EDIÇÃO IMPRESSA - 475 - page 11

CIRCUITOMATOGROSSO
PANORAMA
P
G
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CUIABÁ, 13 A 19 DE FEVEREIRO DE 2014
HELICOVERPA
Prejuízos chegam perto de R$ 1 bi
Custo adicional para conter a praga alcançou a média de R$ 118, 07 por hectare
MaylaMiranda
Redução do peso total da carga, circulação em horário
irrestrito, transporte de peso compatível a bitrem, manutenção
mais barata. Motivos para a compra do modelo não faltam,
principalmente após a aprovação da G10, considerada uma das
maiores transportadoras do país. A empresa adquiriu 10
modelos para os testes e hoje chega a ter 200 em circulação.
Para Fernando Garcia, gerente de vendas da Extra
Caminhões, a aceitação do modelo tem crescido
consideravelmente no último semestre. Ele alega que, se
comparado ao principal concorrente – o bitrem –, o caminhão
8x2 é mais viável.
“Hoje, os produtores se preocupam com o custo-
benefício, relacionado ao valor do produto com os gastos e o
frete. Para começar, o 8x2 é cerca de R$ 30 mil mais barato
que o bitrem, fora o horário de entrada na via urbana ilimitado,
como o mesmo peso de carga. Isso faz uma grande diferença”,
ressalta.
O gerente lembra que desde a publicação da Resolução
201 do Contran, janeiro de 2011, que obrigou o uso do cavalo
(novo) com tração 6×4 para puxar bitrem, alguns
transportadores começaram a procurar alternativas, já que não
queriam pagar os R$ 40 mil na época (hoje R$ 20 mil) a mais
pelo equipamento, ao fazer renovação de frota, e viram que os
custos operacionais erammais altos.
Foi exatamente nesta brecha que a Ford lançou a
alternativa. Com apenas uma carreta de três eixos juntos, eles
chegam ao PBCT de 54,5 toneladas e levam de 36 a 37
toneladas de carga líquida, com um cavalo 6×2 – aí é que está
a grande diferença. Em um comparativo direto com o
caminhão autorizado a puxar o bitrem 6x4 traçado, o Ford
2842 vem commais esse eixo no cavalo mecânico e consegue
ter um ganho na capacidade de carga em relação ao bitrem.
O preço do implemento do semirreboque, em relação ao
concorrente – que custa emmédia R$ 140 mil – gera uma
economia próxima a 30%, e ainda com um volume de carga
1.700 quilos a mais. Outro ponto favorável é que o Ford 8x2
também tem a opção de, vazio, andar com os eixos suspensos,
economizando nos pneus.
“Hoje, a procura já tem aumentado muito, mas eu acredito
que vai acabar superando as vendas do bitrem. Falta mesmo só
um pouco mais de conhecimento dos produtores pelo produto
para perceber os inúmeros benefícios”, garante Fernando.
Com a composição autorizada pela
Portaria 63 do Denatran desde 2009, a
alternativa se mostrou viável após testes
realizados pela G10
8x2 Ford ganha atenção
dos produtores
CUSTO-BENEFÍCIO
Da Redação
Além de se destacar
nas produções de soja,
milho, algodão, girassol e
pecuária, Mato Groso é o
maior produtor de teca do
Brasil. O Estado tem
potencial para ampliar o
plantio de florestas,
conforme identificou o
Diagnóstico de Floretas
Plantadas em Mato
Grosso divulgado pela
Federação da Agricultura
e Pecuária de Mato
Grosso (Famato). O
estudo verificou que a
produção florestal se
desenvolveu 50% como
uma atividade secundária
nas propriedades
agropecuárias, sendo um
terço dos plantios
voltados para consumo
próprio nas fazendas.
A área de produção
de teca no Estado
corresponde a 64,82 mil
hectares (ha), enquanto a
de eucalipto totaliza
187,09 mil ha,
representando um
aumento de 34% e 271%
respectivamente em
relação ao espaço
destinado a essas culturas
em 2007 - último
levantamento feito pela
Associação de
Reflorestadores de Mato
Grosso (Arefloresta).
A madeira produzida
é utilizada como fonte de
energia, insumo para
produção de papel e
celulose, absorção de gás
carbônico, fabricação de
artefatos de madeira,
móveis e outros. Entre os
entrevistados na pesquisa,
29% disseram que
escolheram investir na
silvicultura por
considerarem uma
atividade economicamente
viável. E 22%
responderam que
necessitavam de uma
segunda atividade na
propriedade. Apenas 7%
receberam incentivos de
empresas para produzir.
Apesar de 58% dos
DIAGNÓSTICO
Plantio de florestas é alternativa em MT
Foto: Thaiany Regina
Amadeira produzida serve, dentre outros, como fonte de energia, insumo para produção
de papel e celulose, e absorção de gás carbônico
produtores afirmarem que
não pretendem aumentar a
área plantada, 81%
disseram que irão
permanecer com a
silvicultura na
propriedade.
O trabalho identificou
as oportunidades e
ameaças dessa atividade.
