CUIABÁ, 11
A 17
DE ABRIL
DE
201
3
CULTURA
Por Luiz Marchetti
Fotos: Luiz Marchetti
Luiz Marchetti é
cineasta cuiabano,
mestre em design em arte
midia, atuante na cultura de
Mato Grosso e é careca.
AMARELO:Ac r ed i t o que a t e ho j e o g r a f i t e , o desenho são meu desaba f o . O l ega l é que ágo r a a popu l ação r econhece o meu t r aço . Es t ou semp r e me cob r ando
novos g r au s de d i f i cu l dade , me l ho r ando em cada p r o j e t o . Ago r a que as r uas conhecem meu t r aba l ho , eu , ho j e , me ve j o como um ‘ a r t i s t a ’ .
Sempre desenhou desde muito criança como escape de uma realidade familiar
difícil. De família humilde, o desenho foi até a adolescência e se converteu em
pixação
.
A manifestação era marginal, mas havia interesse em dialogar com a transformação da
cidade. Essa era a diversão; naquele momento, não havia mercado de artes, preços
pela pintura, apenas elogios ao traços do tímido artista. Envolveu-se com o hip-hop em
Campo Grande (MS) e a partir daí a carreira melhorou. Lojistas convidaram Amarelo
para pintar fachadas e cursos para serem ministrados por ele surgiram em diversas
cidades de Mato Grosso do Sul.
Amarelo iniciou viagens ensinando grafite, através de uma ONG veio fazer curso em
Cuiabá e acabou ficando por aqui. Mora ali perto da sede do Clube Dom Bosco.
Depois desta mudança vieram então as telas, grafite em telas, desenhos em série, com
apresentações no SESC ARSENAL, uma coletiva com os grafiteiros BABU 78 e JEAN
SIQUEIRA no MUSEU DE ARTE E CULTURA POPULAR e mais recentemente sua obra está
no PAVILHÃO DAS ARTES.
Recentemente o artista AMARELO conheceu o artista com o apelido de VERMELHO.
QUEM É AMARELO?
Com este professor aprendeu a fazer xilogravura, levou o traço do grafite para esta
nova técnica e mostra novos resultados que encantam seus admiradores. Eu o admiro
tanto na xilogravura quanto no grafite. Suas obras mostram a infância de classe
humilde com uma preocupação social que busca melhoria e não apenas lamento, tudo
com um traço firme, consistente, forte mesmo. E outro diferencial de Amarelo vem
também de sua formação universitária: estudante de Educação Física, ele vive na noite
trabalhando com grafite, faz parte da cena que promove o grafite em muros
abandonados, mas ao mesmo tempo tem uma pegada saudável e bem-humorada,
longe daquele perfil de grafiteiro como um rato de porão se arrastando pelo breu da
noite. Gosto de sua participação social, é um artista ideal para performance ao vivo em
festas; concentrado, compõe durante o evento, fala com os curiosos e sabe manter o
foco para realizar um grafite marcante. Se você pretende incentivar grafite em uma festa
jovem, eis o profissional. Inclusive você pode conferir nos muros as obras colaborativas
deste grafiteiro com outros na RUA 24 DE OUTUBRO, nas grandes feiras de skate e de
arte para jovens. Confira o ateliê de AMARELO no (65) 9241 3606.
O VERDADEIRO ANIVERSÁRIO
Alma de Gato e Vera Capilé
saudaram Cuiabá enchendo o Centro
Histórico com música de primeiríssima. O
rasqueado cuiabano de João Eloy, o
‘choro’ do saxofone de Bolinha, as
tiradas da milionária Almerinda (mais rica
do que Mauro Mendes), juntamente com
outros artistas regionais trouxeram uma
vibração de festa que não se via há anos
na capital. A festa dos 294 anos de
Cuiabá na Praça da Mandioca, além de
contar com artistas e muita gente
querendo comemorar o aniversário fora
da desprezível programação da Prefeitura
de Cuiabá, mostrou que cresce o interesse
da população por uma vida cultural no
Centro Histórico. Se por um lado estamos
de saco cheio de buffet sem cara de
nada, por outro buscamos raízes,
histórias, cenários com gente de verdade
para rechear eventos com uma cara mais
casual e de raiz. Este sinal da nossa
cultura é idêntico ao da Rua do Lavradio,
no Rio de Janeiro, da Praça da Luz com a
Pinacoteca de São Paulo, do baixo centro
(Minhocão) também na capital paulista,
do Pelourinho em Salvador e de
Shoreditch em Londres. A população quer
o Centro Histórico vivo, com cafés, bares,
saraus, livrarias culturais abertas até mais
tarde, com segurança e iluminação. O
Sarau Livre organizado por Eduardo
Ferreira, Caio Mattoso e Chabô (sem
nenhum rabo preso com nenhum político
ou partido), contando com apoio dos
bares locais, é o precursor desta grande
virada geográfica na cultura cuiabana. O
gasto foi mínimo mas a resposta da
população é gigantesca. A EQUIPE DE
MAURO MENDES DEVERIA APOIAR O
SARAU FREE. O verdadeiro aniversário de
Cuiabá veio dessa engrenagem e contou
com mais de 400 pessoas; uns a
chamaram de “Festa dos Excluídos”; eu
não gostei do nome porque pra mim
aquilo foi o eixo principal do aniversário,
a falta de diálogo do SECRETÁRIO DE
CULTURA DA PREFEITURA DE CUIABÁ é
apenas um equívoco, triste porque
consome nosso dinheiro e nem entra na
história comemorativa. Foi um fiasco a
programação da prefeitura. Todos que
realmente fazem e vivem a nossa cultura
lamentaram na internet e tomaram outro
rumo comemorando na Praça da
Mandioca.
O fotógrafo
JOSÉ MEDEIROS,
presente na VERDADEIRA FESTA DE
ANIVERSÁRIO DE CUIABÁ, nos cedeu
estes registros. Ele estará inaugurando,
em maio, um espaço dedicado à cultura
bem ali na Praça da Mandioca; sua
galeria comercializará fotos em
fine art
e
obras de artistas mato-grossenses. Ainda
sem nome confirmado, o novíssimo ateliê
do fotógrafo fica na Rua Governador
Rondon, 715 – Centro Histórico – Praça
da Mandioca.
e
josemedeirosimagem.wordpress.com
Com essa chamada e enfatizando que
uma das melhores características da
grande Feijoada de Inverno é a
beleza, o look dos freqüentadores, o
colunista social FERNANDO BARACAT
lançou a 20
a
edição da FEIJOADA DE
INVERNO 2013. A festança será no
PREPARE O SEU LOOK!
dia 29 de junho às 12h, na
Lagoa das Conchas. O
CIRCUITO MATO GROSSO
participa com apoio cultural.
Oclão’
, carão, bocas e
suspiros, é a festa pra ver e ser
muito bem visto. Oh, Yeah
Baby!
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