CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 27 DE FEVEREIRO A 5 DE MARÇO DE 2014
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
É CARNAVALE EUVOUME FANTASIAR DE LARANJA
MELHOR REMÉDIO
Por José Augusto Filho
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de
programas de
variedades
LEMBRADOSCARNAVAIS
EmCuiabá, os festejos de
Momo começavamdeste a sexta-
feira, até o arraiá da quarta-feira de
cinzas.Acidade vivia emclima
festivo, deste o Clube Náutico, D.
Bosco, GrêmioAntônio João,
Feminino, CentroOperário,
balneários Santa Rosa e Sayonara,
nos embalos das marchinhas,
samba, através dos renomados
músicos da época: Jacildo, China,
Alair,Marcinha, Neurozito,Marcos
Calu, dentre outros que faziama
cidade estremecer de tanta euforia e
empolgação.Asmúsicas envolviama
sociedade, com fantasias de luxo
que davam luz nos festejos de
Momo. E até hoje são lembrados os
carnavais de outrora. Havia as
classes sociais,A, B e C, o
importante era o espírito
carnavalesco, semviolência, só que,
quando o bafo da onça chegava, ia
do samba lata d’água na cabeça, e
assimo carnaval levava asmultidões
para dentro dos salões. Os foliões de
cafajestes, Dalila, colombina, pierrô,
levavamalegria a todos os presentes
e se apreciava uma boa bebida,
todos os foliões bebiam com
moderação.Acerveja Brahma e o
chope dominavamos lembrados
carnavais do Centro-Oeste. À frente
o quarteto:Archimedes Pereira Lima,
João Pinheiro, NeyGonçalves
Pinheiro eAnna daCosta Pinheiro,
que eramos pioneiros da revenda
dos produtos Brahma em todo o
Centro-Oeste e no Estado. É bom
lembrar que o carnaval é a alegria de
viver e deveria ser omaior desejo do
ser humano.
CARNAVALÉFESTA
O carnaval de Cuiabá era
considerado o maior carnaval de
Mato Grosso, isto aos poucos foi
distanciando as pessoas, por causa
da violência, segurança, enfim, uma
série de quesitos que fizeram as
marchinhas se distanciarem no
esquecimento popular para dar
destaque a outros ritmos. As
Batalhas de Confetes, que eram um
esquenta do carnaval cuiabano,
acontecia nas avenidas Generoso
Ponce, Getúlio Vargas e 15 de
Novembro (Porto), onde os
cordões, blocos, caricatas,
mascarados, nos embalos das
bandas do Mestre Inácio e
Albertino, davam ênfase às músicas
carnavalescas, e tudo se
transformava em festa.ACasa João
Cabral e a CasaAlberto lideravam
emmatéria de artigos para o
carnaval. De outro lado, as
máquinas não paravam sob os
olhares atentos de Sônia Gama,
Zezita Reche, Oscarlina Palma,
MariaVieira, Nego Cardoso, Maci
dos Santos,Abigail Farias, Pepito
Cândia, João Cabral, José
Jacynthus (Jejé), Gigliola,
Miguelzinho, Bugrinho (esses
rapazes foram os primeiros
transformistas de Cuiabá),Adelaide
Pinto de Queiroz, nos bordados.
Brava gente fez a festa do carnaval
ficar na história, com as fantasias
luxuosas, marcantes, criativas que
davam brilho nos salões dos nossos
clubes, ai que saudade! É bom
frisar: “Apenas viver não é
suficiente. É preciso ter alegria,
liberdade e um pouco de beleza”.
CARNAVALDERUA
Não importa o espírito, o
momento é de botar o bloco na rua
ou dar aquela sapeada nos foliões.
Assimacontecia no carnaval de rua
deCuiabá.Apassarela da folia
momesca sempre foi naAvenida
GetúlioVargas, asmultidões de
mascarados davambrilho ao
carnaval cuiabano, nos embalos dos
corsos, dos clubes com as suas
rainhas, grupo de homens
fantasiados de disfarce que
empolgavama alegria do Pessoal do
Sereno até o último desfile passar. O
Bar Internacional era o ponto alto do
carnaval de rua com as presenças de
RamisBucair, RenatoPimenta,
MárioFonseca, SilóBrunini, Gentil
Bussiki, João Luís deArruda,
FaninhoBiancardini, dentre outros
homens que fizeramde Cuiabá um
legado de história, que comcerteza
as novas geração não vão saber
jamais. NoCentroHistórico de
Cuiabá, oBar Pinheiro, oBar do
Bugre, o do Beto e outros eram
pontos de encontro para se deliciar
comumchope geladinho, tira-gosto,
ouvindo as deliciosasmarchinhas de
carnaval. Os cordões: Rojão da
Mocidade, Estrela doOriente,
SempreVizinha, EstrelaDalva, Pega
noMeuCoração,Marinheiro do
Samba, Pedroca, Deixa Cair
agitavama população cuiabana na
AvenidaGetúlioVargas.Antigamente
o prefeito e a primeira-dama do
município, o governador, políticos,
autoridades, empresários brindavam
como Rei Momo e a Rainha do
Carnaval na avenida, eles faziam
corpo a corpo com o povo. Hoje, os
políticos vivemdistantes das festas
populares, a não ser emano eleitoral.
No carnaval de rua o bom humor se
espalha por contágio.
Bem-vindos à Cidade Verde,
sede da Copa do Mundo de 2014,
terra de Rondon, de Jejé, de
Maria Taquara, de Zé Bolo-flor,
dos Campos, dos Maggi, dos
Barbosas, dos laranjas e agora
terra de ninguém.
Por aqui a coisa tá feia, a
bandidagem que antes era só no
alto escalão agora desceu pras
ruas, encostou na população, e a
segurança cadê??? E a polícia pra
quê? E os impostos pra quem???
Bem-vindos turistas, venham
conhecer a cidade do mãos ao
alto, com sorte vocês podem até
ganhar uma bala perdida e levar
como souvenir.
E na terra do caju e do pequi
a fruta em alta é a laranja. Aberto
o festival laranjada, aqui o
“LARANJA” está em alta, tem
laranja de todo tipo. E o tipo mais
comum é o laranja de político,
essa dá em tudo
que é lugar, de
padaria de bairro a
grandes empresas.
E a laranja toda
metida acredita
que o suco é dela,
e ainda acha que
tem vitamina C. E
como diz a canção:
“Laranja madura
na beira da
estrada, tá
bichada, Zé, ou
tem marimbondo no pé”.
Enquanto isso, na terra de
ninguém: diva, um mágico, um
cara de pau e uma lunática
discutem o destino desse reino. É
que vai ter eleições e o
samba não pode morrer,
não pode acabar, e em
tempos de carnaval o
samba-enredo é: “Não
tira o Rei Congo do
congado, não mexe
com Mãe Preta do
cerrado, o reino do faz
de conta não pode
desmoronar”. E a
presidente já levou o
santinho de todos pro
papa benzer, até porque
o papa é argentino mas Deus é
brasileiro, infelizmente no nosso
caso Deus é do Paraguai.
E na Praça da Mandioca a
polêmica é grande em torno da
taxa de R$ 1.250,00 cobrada
pelas cinco noites para quem
pretende ter uma barriquinha de
comida por aquelas bandas.
O jeito é botar água no
molho do cachorro-quente,
começar a caça aos gatos pros
espetinhos ou apelar pro Rei
Momo ver se resolve essa
situação, afinal a chave da
cidade está com ele, alegou a
prefeitura. Oh quanto riso, oh
quanta alegria... É melhor rir do
que chorar.