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CUIABÁ, 28 DE NOVEMBRO A 4 DE DEZEMBRO DE 2013
ESTRADAS
MT precisa de R$ 36,4 bi até 2020
Apenas 19 das 106 obras prioritárias estão em andamento, o que equivale a 16,4% dos investimentos necessários para o Centro-
Oeste. Por Sandra Carvalho. Fotos: Reprodução
A região Centro-Oeste
precisa de R$ 36,4 bilhões
em investimentos até 2020
para garantir o escoamento
ágil e eficiente da produção.
Esse é o valor necessário
para a execução de 106
projetos prioritários para
ampliar e modernizar a
infraestrutura de transportes
de Distrito Federal, Goiás,
Mato Grosso e Mato Grosso
do Sul, de acordo com a
Confederação Nacional da
Indústria (CNI) e
pela Confederação da
Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA). Os dados
estão no projeto Centro-
Oeste Competitivo, feito pela
CNA em parceria com as
federações da Indústria e da
Agricultura e Pecuária desses
estados.
Conforme o estudo, o
setor produtivo da região
(indústria, agricultura e
atividades extrativas) gasta
R$ 31,6 bilhões por ano
com o transporte de cargas,
o equivalente a 8,7% do
Produto Interno Bruto (PIB)
do Centro-Oeste. A
execução dos projetos
prioritários para a construção
de uma malha logística
eficiente trará economia
anual de R$ 7,2 bilhões no
escoamento da produção,
considerando-se o volume
de cargas projetado para
2020.
Odebrecht ganha leilão
da rodovia BR-163 em MT
A Odebrecht venceu
esta semana o leilão da
rodovia BR-163, no trecho
de Mato Grosso. A
empresa baiana ofereceu
tarifa de R$ 0,02638 por
quilômetro, ou R$ 2,638 a
cada 100 km, o menor
valor oferecido entre as sete
empresas participantes do
leilão. Com isso, o
desconto entre a tarifa
oferecida e o teto
estipulado pelo governo,
de R$ 5,50 a cada 100
km, é de 52%.
O tráfego de
caminhões no transporte de
commodities no Estado do
Mato Grosso é o grande
responsável por atrair
interesse na concessão do
trecho da BR-163 na
região.
Renato Melo, da
Odebrecht, afirmou que o
pedágio deve ser cobrado
a partir do 18º mês de
obras, quando a empresa
espera ter 10% das obras
de duplicações concluídas.
No modelo estabelecido
pelo governo, a
duplicação da rodovia
deve ser feita nos cinco
primeiros anos.
Segundo ele, a
empresa estuda a região
há cerca de um ano e meio
e aposta no crescimento do
agronegócio no Mato
Grosso para obter a
rentabilidade esperada
com a rodovia. “Talvez
nossos concorrentes
tenham acordado um
pouco mais tarde para
isso”, afirmou.
Trechos mais críticos estão
entre Lucas e Posto Gil
O adiamento das
obras prioritárias
agravou os problemas
que as empresas
enfrentam para escoar
a produção em
rodovias, ferrovias e
portos já saturados pelo
crescimento da
demanda. Entre os
gargalos considerados
críticos nas rodovias há
três trechos da BR-163,
em Mato Grosso. Entre
Lucas do Rio Verde e
Posto Gil, o mais
congestionado, a
movimentação chega a
83 mil toneladas por
dia, 113,5% acima da
capacidade da via. Na
BR-364, entre
Rondonópolis e Alto
Araguaia, passam 78,7
mil toneladas por dia,
volume 202,5% superior
à capacidade da
rodovia.
As ferrovias também
devem receber
investimentos para
eliminar pontos de
saturação e evitar piora
dos gargalos. O caso
mais crítico, caso nada
seja feito até 2020, é o
da ALL Malha Oeste, no
trecho entre Corumbá e
Campo Grande, em
Mato Grosso do Sul. De
acordo com as
projeções de aumento
no fluxo de cargas, a
demanda prevista para
2020 terá superado em
722,3% a capacidade
diária de carga da
ferrovia.
Apenas 19 das 106 obras prioritárias estão em andamento
De acordo com o
Centro-Oeste
Competitivo, apenas 19
das 106 obras
prioritárias estão em
andamento, o que
equivale a 16,4% dos
investimentos necessários
na região. Outras 70 estão
em fase de projeto ou
apenas nos planos do
poder público. Essas 106
obras, quando concluídas,
formarão 10 eixos
logísticos integrados. Cada
eixo é composto por dois
ou mais modais de
transporte complementares
que garantirão o
escoamento eficiente da
produção, da porta da
fábrica ao embarque no
porto.
Os principais
investimentos deverão ser
destinados a ferrovias e
portos, recomenda o
Centro-Oeste Competitivo.
O transporte ferroviário
demandará R$ 17,5
bilhões – 24,5% dos
investimentos prioritários –
para execução de 26
projetos. A estrutura
portuária exigirá R$ 8,4
bilhões para tirar 24
projetos do papel nos
próximos anos. O maior
número de projetos
considerados urgentes,
porém, está no modal
hidroviário. O transporte
fluvial necessitará de R$
6,7 bilhões em
investimentos em 34
obras essenciais para
melhorar o sistema
logístico da região.
Ao identificar os
investimentos que mais
ajudariam a reduzir o custo
logístico do país, a CNI e a
CNA dão uma contribuição
ao governo no planejamento
da infraestrutura logística no
médio e longo prazo. “A
indústria pode e quer
participar do esforço para
recuperar e modernizar a
infraestrutura do país”, diz o
presidente da CNI, Robson
Braga de Andrade. “Uma
rede de transporte integrada
e eficiente facilita a
distribuição dos produtos,
reduz os custos e aumenta a
competividade brasileira”.
O Centro-Oeste é
responsável por quase a
metade dos grãos
produzidos no Brasil. Neste
contexto, a presidente da
Confederação da Agricultura
e Pecuária do Brasil,
senadora Kátia Abreu,
destaca que embora 56%
da produção nacional
situem-se no chamado Arco
Norte, acima do paralelo
16, apenas 14% são
escoados pelos portos do
Norte e Nordeste. “Só com
investimentos maciços em
infraestrutura, aproveitando
os mississippis brasileiros,
será possível inverter esta
lógica que sobrecarrega os
portos do Sul e do Sudeste,
baixando os custos do
transporte e preservando o
meio ambiente”, diz Kátia
Abreu.
Um caminhão que sai
do Centro-Oeste e roda até
2 mil quilômetros para
chegar aos portos do Sul e
Sudeste consome, em média,
oito litros de combustível por
quilômetro e emite 129
gramas de monóxido de
carbono. Se a mesma carga
seguir por ferrovia até o
porto, o consumo de
combustível cairá para seis
litros e a emissão de gases
poluentes para 104 gramas.
As vantagens do transporte
hidroviário são ainda
maiores. Uma chata gasta a
metade do combustível
usado por um caminhão e
emite apenas um terço dos
gases poluentes.
“Competitividade com
sustentabilidade é o grande
desafio do agronegócio do
país”, afirma a presidente da
CNA. (Com Assessoria)
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pa r a o e s coamen t o ág i l da p r odução do Cen t r o -Oe s t e
Rodo v i a s , f e r r o v i a s e po r t o s não e x pand i r am no
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BR- 163 , em MT, de v e s e r dup l i cada no s p r ó x imo s
c i n co ano s , me l ho r ando t r an s po r t e de commod i t i e s