CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 11 A 17 DE ABRIL DE 2013
CULTURA EM CIRCUITO
PG 6
CADEIRA DE BALANÇO
Por Carlinhos Alves Corrêa
Carlinhos é jornalista
e colunista social
MELHOR REMÉDIO
Por José Augusto Filho
José Augusto é diretor de
teatro e produtor de programas de
variedades
ACORDA, ALICE!
SEMPRE LEMBRADAS
Anos se passaram na mente humana
de quem fez pela Terra-Mãe. As boas
ações continuam sempre na memória
daqueles que com ela conviveram, ou
simplesmente as conheceram como
mulheres vitoriosas. Quando se fala em
poesia, mestre, empresária, filantropia,
elegância, política e diversas profissões
que deixaram marcas com letras de
outro, surgem as sempre lembradas
Anna Pinheiro, Isabel Campos, Nini
Constantino, Leila Affi Coelho, Teté
Vieira, Lídia Alves Corrêa, Senhorinha
Alves, Ivone Biancardini do Prado, Elina
Botelho de Campos, Deise Santos
Costa, Maria Nazareth, Lourdes
Campos Oliveira, Dunga Rodrigues,
Maria Muller, Yone Campos, D.
Bembém etc. Mesmo distanciadas em
outros planos espirituais, as suas marcas
são bem lembradas nos quatro costados
da cuiabania.
TARDE AGRADÁVEL
Dias desses, numa tarde chuvosa
pelas bandas do Palácio Paiaguás,
pude bater papo com gente do bem, e
a pauta foi Cuiabá, Terra dos Meus
Amores. Papo vem e começamos a falar
das mulheres que eram verdadeiras
mestras na área da cafetinagem, que
muitos jovens saíam das festas da elite,
depois de deixarem as moças de
família, para um aprendizado do
prazer. Esses homens quase
contemporâneos com este jornalista,
quando perguntaram de Veri,
Carminha, Madalena, Telma, Rosa
Festeira etc., disse simplesmente que
estão todas vivas. Para o espanto deles,
ficaram passados após tantos anos da
existência destes empreendimentos da
luz vermelha, e elas ainda continuam,
em alma, verdadeiras senhoras. Foi
uma tarde agradável no meio de gente
intelectual.
DIVERSÃO CUIABANA
Os pontos de maior concentração
eram principalmente o Bar do Bugre e o
Bar do Pinheiro, que tinham uma
atração a mais que era o jogo de
sinuca. À noite a reunião era no Jardim
Alencastro para o footing circular diário.
Nas quintas-feiras e domingos a
animação era maior, com a retreta da
banda do 16º BEC e da Polícia Militar,
que se revezavam. Diziam que os
rapazes daquela época, nos passeios
no Jardim Alencastro, eram muito
queridos pelas moças, talvez pelos
bombons finos que distribuíam, sem
outro interesse, para não fisgar o
coração da moçada. Havia um leva e
trás que identificava os recém-chegados
que por ali apareciam. Pois, na Cuiabá,
terra de um calor humano e
hospitaleiro, em que todos se
conheciam, um forasteiro sempre se
fazia notar e não deixava de ser
novidade. Quem vivenciou esta época
nos conta que a diversão cuiabana era
sadia, sem violência.
EMBALOS MUS ICAI S
Cuiabá sempre viveu nos embalos
musicais, tanto nas festas religiosas,
Residência dos Governadores, clubes,
residências familiares, enfim, era uma
cidade que ajeitava a sociedade nas
noites agradáveis. No mais, eram as
festas populares, Senhor Divino, Nossa
Senhora do Rosário e São Benedito,
Santo Antônio e São João Batista, que
ainda se repetem, com a mesma
animação de outrora. O conjunto
Serenata foi o precursor do rasqueado
cuiabano. Os bailes eram a atração
máxima, em geral em casa de família,
ao som de excelentes conjuntos
musicais. Às vezes bastava um piano,
peça obrigatória nas residências das
famílias mais abastadas. Uma vez a
professora Dunga Rodrigues disse: “Eu
era sempre convidada para reuniões
familiares, principalmente onde havia
piano. Logo me pediam para tocar e os
rapazes e as moças dançavam. Com o
tempo todos se casaram. E eu? Eu
dancei”. Lembrei-me disso mais para
que se registre algo do que foi nossa
Cuiabá que os jovens de hoje
desconhecem.
Acorda, Alice, sai da caixinha de
fósforos que o País das Maravilhas tá
pegando fogo. A satânica cantora
Joelma, da banda Calypso, que poderia
muito bem se chamar Apocalypse (porque
aquilo é o fim), canta no solo sagrado do
Sesi Papa e João Paulo II, dança
quadradinho de 8 no caixão. Se já não
bastasse o visual periguete fashion de
mau gosto, ainda abre a boca e sai
coco. Joelma não só canta merda como
também fala, não é incrível??? A cantora
comparou homossexuais a drogados e se
deu mal: programas de TV cancelados,
matérias canceladas e uma série de
infortúnios rondam a falsa loira. Só
lamento que a Coreia do Norte não
tenha deflagrado a 3ª Guerra no
domingo pela manhã, que seria domingo
à noite aqui, né, e disparado um míssil
nuclear que poderia muito bem ter
atingido o jatinho de Joelma e nos
livrado desse mal.
E já que Feliciano
afirmou que Deus matou
John Lennon, podia muito
bem matar a Joelma
também. E, do Além, John
Lennon mandou uma foto
em que segura um cartaz
que diz: “Sou John Lennon;
estou ao lado de Deus e
Marco Feliciano não nos
representa”. Tá mal, hein
Feliciano?! E já ouvi dizer
que Feliciano faz chapinha
com produtos ungidos; não
sei não, continuo achando
que esse pastor é Lessie. E
na onda de manifestações
contra Feliciano, um tomate assume que é
fruta e grita: “fora, Feliciano!”.
E Daniela Mercury sai do armário e
abala o Brasil. Tomara que a moda
pegue, afinal, amar nunca foi pecado e é
o maior mandamento. E em Cuiabá, a
cidade do armário
embutido, muitas estão
apavoradas com a
possibilidade de terem sua
sexualidade revelada. Mas
não adianta; um dia a casa
cai, afinal, quem tem
identidade secreta é super-
herói, e aqui não é só o sol
que queima.
E depois dessa chuva
toda, nossa cidade
esburacada está
praticamente igual a “sea
world”: tem gente nadando
na poça, surfando na
trincheira e brincando de
toboágua nas obras dos viadutos! Isso
sem falar que corremos o risco de nos
tornarmos a nova Atlântida com o
descredenciamento de Cuiabá da Copa.
Que Nossa Senhora da Verba Desviada
proteja a Secopa.
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