CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 27 DE FEVEREIRO A 5 DE MARÇO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 4
ABCDEF....GLS
Por Menotti Griggi
Menotti Griggi é
geminiano, produtor
cultural e militante incansável da
comunidade LGBTT
CAUBÓIS DO PANTANAL
INCLUSÃO LITERÁRIA
Por Clóvis Mattos
Clóvis é historiador e
Papai Noel nas horas vagas
Anuncie: 3023-5151
CULTURAE RESISTÊNCIA
OBRA
“Izan Petterle escolheu a relação
entre homens do campo e seus
companheiros de lida, os cavalos, como
ponto de partida de sua carreira de
documentarista, 20 anos atrás. O
Pantanal era como o quintal de sua casa,
na vizinha Chapada dos Guimarães.
Retratar a rotina dessa brava gente foi
algo tão espontâneo para ele quanto o
ciclo das águas na planície. As imagens
vigorosas que Izan buscou em fazendas,
ranchos e pastagens atestam que o
Autor: Izan Petterl
Primeira Edição - 2013
Gênero: Fotografia /
Arte / História /
Natureza
Editora: Carlini &
Caniato Editorial
Pantanal é também o cenário da
preservação de uma cultura. Tão valiosa,
única e tipicamente brasileira quanto a
paisagem que a hospeda.”
Ronaldo Ribeiro – Editor National
Geographic Brasil
A obra em edição bilíngue é
composta por fotos de Izan Petterle e
pelo texto do jornalista Evarismo E. de
Miranda, distribuídos ao longo de 112
páginas.
AUTOR
Izan Petterle (Alegrete-RS, Brasil,
1956) é um dos mais importantes
colaboradores da National Geographic
Brasil, atuando na revista desde seu
lançamento no país, em maio de 2000. O
ineditismo e a riqueza de seu trabalho já
lhe renderam três primeiros lugares do
Prêmio Abril de Jornalismo, em 2000,
2001 e 2007, na categoria Reportagem
Fotográfica. O editor da revista, Ronaldo
Ribeiro, refere-se ao seu trabalho da
seguinte maneira: “Os anos de andanças
fizeram dele um documentarista sensível
e objetivo. Os personagens que
documenta exaltam suas raízes, fé,
sentimentos. Eles ostentam a expressão e
a vitalidade dos trópicos. Sua linguagem,
acredito, é a que mais tem se aproximado
no Brasil do conceito de documentação
visual praticado pela centenária National
Geographic”.
O 19º Festival de Cinema e Vídeo de
Cuiabá (CINEMATO) é a prova de que
cultura em Cuiabá, Mato Grosso, é sempre
estabelecida pelo amor e empenho com que
os “sobreviventes” realizadores e
produtores culturais podem resistir quanto
estamos sendo deixados de lado na luta em
trazer para a população os mais diversos
aspectos da cultura brasileira.
Eu me coloco nessa batalha porque,
como produtor cultural, vi e participei dos
primeiros anos da construção do Festival
junto com Luiz Borges, há 19 anos. E
juntos sonhamos com a “janela imaginária”
chegando mais próxima de cada expectador
cuiabano, e trocar assim informações
importantíssimas para a
construção de um olhar nosso
e nas produções locais.
Junto com o Festival,
corri por fora no ativismo
LGBT, estabelecendo com
muitos parceiros batalhas
enormes na defesa do
cumprimento de leis de
cidadania e no respeito ao
próximo. São 19 anos na estrada e só na
Zumzum são 10 dessa soma de luta diária, e
que encerro parte dos projetos no dia 15 de
março com o evento LAST DANCE,
fechando assim o ciclo da empresa que
contribuiu de forma gigantesca na
construção de uma identidade LGBT com
muito mais respeito.
Entretanto, este assunto deixo para
outro momento porque é preciso falar sobre
o filme TATUAGEM, exibido na noite de
terça-feira no Festival.
Eu estava tão ansioso para ver o filme
que quando começou a projeção meu
coração estava acelerado. Já tinha lido tudo
sobre o filme, mas faltava ele chegar aos
meus olhos e coração. Quando o diretor
subiu ao palco e fez uma fala muito
verdadeira sobre a produção e resistência,
eu já sabia que com o filme não seria de
outra forma.
E foi lindo. Tudo. Cada cena, cada
detalhe. Aminha grande vontade, como um
modesto ator, era ter participado de tudo,
nem que fosse de uma cena, de longe –
podia ser, mas queria estar lá: dentro da
tela.
Eu me encantei com a trilha musical,
com a impecável direção de arte, com
enquadramentos e com a delicadeza que o
Hilton Lacerda construiu as cenas dos
personagens Cleiton (Irandhir Santos) e
Fininha (Jesuíta Barbosa). Vi tantas leituras,
tantas informações. Tantas identificações.
O Grupo Teatral Chão de Estrelas com
suas improvisações, seu teatro livre e
verdadeiro. A luta da opressão, dos
desamores, da falta de liberdade.
“Tatuagem” disse muito porque tem
muito a dizer, como anunciou Hilton
Lacerda antes da projeção.
Para quem não foi eu aconselho: tente
de alguma forma assistir
num outro lugar,
momento, outras mídias.
Mas não deixe de ver a
cena do cinema nacional
brilhantemente
reproduzida em dias tão
difíceis de levar cultura
para todos.
Eu fico aqui,
relembrando cada detalhe
do “Tatuagem” e acrescentando em meu
coração contribuições desse momento, e
que levo comigo para sempre.
Obrigado Luiz Borges e Hilton Lacerda.