CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 30 DE MAIO A 5 DE JUNHO DE 2013
PANORAMA
P
G
4
RUGBY
Esporte se torna cada vez mais popular em Cuiabá e em algumas cidades do interior de Mato Grosso.
Por: Diego Fredericci. Fotos: Michel Leplus
Fred Fagundes é
blogueiro, volante de contenção e
tá aqui de volta. 4verbos.com.br |
PAPO DE HOMEM
Por Fred Fagundes
Copa Brasil Central agita Cuiabá
ERA UMA VEZ BIANCA E EU NÃO SABIA O QUE FALAR
Reunidos num campo
com grama baixa, equipes
disputam palmo a palmo
em direção ao gol
adversário. O trabalho em
grupo, com defensores e
atacantes, é essencial para
marcar tantos tentos quanto
possível. Este bem poderia
ser um relato de uma
partida comum de futebol.
Porém, nesse caso, estamos
falando de outro esporte,
que é bem popular nos
bairros de Cuiabá e em
algumas cidades de Mato
Grosso: o Rugby. O Cuiabá
Rugby Clube vem evoluindo
ao longo dos anos. Com
apenas quatro anos, é a
equipe mais jovem da
região Centro Oeste. Nos
jogos da Copa Brasil
Cental, o time da capital de
Mato Grosso venceu
Campo Grande e perdeu
para o Goianos, de Goiás,
tradicional time de rugby
brasileiro, que já disputou
uma final contra Ilha Bella,
de São Paulo. O jogo entre
a equipe cuiabana e a de
Goiás ocorreu no último
final de semana, no mini
estádio do Moinho, no
Time feminino disputa
nacional de Rugby Sevens
O time feminino do Cuiabá Rugby Clube vai
participar pela primeira vez da Copa Brasil Central de
Rugby Sevens. O evento será realizado nos dias 1 e 2
de junho, em Goiânia-GO. Além do Cuiabá mais sete
equipes participarão da disputa.
“As meninas do time estão empolgadas e treinado
duro para este torneio. Vamos dar o máximo para
trazer esse título inédito para Mato Grosso”, afirma
Viviane Trindade, técnica e jogadora do Cuiabá com
passagens pela seleção brasileira. Para poder
participar dos jogos em Goiania as meninas do
Cuiabá contarão com o apoio dos Sucos de Uva
Melina, empresa parceira do rugby mato-grossense.
O Sevens é a modalidade olímpica do rugby que
voltará a fazer parte dos Jogos Olímpicos na edição
de 2016. Como o próprio nome sugere, nesta
modalidade os times são formados por sete jogadores
de cada lado que disputam uma partida dividida em
dois tempos de sete minutos cada. (Colaborou:
Christian Guimarães)
Jardim Universitário, as
15:00. O Goianos entrou
em campo bem antes, as
13h, para aquecimento e
reconhecimento do local,
fator que foi determinante
do ponto de vista
psicológico, em relação a
Cuiabá, que chegou só
vinte minutos antes do início
da disputa.
Os visitantes abriram o
placar com um try – que
consiste em levar a bola até
a extremidade adversária
do campo. O feito atribui 5
pontos no placar a equipe,
mais o direito de chutar a
bola em direção ao gol,
composto por duas hastes
paralelas, presentes em
cada lado do campo. Se o
jogador conseguir fazer a
bola passar entre as hastes,
soma mais dois pontos,
totalizando sete tentos. Esse
é o try do Rugby. A equipe
de Goiás, contudo, não
converteu o chute a gol,
fazendo apenas cinco
pontos. Não parecia ser o
dia da equipe Mato
Grossense. Com alguns
jogadores cansados já no
primeiro tempo, Eduardo
Arruda, aos dez minutos,
recebeu um cartão amarelo
(o que fez com que ele
ficasse fora da partida por
outros dez minutos). Mesmo
com as limitações, o time
conseguiu segurar o
Goianos, fechando o
primeiro tempo em 0 x 8
para a equipe adversária.
O Cuiabá Rugby esteve
melhor no segundo tempo,
chegando a dominar a
partida, mas pecava na
conversão in goal – que é
colocar a bolar no chão na
extremidade do campo
adversário – algo que o
Goianos não tinha
problema em fazer. A
partida acabou em 7 x 35
para os visitantes. Contudo,
o time ainda pode ser vice-
campeão do torneio, se
vencer o DF XV, equipe do
Distrito Federal. O jogo
também ocorrerá no mini
estádio do Moinho, às 15h.
