EDIÇÃO IMPRESSA - 463 - page 5

CIRCUITOMATOGROSSO
POLÊMICA
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G
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CUIABÁ, 24 A 30 DE OUTUBRO DE 2013
COPA 2014
“Estamos passando batom nas obras”
Governador reuniu a imprensa para passar o cronograma de entrega das obras e tentou demonstrar otimismo com inaugurações.
Por: Rita Anibal. Fotos: Mary Juruna
OUTUBRO
· Ligação da Avenida Beira-Rio com a Rua Antonio
Dorileo através de uma ponte sobre o Rio Coxipó e
a pavimentação asfáltica da Avenida Camboriú
· Alteração no sistema viário na região do Coxipó
da Ponte, com a ligação da Avenida Arquimedes
Pereira Lima [Estrada do Moinho] ao Jardim das
Palmeiras
· Duplicação da Avenida Juliano Costa Marques
com adequação de rotatória
NOVEMBRO
· Duplicação da Ponte Mário Andreazza, ligação
entre Cuiabá e Várzea Grande
· Trincheira Mário Andreazza
· Viaduto da Sefaz.
· Viaduto do Despraiado
· Viaduto da UFMT
· Viaduto da MT-040 sobre a Rodovia Palmiro Paes
de Barros
CALENDÁRIO DE INAUGURAÇÕES
Mostrando um
otimismo exacerbado
e culpando
concessionárias,
prefeituras e
empreiteiras, o
governador Silval
Barbosa (PMDB)
divulgou o
cronograma de
inaugurações de obras
dos meses de outubro
e novembro. Tentando
passar tranquilidade e
bom humor, Silval
declarou: “Estamos
passando batom nas
obras. Elas estão
praticamente
totalizadas, com
exceção da trincheira
do Jurumirim”. Sem
marcar datas,
anunciou que à
medida que ficarem
prontas, ele fará a
entrega à população.
O governador
queixou-se com os
presentes que “só
quem vive a
dificuldade de tirar
uma obra do papel
sabe como é;
principalmente, os
entraves de
concessionárias e
prefeituras que não
têm ‘memória’
[memorial descritivo]
das obras que
realizou”.
Além de atribuir
os atrasos às
concessionárias e
prefeituras, Silval
acusou que os
entraves das
O OUTRO LADO
A reportagem do
Circuito Mato
Grosso
tentou entrar
em contato com o
reitor Adriano Silva,
que está viajando e
só retorna no dia 28.
O setor de
comunicação da
Unemat se
comprometeu a
encaminhar uma
nota, o que não
ocorreu até a edição
desta reportagem. O
Circuito
procurou,
ainda, o presidente
da Associação dos
Docentes da Unemat
(Adunemat), Jorge
Luiz. À reportagem
ele alegou
simplesmente que não
queria se pronunciar
a respeito dos fatos
mencionados. “Posso
falar, mas não
quero”, afirmou o
presidente.
UNEMAT
Expansão desordenada causa revolta
Alegações dão conta que a Universidade cresce sem planejamento e com base em interesses eleitoreiros.
Por Camila Ribeiro. Fotos: Mary Juruna
Acadêmicos e
professores da Universidade
do Estado de Mato Grosso
(Unemat), criada em 1978,
alegam inoperância do
Governo do Estado no trato
com a área da educação
em Mato Grosso,
especialmente com a
Unemat que, segundo eles,
cresce desordenadamente.
Existem denúncias inclusive
de que muitos cursos são
criados aleatoriamente,
visando apenas o interesse
eleitoreiro, fato este que
estaria contribuindo para
que a oferta de cursos seja
ampliada de forma precária
e sem a infraestrutura
mínima adequada.
O professor Feliciano
Azuaga, do Departamento
de Economia do campus de
Sinop (501 km de Cuiabá),
alega que em muitos casos
os cursos são criados
semplanejamento ou estudo
técnico e ignorando aquilo
que rege o Plano de
Diretrizes Institucionais (PDI).
“Vai chegando, por
exemplo, a época de
campanha eleitoral e
percebemos uma série de
vereadores, deputados
defendendo a implantação
de novos cursos e a criação
de novos campi sem
qualquer critério lógico”,
argumentou o professor.
Ainda segundo Azuaga,
não existe sequer uma
análise das demandas
locais de onde estão
instalados os campi da
Unemat para que novos
cursos sejam oferecidos aos
universitários. “A gente
observa polos com uma
produção mineral ou
agrícola intensa, por
exemplo, e ao invés de
ofertar cursos nessas áreas a
Unemat enche de cursos de
Direito e Medicina. Ou seja,
não existe a ideia de
potencializar o
desenvolvimento da
região”. No entendimento
do professor, esta política se
utiliza do dinheiro público
sem trazer o retorno
econômico esperado pela
região.
