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PANORAMA
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CUIABÁ, 20 A 26 DE JUNHO DE 2013
NOVA SAFRA
Liberação de recursos para financiamentos e investimentos deve diminuir problemas com armazenagem e logística.
Por: Sandra Carvalho. Fotos: Arquivo
Crescem financiamento e expectativas
O Plano Agrícola e
Pecuário (PAP) 2013/14
anunciado neste mês de
junho pela presidente Dilma
Rousseff e pelo ministro da
Agricultura, Pecuária e
Abastecimento, Antônio
Andrade, libera R$136
bilhões para a próxima
safra, sendo R$97,6 bilhões
para financiamento de
custeio e comercialização e
R$38,4 bilhões para
programas de investimento.
A Federação da
Agricultura e Pecuária de
Mato Grosso (Famato)
considera o Plano Agrícola
e Pecuário (PAP) 2013/14
positivo para o setor
agropecuário,
especialmente por conta do
crescimento de 35% no
volume de recursos para
investimentos em
comparação com a safra
2012/13, passando de
R$28,3 bilhões para R$38,4
bilhões. Em relação aos
limites para custeio e
comercialização, o
acréscimo foi de 25%.
A taxa de juros anual
média será de 5,5%,
podendo chegar a 3,5% em
programas de aquisição de
máquinas agrícolas,
equipamentos de irrigação
e estruturas de
armazenagem. Ao médio
produtor serão
disponibilizados R$13,2
bilhões, valor 18,4% maior
que os R$11,15 bilhões
ofertados na safra atual. A
taxa de juros aplicada ao
“Plano demonstra
importância do setor para
a economia do país”
Para Antônio
Alvarenga, presidente
da Sociedade
Nacional de
Agricultura, o plano
demonstra a
importância do setor
para a economia do
país. “De uma forma
geral, o Plano Safra
atende bem às
expectativas do setor.
Pode-se dizer que ele
significa o
reconhecimento da
importância da
categoria para o
equilíbrio da
economia brasileira.
Estamos atingindo
uma exportação de
US$100 bilhões nos
últimos 12 meses.
Essa robusta
exportação permite
suportar o déficit da
balança comercial
dos demais setores da
economia”.
O Programa
Nacional de Apoio ao
Médio Produtor Rural
(Pronamp) foi um dos
pontos mais
favoráveis
contemplados pelo
PAP, na visão de
Alvarenga. Já o
Programa Agricultura
de Baixa Emissão de
Carbono (ABC) será
contemplado de
maneira mais tímida.
O investimento passou
de R$3,4 bi para
R$4,5 bi. “O setor de
armazenagem parece
ter sido o maior
beneficiado no plano,
com um subsídio
bastante elevado,
superior, por
exemplo, ao
proporcionado ao
programa ABC.
Entendemos as
deficiências de nosso
sistema de
armazenagem, mas
nos parece que a
dotação e o subsídio
são exagerados,
comparativamente às
demais linhas do
plano”, argumenta
Alvarenga.
Conab libera R$19,5 milhões para armazéns
Depois do caos
logístico registrado este
ano com as safras
recordes de grãos, o
governo o governo
anunciou investimentos da
ordem de R$5 bilhões
para a construção de
armazéns privados. Além
disso, a Companhia
Nacional de
Abastecimento (Conab)
investirá R$ 500 milhões
para modernizar seus
armazéns e dobrar sua
capacidade de
armazenagem.
Os recursos estão no
Plano Agrícola e Pecuário
2013/2014 (PAP), que
trouxe como novidade o
Plano Nacional de
Armazenagem, que prevê
que R$350 milhões serão
destinados à construção
de 10 novas Unidades
Armazenadoras (UAs) e
R$150 milhões para a
reforma de 84 unidades
existentes. E R$19,5
milhões serão para
melhorar a estrutura das
cinco Unidades
Armazenadoras em Alta
Floresta, Sorriso, Sinop,
Diamantino e
Rondonópolis que atuam,
principalmente, no estoque
regulador de milho e
arroz.
Atualmente, a
capacidade estática de
Mato Grosso é de 200 mil
toneladas e sua
capacidade instalada dos
armazéns é de 28 milhões
de toneladas para uma
safra de 41 milhões de
toneladas de grãos, sendo
que 67,5% dessa
capacidade estão em
armazéns comerciais, 29%
em particulares
(produtores) e 3,5% nos
de cooperativas. Para
comportar todo o déficit
de armazenagem que o
Estado possui atualmente
seriam necessários mais
3.737 silos, ou
investimento de R$9,15
bilhões.
