CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 13 A 19 DE MARÇO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
ABCDEF....GLS
Por Menotti Griggi
Menotti Griggi é
geminiano, produtor
cultural e militante incansável da
comunidade LGBTT
ZUMZUMEAÚLTIMADANÇA
RODINHAS
João Carlos Manteufel,
mais conhecido como João Gordo,
é um dos publicitários mais
premiados de Cuiabá
CALDO CULTURAL
Por João Manteufel Jr.
Com o encerramento da Zumzum neste
fim de semana, um filme gigante passou pela
minha cabeça. Coordenar esta Casa tão
consagrada como o único espaço de
entretenimento LGBT de Cuiabá e ser uma
referência no Brasil durante uma década foi
uma tarefa difícil.
Eu sinto orgulho ao perceber que
Cuiabá, há 19 anos, quando fiz meu primeiro
evento, nem engatinhava ainda na formação
de uma identidade gay. Não estou aqui
desprezando nenhum outro lugar que já
existiu, mas firmar um “marco” de um
espaço em local de ampla visibilidade
ninguém tinha ousado ainda e quando
pensei na abertura da Zumzum não aceitei
ter que mais uma vez submeter meu público
a lugares escusos, “mocozados” e longe da
visão da sociedade. A Zumzum nascia junto
com espaços destinados a toda a população
da cidade. No bairro nobre, junto com
outras boates.
VISIBILIDADE era a palavra de ordem.
E assim foi.
O Espaço Zumzum, muito além de ser
“só para dançar”, teve o papel fundamental
na formação de cada cidadão e cidadã
LGBT, por promover o incentivo cultural
para jovens gays e lésbicas e proporcionar
Mostras de Cinema, Teatro, Música,
Fotografia, Dança, Cursos de
Aperfeiçoamento, Palestras de Saúde,
Ações de Prevenções a DSTs, e acima de
tudo, foi a maior fomentadora de artistas e
talentos que despontaram para esse
mercado como as Drag Queens, Dançarinos
e “Performers”, levando o nome de Cuiabá a
um patamar jamais visto nos últimos anos.
Além de trazer para o palco da Casa os
principais Artistas Nacionais como Léo
Aquila, Silvetty Montylla, Nanny People,
Michelly Summer, Striperrela, Alexia e as
Cantoras Amannda, Nicky Valentine, Lorena
Simpson, Wanessa Camargo, Leilah Moreno
e ainda os mais consagrados DJs da Noite
LGBT no Brasil, como Feeling, Thammas e
Crystal, Filipe Guerra, Paulo Pringles,
Gabriel Cabral, Tommy Love.
Foi também coparceira na realização e
criação da Parada da Diversidade Sexual de
Mato Grosso e juntamente com a ONG
LIVREMENTE (e outras que surgiram
depois) conseguiu levar para as ruas um
movimento que cresceu em benefício da
desmistificação da Comunidade Gay e
contribuiu para a diminuição da violência
contra homossexuais e o combate à
Homofobia, mesmo Mato Grosso tendo sido
apontado como um lugares mais violentos
em relação à comunidade LGBT, dados os
números de assassinatos em nosso Estado.
A Zumzum encerra suas atividades com o
dever do papel cumprido, e particularmente
busco agora projetos mais arrojados de
eventos sazonais sem esse peso que é
administrar uma empresa todos os finais de
semana. A Zumzum sempre foi exemplo de
legalidade nos quesitos exigidos para o
funcionamento de um espaço público,
diferente de outros estabelecimentos e
festas clandestinas que têm sido alvo fácil
para atrair clientes, mas em questão de
legalidade junto aos órgãos competentes
como Bombeiros, Prefeitura, Procon, entre
outros, deixam muito a desejar, colocando o
público em risco não só pela falta de
estrutura mas também pelas bebidas
desonestas compradas sem notas fiscais em
lugares duvidosos.
Um dos fatores para o encerramento é a
grande abertura de mercado, uma vez que
casais gays e lésbicas já se sentem um
pouco mais à vontade para frequentar
baladas destinadas ao público em geral e,
com a aplicação das leis e o bom
entendimento das relações homoafetivas,
proprietários de casas noturnas e bares da
cidade puderam repensar o “bem receber” da
comunidade LGBT, nos espaços
considerados “gay Friendly” como já
acontece nos Estados Unidos e na Europa.
Para o encerramento da Casa, a Zumzum
promete uma noite inesquecível com show
montado com o elenco da Casa e irá
emocionar o público para a LAST DANCE,
marcando assim o encerramento de um
espaço que ficará na história de toda a
cidade.
Zumzum – Last Dance – Sábado – 15 de
março, 23h.
Vejo grupos se articulando em prol
da cultura. Acho a ideia magnífica e
vou participar. Mas temos de fazer a
panelinha da cultura de Mato Grosso e
não de um candidato específico. Fazer
um grupo forte que se reúna com
todos os candidatos, capte o melhor
de cada um e transforme num grande e
único movimento em prol da cultura.
SE A MODA PEGA
Não me perguntem o porquê, mas
meu vizinho de chácara, que mora
num terreno de uma gloriosa família
cuiabana, agora está criando urubus. E
não flamenguistas, ele não é nenhum
fanático. Torce, inclusive para o
Palmeiras. As más línguas dizem que
assim somem os buchos dos animais
que somem de outros vizinhos.
Tomara que fique apenas na esfera
animal.
JÁ VIROUMODA
Aliás o descaso, por estas bandas do
Sucuri, é assustador. Todo fim de semana é
comum ficar sem luz, por um, dois dias. E
não adianta reclamar da CEMAT: quem te
atende são pessoas com sotaque do
Nordeste, mas que nada parecem com a
linda região. São grossas, estúpidas, não
respeitam nada nem ninguém. Tanto
descaso da CEMAT que as atendentes falam
apenas que o atendimento será mais “o
rápido possível”.
– Mas minha querida, estou há 20
horas sem luz, o que seria o mais rápido
possível?
– O senhor não escutou? Mais rápido
possível é mais rápido possível. Quando a
equipe puder.
Dez horas depois a luz voltou. E não
se pode fazer nada. Só pagar em dia. Pois
se você atrasar uma semana, a CEMAT
chega rapidinho pedindo propina para não
desligar a sua luz.
JÁ VIROUMODAMESMO
Aliás não é só a CEMAT que brinca e
esfola a cara dos moradores do Porto Livre.
Como aqui são chácaras, a densidade
demográfica é baixa, ou seja, tem pouco
voto, quem se elege não dá a mínima. E
para os representantes de bairro, quase
sempre cupinchas, faz tanto quanto.
Quantas vidas terão de ser perdidas na
Estrada Velha da Guia para a Prefeitura
passar máquina? Minha família possui essa
propriedade há 30 anos e nunca, nunca
esteve tão esburacada, tão mal cuidada,
sendo prejuízo para todos que necessitam
chegar à cidade. Como minha esposa diz:
– João, se o Santa Rosa é essa
vergonha, cheio de buracos e crateras, o
que esperar da gente que mora na zona
rural?