CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ,
13 A 19 DE FEVEREIRO
DE 2014
POLÍTICA
P
G
7
ELEIÇÕES 2014
PT anseia pelo “sim” de Julier
Rafaela Souza
O Partido dos
Trabalhadores (PT) de
Mato Grosso só aguarda
a decisão final do juiz
Julier Sebastião de deixar
ou não a carreira pública
para lançá-lo oficialmente
candidato do partido ao
Governo do Estado.
Willian Sampaio,
presidente da Executiva
Estadual da sigla, disse
ao
Circuito Mato Grosso
que o nome do juiz vem
com grande respaldo da
população pela
contribuição que já deu à
sociedade em nome da
Justiça e por isso sua
candidatura já é
considerada de grande
visibilidade.
“O Julier é um jurista
de respeito, pois já
desbancou o crime
organizado, trabalhou
firme na questão da
reforma agrária e
colaborou inclusive em
outras questões com
grande repercussão
nacional em favor do
cidadão”, ponderou
Sampaio.
O líder petista
reconhece que a
efetivação da candidatura
passa por uma decisão
bastante importante na
vida do juiz Julier – que é
abandonar de vez a toga
como fez o senador
Pedro Taques (PDT).
O petista fez
questão de afirmar que o
partido está tranquilo
para escolher o
candidato do partido em
Mato Grosso. “A
presidenta Dilma
Rousseff nos deu total
liberdade para definir o
nome que disputará a
sucessão do governador
Silval Barbosa e isso faz
parte da tradição
democrática do PT, que
deixa cada lugar
autônomo para chegar a
sua definição”,
acrescentou Sampaio.
“Caso Julier não seja
candidato, temos o
nome forte de Lúdio
Cabral, que também está
focado na campanha ao
governo; será a carta na
manga do PT”.
E se o PT mato-
grossense prefere Julier
Sebastião ou Lúdio
Cabral como segunda
opção, cai por terra a
possibilidade do senador
Blairo Maggi, que tem
uma ótima relação com a
presidenta, vir a compor
a chapa majoritária em
Mato Grosso, devendo
seguir mesmo à reeleição.
Na outra vertente, Maggi
estaria articulando uma
aproximação de Taques
com Dilma para viabilizar
a candidatura do
pedetista ao governo de
Mato Grosso.
O presidente da
executiva estadual do PT
descartou um eventual
arco de aliança com o
senador Pedro Taques,
cujo nome vinha sendo
ventilado como possível
predileto da presidenta
Dilma Roussef, até
porque Taques é o
candidato da oposição,
que dará palanque a
Aécio Neves (PSDB) e a
Eduardo Campos (PSB).
Em relação ao
candidato a vice-
governador, a escolha
deve acompanhar a
orientação nacional, e o
Partido do Movimento
Democrático Brasileiro
(PMDB) deve vir com o
nome e isto só deverá ser
definido no mês de abril.
Questionado sobre a
possibilidade de essa
dobradinha do PMDB ser
prejudicial ao
desempenho do PT
nestas eleições – por
conta do visível desgaste
da gestão Silval Barbosa
no Governo do Estado –
Willian Sampaio
restringiu-se a afirmar
que ele poderá ser um
bom cabo eleitoral se
tocar sua gestão até o
final do mandato. “O
governador vai inaugurar
uma série de obras daqui
até a eleição e isso
refletirá positivamente
aos olhos do eleitor e,
portanto, ele será um
ótimo puxador de votos”,
declarou.
PT considera nome de Julier Sebastião preferido para o pleito e diz que a sigla é a escolha natural caso ele concorra ao pleito
SAD
Cancelados os “colchões do bem”
Em outubro de 2013 a SAD também teve que cancelar a compra de 120 mil enxovais após denúncia do
Circuito Mato Grosso
Aline Coelho
e Sandra Carvalho
A Secretaria de
Estado de Administração
(SAD), por meio da
Superintendência de
Aquisições
Governamental, revogou
esta semana o pregão
presencial de compra 024/
2013, que previa a
aquisição de 100 mil
colchões para famílias em
situação de
vulnerabilidade social. O
“investimento” seria para
o projeto Colchões do
Bem da Secretaria de
Estado de Trabalho e
Assistência Social (Setas)
orçado em R$ 6,5
milhões.
O pregão dos
colchões chegou a ser
suspenso em setembro de
2013, pois a empresa
classificada em primeiro
lugar no certame, Rodrigo
Duarte e Silva ME, não
havia apresentado todas
as alterações de mudança
de endereço nos contratos
sociais apresentados,
podendo caracterizar uma
possível prática de
falsidade ideológica. Mas
o pregão continuou.
Poucos dias depois,
em outubro, a SAD
cancelou a compra que
beneficiaria o projeto
Enxoval dos Sonhos
depois que o Ministério
Público, com base na
reportagem exclusiva do
Circuito Mato Grosso,
considerou a aquisição um
desperdício intolerável e
eleitoreiro, já que na
embalagem dos enxovais
se leria a logomarca do
Governo Silval Barbosa.
Em outubro de 2013
os promotores destilaram
toda indignação em
relação ao Pregão
Presencial 037/2013
realizado pela SAD para
atender ao projeto
Enxoval dos Sonhos da
Setas, cuja titular é a
primeira-dama Roseli
Barbosa na medida
recomendatória que
obrigou o Estado a
cancelar o certame esta
semana.
Para o Ministério
Público, a aquisição
desses materiais não
encontrava respaldo ou
sentido de necessidade e
oportunidade e, segundo
os promotores,
certamente resultaria em
prejuízo considerável aos
cofres públicos na medida
em que faltam
investimentos necessários
em áreas estratégicas.
Quem havia vencido o
pregão foi a empresa
Capricórnio S/A, com
sede em Jataí (SC) e filial
em São Paulo. Cada kit
tinha valor unitário de R$
81,58 conforme publicado
no Diário Oficial de 10 de
setembro de 2013. Os
promotores levaram em
consideração, ao pedir a
anulação do referido
pregão, o fato de o
Governo de Mato Grosso
se omitir,
reiteradamente, em
atender às necessidades
primárias de seus
cidadãos em setores
fundamentais como a
saúde. “Mostra-se
intolerável, insuportável
e imoral a queima de
vultosos recursos
públicos na aquisição de
kits de cama, mesa e
banho que, em última
análise, somente
atenderão ao princípio da
eficácia se observarmos
sob o ângulo do crédito
eleitoral que daí
resultará”.
E alertaram: “Os
atos de improbidade
administrativa
importarão a suspensão
dos direitos políticos, a
perda da função pública,
a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e
gradação previstas em
lei, sem prejuízo da ação
penal cabível”.
O documento,
emitido no dia 27 de
setembro, exatamente 15
dias após a denúncia
do
Circuito Mato
Grosso
, foi assinado
pelos promotores Mauro
Zaque, Wagner Fachone,
Clóvis de Almeida,
Gilberto Gomes, Roberto
Turim e Sérgio Silva
Costa.
Executiva Estadual do PT tem aval da presidente Dilma para escolha do candidato ao Governo do Estado
Em maio de 2013, Julier declara ao Circuito que o
assédio político em torno do seu nome era resultado
dos serviços prestados à população
Fotos: Mary Juruna
