CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 30 DE MAIO A 5 DE JUNHO DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 7
PARALELO 15
Por Bolívar Figueiredo
ALGO NOVO PELOS CÉUS DA CHAPADA
BolívarFigueiredoé jornalistae
artistaplásticoformadoemBrasília,militante
verde e fundador nacional do PV,
sagitariano, calango do cerrado e
assuntadordefatosevarredordepalavras.
Clóvis é historiador e
Papai Noel nas horas vagas
INCLUSÃO LITERÁRIA
Por Clóvis Mattos
SÉCULO XXI
Intõ. Existe algo novo
no ar rarefeito da
Chapada. Não é o cheiro
da soja, não é o cheiro de
eucalipto do macrofúndio
da Sadia, nem manobras
de Ovnis e nem cheiro de
fumaça de cerrado
queimando ou de
maromba. Eu disse algo
novo! São os 10 kilos de
puro som da Rádio
Natureza AM, 760 MHz,
algo novo ressoando do
centro do coração da
América. A proposta da
rádio vem de encontro a
um novo momento que vive
a querida e amada
Chapada dos Guimarães,
um momento de ou vai ou
racha, de ética com pitada
de cidadania, de unir
esforços para a
revitalização de sonhos e
ações efetivas. Ético sim
porque a Rádio Natureza
de pirata não tem nada e
nem aceita CD R$ 1,99
made in Paraguai e nem
jabá chapa-branca made
in Brazil, por isto uma rádio
ética. E étnica também,
pois sua grade de
programação engloba a
genética do nosso país e
região, e ainda lincada em
a parceria com Rádio
Jovem Pan Sat. O caldo
cultural do nosso brasilzão
de Deus está junto e
misturado na Rádio
Natureza, representado
pelos sotaques que vão do
Vôte ao Axé e ao Ôxe!
Em ritmo do mundo da
bola, ou da Copa, está
rolando também uma
salutar tabelinha entre a
Rádio Natureza e este
colunista que vos fala e
escreve – tipo um levanta e
o outro chuta, ou melhor,
os dois levantam e o povo
escuta. Nossa comunidade
merece um investimento
como este, que venha da
iniciativa privada para
somar, ampliar e divulgar
nossa cidade, nossa cultura
e nosso comércio, o nosso
dia a dia, e as belezas e
feiuras também, pois a
função da imprensa e da
mídia é servir ao bem
comum. Esperamos que
tanto os poderes
constituídos quanto os
empresários colaborem
também com esta iniciativa,
pois as coisas evoluem por
si próprias, é só não
atrapalhar, vide a bula da
natureza. Ei! A rádio é
genética também,
lembram-se do Jornal do
Poste, aqui na Chapada?
Intõ, ele foi criado pelo pai
do atual diretor da Rádio
Natureza. Na década de
80, o gaúcho, e também
barbudo, Luiz Fernandes
instalou caixas de som
(cornetas) no poste em
frente à Igreja Matriz e
mandava bala em sua
programação. E agora o
seu filho Luiz Fernando
Fernandes, a Voz de
Trovão, com seu moderno
equipamento digital, com
10 kilos de potência,
comanda a Rádio
Natureza, não tão longe de
onde há 30 anos
funcionava o Jornal do
Poste. A rádio hoje está
instalada aos fundos da
Matriz, num ponto
estratégico de notícias
populares, entre o
Senadinho e a Praça. Aff!
quanta notícia! As coisas
evoluem, é só não
atrapalhar, e como dizem
os místicos de todas as
chapadas: “Nada acontece
por acaso, existe uma
sincronicidade nos fatos”.
Neste caso, esperamos que
exista uma “sintonicidade”
na freqüência 760 AM.
Como fala o amigo
Datena, pedindo atenção:
“Me ajuda aí, ô!”. E que
venha o novo, e que seja
bem-vinda e ouvida a
Rádio Natureza. Pronto, já
dei meu recado. Saravá!,
Amém!, até semana que
vem.
Século XXI; ano 2013;
computadores pessoais,
notebooks, tablets, leitores
digitais; internet G1, G2,
G3, G4, a do Brasil mais
lenta e muito mais cara
que muitas por este
mundo afora; telefones
que tiram foto, mandam
mensagens escritas,
antigamente só o telex,
que não era free, fazia
isso, que avanço
assustador. Satélites
artificiais, ninguém
lembra mais que eles
existem e são os grandes
interlocutores entre todos
estes aparelhinhos aí de
cima, mas já foram até
tema de música: “via
Intelsat eu mando notícias
minhas para o Pasquim”
(Paulo Diniz). Quem se
lembra? Não sou tão
velho quanto muitos
pensam, apenas vivido.
MAS, E DAÍ? POR
QUE ESCREVO
I SSO?
Simples: dia desses
me perguntaram por que
ainda continuo tocando
o Inclusão Literária,
levando livros de papel
para pessoas que, mesmo
nos mais remotos lugares,
têm acesso aos meios
eletrônicos de
comunicação e leitura. De
pronto,lembrei-me de
Monteiro Lobato com sua
marcante frase: “Um país
se faz com Homens e
Livros”, poderia dizer
também que espalho
livros porque livro tem
cheiro e vicia (eu sou
viciado e conheço muita
gente assim: incurável),
ou, ainda, que o livro é
fonte de saber e
conhecimento, mas não
são estas as respostas, ela
é muito mais simples:
continuo levando livros,
criando bibliotecas,
distribuindo nas ruas, em
vilas rurais e inovando
nas ações, como a
associação que acabei de
fazer com o Cinema
Circulante, para mostrar
que livro vira filme ou o
contrário, porque, por
mais que sejamos
incluídos digitalmente, a
troca de informações
entre pessoas, com
olhares diretos, pegando
nas mãos, fazendo
brincadeiras,
interpretando símbolos,
textos, contando histórias,
trocando saberes e
folheando livros ainda
não tem máquina que
substitui. Por isso, estamos
na estrada, levando livros
e máquinas também.
LER É
FUNDAMENTAL!