Recentemente, o
coordenador pedagógico
da Unemat, professor
Marion Machado, alegou
que grande parte dos
docentes é contrária à
criação de cursos de
maneira desordenada, sem
previsão financeira e
estrutura elementar. “Não
somos contrários à criação
de novos cursos, mas sem a
devida estrutura seria
estrangular uma condição
que já é tão precária”,
justifica Machado.
Os problemas de
infraestrutura em todos os
12 campi da Unemat são
recorrentes e levaram
acadêmicos a criar uma
página na rede social
Facebookintitulada
“Denúncias Unemat”. O
universitário Magnun Paula
Pereira, que administra a
página, relata que a
situação é desesperadora.
Segundo ele, faltam
professores, laboratórios e
os alunos têm que “se virar”
para garantir o
aprendizado. O estudante,
que está no sétimo semestre
do curso de Geografia,
relatou ao
Circuito Mato
Grosso
que o campus de
Cáceres não oferece aos
alunos os dispositivos
adequados para que as
disciplinas específicas sejam
ministradas. “Temos, por
exemplo, aula de
sensoriamento remoto e
temos que trazer nossos
próprios notebooks, caso
contrário, seria impossível ter
aulas. Não temos também
laboratórios para Geologia
e Cartografia, enfim, a
infraestrutura é deficitária”.
O estudante comentou,
ainda, que as reclamações
não se limitam ao seu
curso. Acadêmicos de
Direito, por exemplo,
alegam que a biblioteca
disponibiliza livros
ultrapassados: “As leis já
mudaram inúmeras vezes e
os livros continuam os
mesmos”. As queixas não
param por aí: alunos de
enfermagem e medicina
não têm sequer cadáveres
para análise, as salas de
aula não possuem
equipamentos eletrônicos
básicos.
Em Sinop, por exemplo,
recentemente foram
instalados 120 aparelhos de
ar-condicionado, que não
estão funcionando porque o
local não possui capacidade
energética suficiente.
Uma situação quase que surreal é encontrada no
campus de Sinop, onde os universitários dividem o
mesmo espaço com alunos da rede básica de ensino.
Isto porque, conforme explica o professor Feliciano
Azuaga, até 2011 a Unemat estava instalada em um
terreno de propriedade da prefeitura da cidade.
Na época, no entanto, foi feito com acordo com
a administração municipal prevendo que o terreno
serie entregue ao Estado, que em contrapartida
auxiliaria a Prefeitura na construção de um novo
prédio para abrigar a construção da escola. Este
“acordo” tinha o prazo de 14 meses para ser
concluído, o que até hoje não ocorreu.
“A escola não está pronta e o que a gente
percebe é um verdadeiro jogo de empurra. A
prefeitura alega que o Estado não repassa os recursos
que seriam de sua competência, enquanto isso a
Seduc fala que a prefeitura não tem condições de
custear a obra e por isso o repasse não é feito”,
alega Azuaga.
Universitários dividem espaço
com alunos da rede básica
desapropriações e a
greve no Departamento
Nacional de
Infraestrutura de
Transportes (Dnit)
provocando atraso de
repasses contribuíram,
sobremaneira, para que
nenhuma edificação
tenha sido entregue até
agora e eximindo o
Estado de qualquer
acusação.
Barbosa patenteou
que a duplicação do
Paiaguás [sede do
governo] até a Avenida
Fernando Corrêa é ação
do Estado e, dirigindo-se
a Maurício Guimarães,
mandatário da Secretaria
Extraordinária da Copa
(Secopa), ordenou: “Põe
uma placa lá, Maurício;
assim todo mundo fica
sabendo que fomos nós
que fizemos”.
Uma obra que tem
influência direta na
realização da Copa do
Mundo em Cuiabá é a
Arena Pantanal, palco
dos jogos, que continua
vítima de muitas
trapalhadas promovidas
por falta de
planejamento do
governo e se vê envolta
com mais um problema:
a licitação dos assentos
do estádio. Em relatório
produzido pelo Tribunal
de Contas do Estado
(TCE), o conselheiro
Antonio Joaquim e sua
equipe preveem a
entrega para abril de
2014. Sobre isso, o
governador afirmou que
“nesta quinta (24), tudo
estará resolvido”.
En t r e uma ga r ga l hada e ou t r a , o gov e r nado r
S i l va l Ba r bo s a e o s e c r e t á r i o da Se copa , Mau r í c i o
Gu i ma r ã e s , e x t e r na v am p r eo c upa ç ão
São frequentes os protestos de alunos e professores contra
o sucateamento das unidades e falta de corpo docente
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