São informações
importantes que servem
de guia para futuros
investidores. Entre as
oportunidades estão o
aumento da demanda por
lenha em função do
crescimento da
construção de armazéns;
áreas aptas para expansão
do agronegócio; tendência
de diminuição da
produção de floresta
nativa; aumento da
produção integrada, como
é o caso do sistema
Integração Lavoura-
Pecuária-Floresta (iLPF),
e boas condições de
crédito.
“Sabemos que muitos
produtores rurais têm
interesse em desenvolver
o sistema iLPF. Com este
diagnóstico, o objetivo da
Famato é ajudá-los a
entender mais sobre este
atrativo mercado. Além
disso, o governo federal
criou linhas
de crédito
específicas,
como o
Programa
ABC, para
fomentar a
produção de
florestas,
que entre as
principais
características
está a
sustentabilidade”,
afirma o
presidente do Sistema
Famato, Rui Prado.
Em relação às
ameaças dessa atividade,
o estudo apontou o
seguinte: falta de políticas
para atrair grandes
indústrias em Mato
Grosso; aumento de
impostos estaduais;
distância dos grandes
centros consumidores;
aumento do frete e falta
de mão de obra
especializada. “Apesar
dos desafios, o
agronegócio deve crescer
pelo menos 50% nos
próximos 10 anos e, com
isso, haverá demanda para
o plantio de florestas. O
futuro da silvicultura
continua promissor”,
observa o superintendente
do Imea, Otávio
Celidonio.
O presidente da
Arefloresta, Fausto
Hissashi Takizawa,
reforça a importância dos
investimentos para a
atividade que demanda
tempo e dedicação. “No
Brasil, o principal destino
da madeira da teca, por
exemplo, é a exportação.
Hoje as principais
dificuldades do setor são
a logística e os
investimentos. Para iniciar
o plantio é necessário
investimentos e incentivos
para que os interessados
se estabeleçam na
atividade. Uma vez se
estabelecido, o cenário
melhora para todos”, diz
Takizawa.
ROTEIRO
Para a elaboração do
diagnóstico, cinco equipes de
pesquisadores do Imea aplicaram
63 questionários e percorreram
7,42 mil km em três semanas. As
áreas de teca e eucalipto visitadas
somaram 106,63 mil ha, o que
corresponde a 42% da área total
de produção destas culturas no
Estado. O trabalho foi
desenvolvido pelo Imea, a pedido
da Famato, e contou com a
parceria do Serviço Nacional de
Aprendizagem Rural (Senar-MT)
e da Arefloresta.
Sandra Carvalho
Os prejuízos da
Helicoverpa spp. para os
produtores de soja em
Mato Grosso já chegam
perto de R$ 1 bilhão.
Dados do Instituto Mato-
grossense de Economia
Agropecuária (Imea)
mostram que o custo
adicional para conter a
praga alcançou a média
de R$ 118, 07 por
hectare até o momento
atual da safra – ou R$
985,78 milhões.
Em todo o estado, o
índice médio de perdas
nos campos de soja é de
3%, o que resulta num
aumento de 4,3% nos
custos de produção para
o produtor – ou R$
85,02 a mais por
hectare. Esse percentual
corresponde às três
aplicações extras de
defensivos que são
demandadas quando há
incidência da lagarta.
Fotos: Mary Juruna
ORIENTAÇÃO
O diretor técnico da Aprosoja,
Nery Ribas, observa que os prejuízos só
não foram maiores porque houve um
trabalho de orientação ao produtor entre
a associação e entidades do setor
produtivo, que trabalharam em conjunto.
“Divulgamos como identificar a
incidência da Helicoverpa e que cuidados
devem ser tomados, como o Manejo
Integrado de Pragas (MIP)”. De acordo
com o Imea, os ataques não são
generalizados no Estado, mas já
apresentam os primeiros prejuízos.
Porém, como nessa safra as lavouras
estão com ótimo desenvolvimento, os
prejuízos já ocorridos podem ser
ofuscados devido à boa produtividade.
Somente esse custo
adicional soma R$
707,04 milhões.
Além dos prejuízos
financeiros ao produtor,
a Helicoverpa resulta
também em queda de
produtividade. Nesta
época do ciclo, a
projeção do Imea é de
que 2,9 milhões de
hectares já estejam
colhidos. Nessa área,
considerando a
incidência média da
lagarta, a estimativa é de
uma queda na
produtividade de 1,6
saca por hectare. Em
outras palavras: uma
perda de 278,28 mil
toneladas de soja, ou R$
224,89 milhões.
Os números do Imea
foram contabilizados a
partir de um diagnóstico
realizado pela
Superintendência Federal
de Agricultura em Mato
Grosso (SFA/MT), em
parceria com a Aprosoja.
O objetivo era levantar o
prejuízo causado pela
Helicoverpa spp. nas
lavouras de soja de Mato
Grosso.
O estudo foi
coordenado pelo doutor
e pesquisador Wanderlei
Dias Guerra, e
considerou as variedades
de soja super precoce e
precoce, que têm ciclo
de 90 a 105 dias. Tendo
como universo apenas a
soja que será colhida até
a metade do mês de
fevereiro, em 35% da
área de soja no estado, o
diagnóstico indicou uma
perda média de 3% nas
lavouras.
O pesquisador Wanderlei Dias Guerra
coordenou o estudo sobre a Helicoverpa
Caminhões 8x2 são vendidos pela
Extra Caminhões em Mato Grosso
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