Para a Famato, os
recursos específicos para
armazenagem são muito
bem-vindos e chegam
num momento em que
não é mais possível
protelar investimentos
neste braço da logística
de infraestrutura. Apesar
da liberação dos recursos,
o déficit não será
eliminado.
Maior gargalo será tema central de Bienal
Se de um lado o
setor agrícola
comemora o aumento
do financiamento e da
capacidade de
investimento para a
safra 2012/2014, de
outro, amarga o déficit
logístico que já impôs
desembolso adicional
da ordem de R$974
milhões para o
escoamento da safra
2011/2012. Este será
um dos principais temas
da Bienal dos Negócios
da Agricultura Brasil
Central 2013, que será
realizada nos dias 8 e 9
de agosto, em Cuiabá.
O evento,
referência para o
agronegócio no
Centro-Oeste e Brasil,
foi lançado por líderes
rurais na terça-feira
(18) na sede da
Famato.
A programação da
Bienal contempla ainda
a discussão e análise de
outros temas estratégicos
para a agricultura, como
a mão de obra no
campo, a sucessão em
negócios familiares e a
cobrança de royalties
sobre a tecnologia
empregada nas
lavouras.
Programa Nacional de
Apoio ao Médio Produtor
Rural (Pronamp) é 4,5% ao
ano. Os limites de
empréstimo para custeio
subiram de R$500 mil para
R$600 mil e os referentes a
investimento, de R$300 mil
para R$350 mil.
As cooperativas
poderão acessar R$5,3
bilhões por meio dos
programas de
Desenvolvimento
Cooperativo para
Agregação de Valor à
Produção Agropecuária
(Prodecoop) e de
Capitalização de
Cooperativas Agropecuárias
(Procap-Agro). A taxa de
juros anual para capital de
giro foi reduzida de 9%
para 6,5% ao ano.
A Famato espera
melhorias na eficiência
bancária e agilidade na
regulamentação das
medidas anunciadas pelo
Governo Federal para
garantir que os produtores
rurais possam acessar os
financiamentos
prontamente.
O secretário de Política
Agrícola do Ministério da
Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa), Neri
Geller, observa que o plano
contemplou os principais
pedidos enviados pelas
entidades que representam
o agronegócio mato-
grossense.
O modelo, que
começa a vigorar a partir
de 1º de julho, é, segundo
o secretário, historicamente
o que mais contempla as
necessidades estruturais da
produção gigantesca do
Estado. Além de ampliar o
financiamento ao custeio,
existem recursos específicos
para armazenagem e a
ampliação da oferta global
de recursos.
Segundo ele, o
principal avanço do modelo
que será aplicado na safra
2013/2014 é justamente o
aumento de 18% no
montante disponibilizado,
que passou de R$115
bilhões para R$136 bilhões,
quando comparado ao
volume anunciado no ano
passado. Depois dos
recursos, Geller chama a
atenção para os conteúdos
dos programas contidos no
PAP.
“A armazenagem foi a
maior demanda do
segmento agrícola”, reforça,
e por isso o secretário frisa
que é importante que o
produtor fique atento,
comece a fazer o seu
projeto, porque vai estar
normatizado.
“O Banco do Brasil e
alguns outros bancos vão
operar esta linha de
armazenagem com taxa de
juros de 3,5% ao ano, com
três anos de carência e 15
anos para pagar. É um
projeto só para toda a
questão da armazenagem,
seja ela específica, da
construção civil ou de
equipamentos. Isso foi um
avanço extremamente
importante”.
Outro avanço que
correspondeu às
necessidades do Estado e
do Centro-Oeste brasileiro
foi o aumento dos recursos
para custeio, passando de
R$800 mil para R$1 milhão.
“Obtivemos também o
aumento do recurso do
programa ABC, de
recuperação de áreas
degradadas. Este é muito
focado para a pecuária do
Estado, aliás, a maior
demanda da Acrimat”.
Com o aumen t o de 35% no s r ecu r s o s l i be r ado s pe l o Gov e r no Fede r a l , p r odu t o r e s
do E s t ado s e mos t r am o t imi s t as em r e l ação à sa f r a de s t e ano
An t i go s a rma z én s t ambém s e r ão r e c upe r ado s
com o s r e cu r s o s da Conab pa r a s up r i r dé f i c i t
de a rma z enamen t o do e s t ado
Ru i P r ado , p r e s i den t e da Fama t o , emi t i u no t a
à imp r en s a r e conhe c endo a impo r t ân c i a do
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O e s coamen t o da s a f r a a i nda é ap r e s en t ado
como p r i n c i pa l p r eoc upa ç ão do s e t o r,
po r ge r a r p r e j u í z o s mi l i oná r i o s