.
Em 2007, a “Folha de S.Paulo”
publicou uma lista de livros que toda
criança deve ler antes de virar adulto
e lá estavam três livros de Roger
Mello:
A flor do lado de
(Ed.
Global, livro só de imagens);
Todo
cuidado é pouco
(Ed. Companhia das
Letrinhas) e
Meninos do Mangue
(Companhia das Letrinhas).
Acrescentamos mais dois livros para
completar cinco:
Jardins
(Ed. Manati,
texto de Roseana Murray e belíssimas
ilustrações de Roger Mello) e
Carvoeirinhos
. Em 24 anos de
carreira (1990-2014), ilustrou quase
100 livros, sendo 19 de sua inteira
autoria (texto e imagem), e neles
nota-se um grande interesse por
temáticas brasileiras: festas, lendas,
religiosidade, artesanato, brinquedos
e brincadeiras, animais, plantas, tipos
humanos, ocupações. Entre as muitas
influências que identificamos em suas
ilustrações, saltam aos olhos as cores
tropicais e a arte popular, numa
linguagem que incorpora elementos
significativos do imaginário
brasileiro.
Roger é o primeiro ilustrador da
América Latina a receber um
reconhecimento dessa importância,
que abre as portas também para o
Brasil e para o trabalho tão relevante
que nosso país tem feito na área da
literatura para crianças e jovens.
Parabéns, Roger Mello! Parabéns,
Brasil! Viva a literatura infantil
brasileira, cada vez mais ocupando
lugar de ponta no mundo.
O Portal Gay1 de São Paulo
divulgou matéria informando que após
pressão de travestis e transexuais, a
Parada do Orgulho LGBT de São Paulo
mudou o tema deste ano. A 18ª edição
do evento, marcada para o dia 4 de
maio, na Avenida Paulista, vai pedir a
aprovação do projeto de lei de
identidade de gênero que autoriza
travestis e transexuais a trocar nome,
foto e sexo em documentos oficiais
sem a necessidade de fazer cirurgia de
readequação sexual, terapia hormonal
ou autorização judicial.
AAssociação da Parada do Orgulho
GLBT (APOGLBT) decidiu alterar o
tema durante reunião da diretoria com
transexuais. De acordo com o
presidente da entidade, Fernando
Quaresma, ficou acordado que o lema
será “País vencedor é País sem
HomoLesboTransFobia! Chega de
Mortes! Criminalização Já! Pela
aprovação da Lei de Identidade de
Gênero!”.
Outros cinco diretores da
APOGLBT, após período de
recebimento de sugestões de tema,
haviam escolhido “País vencedor é País
sem Homofobia. Chega de Mortes!
Criminalização Já!”. A proposta retoma
o pedido de aprovação do PLC 122/
2006 que pune homofobia.
A direção da entidade havia
publicado, em fevereiro, no seu site
que o tema não poderia ser alterado.
No entanto, a posição foi revista. “O
tema não mudou. O tema é o mesmo.
Incluímos homolesbotransfobia.
Acrescentamos o pedido de aprovação
da Lei de Identidade de Gênero”,
afirmou Quaresma.
A ativista transfeminista Daniela
Andrade, de 33 anos, participou da
reunião que alterou o tema do evento
deste ano. Foi ela quem criou a petição
online. “A Parada tem 18 anos e
nenhuma edição teve um tema
específico para o ‘T’ da sigla LGBT.
As transexuais e travestis, certamente,
são a população mais vulnerável do
ponto de vista socioeconômico. Muito
da violência sofrida por ‘trans’
acontece porque não há o
reconhecimento legal do Estado
brasileiro para essa população”. Para
Daniela, a mobilização nas redes sociais
levou à mudança. “Foi uma vitória da
população trans e de seus aliados”,
disse.
O psicólogo e escritor João Nery,
de 64 anos, que deu nome à lei de
identidade de gênero, é considerado o
primeiro transexual masculino do
Brasil. Ele comemorou a decisão da
direção da Parada. “Estou felicíssimo.
Afinal, lutei para isso”, afirmou. “A
mudança do tema da Parada dá
visibilidade às ‘trans’ e aos ‘trans’ com
uma lei que os libertará dos
constrangimentos, da doença e das
obrigações cirúrgicas e terapêuticas.
Dá visibilidade não mais como alegorias
da Parada, mas como cidadãos que
somos”, completou.
A Parada LGBT de SP este ano
acontecerá em maio por causa do
calendário da Copa do Mundo.
1...,7,8,9,10,11,12,13,14,15,16 18,19,20
Powered by FlippingBook