EDIÇÃO IMPRESSA - 482 - page 18

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 3 A 9 DE ABRIL DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
APONTADOSGOVERNANTES
Nada contenta a população, muitas vezes
as dúvidas são o fator primordial em julgar os
outros. Isto já aconteceu em diversas
administrações do Estado e isto tambémestá
acontecendo nestas obras quemovimentama
Grande Cuiabá. Todo homempúblico que faz
obras marca a sua administração, muitas vezes
é apontado sempre comdescaso pela
população. Quando o governador Dr. José
Fontanillas Fragelli construiu oPalácio
Paiaguás, algumas pessoas foram contra. Na
administração de Garcia Neto, neste avanço do
Centro de Reabilitação, Casa doArtesão, teve
os do contra, hoje isso só fica na lembrança.
Outro que foi tachado de louco em abrir a
AvenidaMiguel Sutil e oCentro de Eventos do
Pantanal foi o saudosoDante deOliveira, foi
umgoverno de visão futurista.Avisão de Júlio
Campos em dar ao Estado uma nova forma de
administrar, hoje temgente que fala: “que
saudades do governo de Julinho!”. No governo
de Carlos Bezerra, a grande meta foi o
saneamento básico, a sua preocupação era o
meio ambiente. OProjeto Cura, na
administração deRodrigues Palma, mudou a
cara dos bairros de Cuiabá, ainda havia os que
eram contra emver a beleza da cidade.
QuandoWilson Santos abriu aAvenida das
Torres, muitos duvidaram, hoje as pessoas
dizem: “oGalinho estava certo”. Coma alma
cuiabana, BlairoMaggi foi o único governador
do Estado no restauro do patrimônio histórico.
Ogovernador Silval Barbosa é umgovernante
criticado com as obras da Copa. Depois de
alguns anos a população vai dizer: “foi um
excelente governador oSilval Barbosa”.A
grandeza das obras que fazemos não está na
sua publicidade, mas no amor que nelas se
esconde.
DESVALORIZAÇÃOPROFISSIONAL
Na década de 70, 80, 90 e 2000, sempre
ouvia as pessoas endinheiradas dizendo que
quando iam agendar um evento, visavam o
melhor que podiam oferecer aos seus
convidados, ou mesmo querendo aparecer
para a sociedade de consumo. Certa vez,
ouvi numa roda uma cuiabana de alma dizer:
“vou trazer buffet de fora”. Simplesmente
respondi: temos Elza Biancardini, Galdina,
Telé Vieira, que dava show em qualquer
chefe de cozinha cinco estrelas. Já na alta
costura, só no eixo Rio-São Paulo e Belo
Horizonte, se esquecendo que tínhamos
também a alta-costura cuiabana, como:
MariaVieira, Zezita Réche, Sônia Gama,
Oscarlina Palma, Lucy Spinelli, Elza Dutra,
Mariinha, entre outras que davam show em
bom gosto. Nada mudou o comportamento
humano, as concorrências matrimoniais
estão em alta na capital, também envolvendo
diversos tipos de eventos pomposos,
trazendo profissionais de outros grandes
centros para dar brilho aos eventos. O
AVITRINE COPADOMUNDO
REFLEXOES
Por Marco Ramos
Marco é numerólogo, advogado e
troca de nome de acordo com a
energia do momento
clássico e o chique vão ficando à distância, o
forte é a concorrência mesquinha, querer ser
o melhor evento do ano. Aarte de receber
dos anfitriões aos seus convidados deixa a
muito a desejar, só fica na lembrança do
serviço do luxo e da vaidade. Ainda tem
gente que surra os comentários maldosos.
CUIABÁDOSFATOS
Cuiabá sempre teve os seus tipos
populares, que muitas vezes eram olhados
com descaso pela sociedade que preferia
ficar à distância, para depois criticar ou agir
com preconceito, principalmente as famílias
abastadas. Muitas figuras marcadas em
Cuiabá se tornaram fatos e histórias, pessoas
conhecidas de famílias importantes, nas
quais o respeito era acima de tudo. Uma
figura querida, estimada por toda a criançada
da época, era a Preta, muitos governantes
filhos da terra nunca homenagearam esta
moça menina-moça. Outra figura carismática
era o Mexidinha, não podia ver uma música
tocar ele se mexia todo, principalmente na
época de carnaval em frente à Casa João
Cabral. Outro tipo popular lembrado,Antonio
Peteté, gostava de acompanhar procissão na
música “Bendito louvado seja”, ele
interpretava: “Colete tudo é o tu da mãe”.