Paolo Targione, Diretor
Esportivo do time de
Cuiabá, explica que, apesar
de ser um esporte de
contato, o Rugby não é
violento, e, como as outras
modalidades esportivas, o
respeito e a convivência são
marcas de tradição para
clube e atletas. Inclusive, há
uma regra que estipula que
a equipe visitante promova
um terceiro tempo - além do
primeiro e do segundo, de
quarenta minutos - que é
dedicado, exclusivamente, a
confraternização das
equipes, após as partidas.
“Após os dois tempos
normais de jogo, as duas es
quipes se encontram num
bar e comemoram juntos o
resultado. Chamado de
‘Terceiro Tempo’ a pratica
informal se tornou tão forte
que, na Copa Brasil Central
virou regra: o time da casa
precisa oferecer comida e
bebida para a equipe
visitante. Isso é a coisa mais
legal do Rugby, essa
amizade e respeito entre os
jogadores”, afirma ele.
Targione aponta ainda
algumas curiosidades da
prática, incluindo da
torcida, que não se
comporta exatamente como
num jogo de qualquer outro
esporte no Brasil. “Em
respeito aos times, a torcida
não vaia e nem xinga”.
MOTOCROSS
Nacional deve reunir 200 pilotos em Sorriso
Pelo menos 200 pilotos
competirão na terceira etapa
do Campeonato Nacional de
Motocross que acontece em
Sorriso nos dias 22 e 23 e
junho. De acordo com o
presidente da Federação
Mato-grossense de
Motocross, Nelson Campos,
o campeonato tem oito
etapas. “Isso significa que
teremos mais pilotos em
função do início do
campeonato. Teoricamente
todos têm chance de vencer”,
apontou. Campos disse
ainda que serão cinco
modalidades, mais uma
apenas para os pilotos de
Mato Grosso. A premiação
chegará a R$45 mil, nas seis
categorias. A abertura do
Campeonato Brasileiro
ocorreu em Carlos Barbosa,
no Rio Grande do Sul. A
segunda etapa acontece, no
próximo fim de semana, em
Três Lagoas, no Mato Grosso
Sul. A última etapa ocorre em
Foz do Iguaçu, no Paraná,
em outubro. (Ivan Oliveira/Só
Notícias)
Não precisou
ter 16 ou 17 anos
para que uma
mudança
ocorresse. Não
precisou, vejam
vocês, nem
mesmo uma
atitude mais
drástica para que
a rotina ganhasse
tamanha graça.
Ela veio de
Brasília. Se
chamava Bianca.
Era prima de uma
amiga. Bianca era
uma graça.
Baixinha,
trancinhas no
cabelo e sempre
de blusa branca
de alças. Alças
das finas. Tinha sotaque de Goiás.
E o sotaque do Goiás vocês sabe, né? É pra
derrubar os butiá, os pequi, as figurinhas e o que
mais tiver no bolso.
A noite estava espetacular. A lua estava
espetacular. O Grêmio na tabela do Brasileirão
estava, ok, razoável, mas tudo bem, fazia de conta
que estava espetacular. Sentamos num banco de
praça, daqueles de concreto. Conversávamos sobre
o futuro. Faculdades e etecétera. Eis que, no meio
sobre as opções de cursos em Humanas, ela me
interrompe. E diz:
— Me dá seus olhos?
O mundo, contrariando qualquer formato de
regra da astronáutica, da retórica ou da gramática,
simplesmente parou. E a minha resposta foi:
— …
Exatamente:
— …
Eu fiquei calado. Quieto. Em silêncio. Ela, mais
uma vez, sorriu. Mas dessa vez deixou o banco pra
conversar com a prima. Ela não voltou mais. E,
naquela noite, beijou um amigo. Ou ele foi mais
homem que eu e tomou a iniciativa.
Me arrependo de ter errado? É claro que sim.
Mas essa porrada fez sua diferença no futuro. Por
isso questiono quem renasce o papo de “se eu
soubesse há cinco anos o que sei hoje, seria mais
feliz”. Isso é evidente. Ninguém sabe hoje o que vai
saber daqui a cinco anos. O máximo que você
pode fazer é estar preparado. E, dentro de
qualquer limitação, entender que qualquer
experiência, dolorosa ou não, tem um significado
hoje.
Estou longe de imaginar que essa minha
história com a Bianca seja um conto de fadas com
um final designado ao sucesso. Afinal, eu não
tenho a menor vocação pra príncipe. E muito
menos altura.
Mas adoraria saber: qual seria a sua resposta
à Bianca?