EDIÇÃO IMPRESSA - 468 - page 17

CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 28 DE NOVEMBRO A 4 DE DEZEMBRO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 5
Anna é doutora em
História, etnógrafa e filatelista.
TERRA BRASILIS
Por Anna Maria Ribeiro Costa
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SINAIS DE CHEGADAS NA FEIRA DO LIVRO
THINK AND TALK
PPor Laura Santiago a i
LauraédiretoradaYes!Cuiabá
e apaixonada pelo Mickey Mouse ...”
PERUA
Como é que se diz “perua” em
inglês? Não estamos aqui falando da
fêmea do peru, que seria
female turkey
ou
turkey hen
. A perua que você vai
aprender a dizer em inglês nesta dica está
ligada a um perfil feminino. O termo
perua no Brasil possui
interpretações variadas em
diferentes regiões. De
modo geral, o que
sabemos é que o termo
perua é usado para definir
uma mulher que adora
comprar roupas, se veste
de modo elegante (
ou
nem sempre tão elegante
assim!
), age de modo
espalhafatoso.
Dependendo do modo
como é dito, perua pode
soar como um elogio ou
uma ofensa. Por causa
dessa variação de
interpretações é um tanto
complicado dizer “perua” em inglês, mas
vamos conhecer algumas palavras que
podem ajudar. Os dicionários de gírias
dizem que
clothes horse
é usado para
definir uma pessoa cujo prazer é fazer
uma superprodução no visual (
vestida na
moda!
). É aquela pessoa que adora
roupas e acessórios. Trata-se um termo
pejorativo. Logo, chega perto do nosso
“perua” usado para
ofender.
Veja alguns
exemplos:
· Wow! She’s such a
clotheshorse. (Nossa! Ela
é uma tremenda perua.)
· Suzy is a real
clothes horse! (A Suzy é
uma peruona.)
· If I were a woman,
I would be such a
clotheshorse! (Se eu fosse
uma mulher, ia ser
daquelas bem perua.)
Vale dizer que esse
termo pode ser usado
para se referir também a um homem que
adora roupas. O adjetivo tem origem no
substantivo
clotherhorse
que é
varal
dobrável
. Além de
clotheshorse
é
possível também encontrar pessoas
falando
clotheshanger
para definir uma
perua.
POSH
Esse é o termo não pejorativo para se
referir a uma pessoa rica, de classe, com
estilo, que se veste bem. É o termo perua
no bom sentido. Serve para se referir
tanto a uma mulher quanto a um homem.
Podemos traduzir
posh
como elegante,
estiloso, alinhado. Mas cuidado!
Dependendo do modo como é dito,
posh
pode passar a ideia de “
riquinho(a)
metido a besta
”. Por isso alguns sites
dizem que “
posh guy
” significa
mauricinho
” e “
posh girl
”, “
patricinha
”.
Vale lembrar que o termo
posh
é
muito mais comum no inglês britânico que
no inglês americano.
Como você pode ver, as duas
palavras podem ser usadas para se referir
a perua em inglês. No entanto, lembre-se
que as palavras só fazem mais sentido
quando usadas em contexto. Além disso,
palavras como
perua
,
clotheshanger
,
posh
só são apreendidas e
compreendidas quando nos envolvemos
com a língua. Isso significa que você
aprenderá palavras assim (
gírias
) quando
estiver mais acostumado com a língua
inglesa. Portanto, paciência! Vá com
calma!
A Feira do Livro da Secretaria de
Estado de Cultura de Mato Grosso
relançou o livro
Sinais de Chegadas
,
de Odenir Pinto de Oliveira. Lá se
pôde ouvir o livro, porque o autor em
fala magna narrou uma epopeia que
rememorou a triste saga dos índios
Gigantes, também conhecidos por
Krenacarore e Panará.
Odenir, indigenista como seu avô
e pai, que viveu com os povos Bakairi
e Xavante, traz um fragmento – ainda
pouco contado – da história do
Brasil, que faz falta nos preciosos
livros didáticos do historiador Rubin
de Aquino, que descortinam fatos de
um país em que seus índios
discrimina
, toada cantada por Zé
Ramalho, em
O meu país
. Com uma
escrita que seduz o leitor a cada
página, de maneira romanceada,
descreve vivências de uma frente de
atração, da qual participou, para
contatar os índios Gigantes em plena
Amazônia, na década de 1970.
A trágica história dos índios
Gigantes começou com a abertura da
BR-163, que reduziu drasticamente
sua população. Atravessa ela o
Atlântico e aporta em
Crenacarores
,
composição instrumental de Paul
MacCartney e voz de sua Linda, que
reproduz sons semelhantes à
respiração e voz de animais da
floresta. No Brasil, essa mesma
história é contada pelas lentes de
Pedro Martinelli que captaram olhares
indígenas de indignação e pelos
versos de Carlos Drummond de
Andrade, que na Feira do Livro
estavam na fala de Odenir, em uma
entonação que só pode estar na voz
de quem testemunhou aquela história:
Gigante que recusas encarar-me nos
olhos, apertar minha mão temendo
que ela seja uma faca, um veneno,
uma tocha de incêndio; Gigante que
me foges, légua depois de légua, e
se deixo os sinais de minha simpatia,
os destrói: tens razão. Malgrado meu
desejo de declarar-te irmão e contigo
fruir alegrias fraternas. Só tenho para
dar-te em turvo condomínio o
pesadelo urbano de ferros e fúrias em
contínuo combate na esperança de
paz – uma paz que se esconde e se
furta e se apaga medusada de medo
como tu, akarore, na espessura da
mata ou no espelho sem fala das
águas do Jarina
.
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