Religioso extremo, criado no bairro do Baú,
Zé Boloflor, com o seu carrinho de mão,
abastecia os cabarés com latas d’água e
ainda tinha tempo para compor música, era
tachado pela população como louco e tarado.
Outra que revolucionou foi a lavadeira Maria
Taquara, trabalhava em várias residências
cuiabanas, era criticada por muitos por sua
altura e tida como louca. Hoje, vemos certos
tipos populares serem destaque emmúsicas,
telas, praças, artes, até mesmo em nomes de
restaurantes, mas quando eram vivos a
sociedade marginalizava. Aconsciência é o
melhor livro de moral que temos e aquele a
que mais se deve consultar.
Menos de 90 nos separam desta enorme
vitrine que vai expor o país e construir ou
reconstruir nossa imagem diante do mundo.
De norte a sul, doArroio ao Chui, de
leste a oeste, do Rio Grande do Sul ao
Amapá, o que iremos mostrar é que somos
sim um país e um povo desorganizado que
cobramos muito de nossos políticos mas
temos um nível civilizatório baixíssimo que
não está em condições de exigir nada. A
sociedade brasileira é a base da formação do
político, em nossa vida privada agimos
exatamente como nossos políticos. Basta
olhar o dia a dia, o desrespeito geral que
toma conta. Enquanto um respeita a fila e
cobra do que não respeita, por outro lado
este mesmo viola a vaga para idosos e
deficientes, e assim vai. Cobra-se uma
atitude de um lado, que fere a si mesmo, e
desrespeita-se de outro aquela regra que nos
é conveniente burlar. Assim caminha nossa
sociedade. Exigimos eficiência máxima na
realização das obras, mas somos ineficientes
no dia a dia. O “corpo mole” atua em todos
os setores da sociedade. Conforme revista
especializada do ano passado, cada
americano produz o que três brasileiro faz,
por ano, ou seja, reflexo de nossa leniência e
inércia. Poderíamos triplicar o PIB apenas
com a mudança de comportamento. O poder
político é nossa cara e coroa, imagem, corpo
e alma, está ali apenas para “acertar a própria
vida”, sem nenhum compromisso com a
Nação. Mas os reelegemos insistentemente
por décadas. Chegou a hora de fazermos
Mea Culpa diante dessa vergonha que vamos
passar, mas vergonha merecida e necessária,
pois fomos nós quem criamos a situação há
décadas, pra não dizer séculos. Não há
vítimas! Não há coitadinhos! Somos todos
culpados!Alguns setores ainda acham que
nossos visitantes serão misericordiosos.
Jamais! Serão implacáveis com nossos
erros. Um país imenso, com riquezas
incomparáveis, e oportunidades únicas, ainda
não conseguiu um nível de civilização que
chegue perto nem de nossos vizinhos da
América do sul, como Chile, Uruguai etc.
Somos ingratos com o que “deus” nos deu!
Quanto à cultura atuall!? Melhor esquecer e
não abordarmos este assunto aqui hoje! Em
termos de Copa do Mundo conseguimos sair
piores do que a África do Sul, com nossos
prazos estourados. Nesta última década
conseguimos nos tornar um mercado
consumidor disputado pelas indústrias do
mundo todo, mas não conseguimos nos
tornar uma país melhor para se viver.
O que temos hoje é uma Nação
brutalizada, altamente violenta, individualista,
com atos de violência que deixam cenas do
filme “Jogos Mortais” no chinelo.
Crescemos economicamente, mas os
investimentos em saúde e educação ainda
não estão a altura do que o país precisa para
sair desta estagnação mental,
comportamental.Ainda perdura a máxima de
que é mais fácil controlar um povo
ignorante!Amelhoria da saúde é uma
promessa eterna, entra governo sai governo
e a esperança do povo se renova e nada
ocorre. É a escravidão moderna aonde o
pelourinho é a fragilidade da saúde!
1...,8,9,10,11,12,13,14,15,16,17 19,20
Powered by FlippingBook