CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 24 A 30 DE JULHO DE 2014
POLÊMICA
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“INTERNACIONALIZAÇÃO JÁ!”
Manifesto no Marechal Rondon
Suspensão de voos para a Bolívia já gerou prejuízos incalculáveis a empresa, que agora deve investir em Campo Grande
Al i ne Coe l ho
Rafaela Souza
Representantes e
empresários do setor de
turismo de Mato Grosso
protocolaram na tarde
de quarta-feira (23) um
pedido para que seja
apresentado pela
Infraero um novo
cronograma estipulando
o prazo previsto para a
conclusão das obras de
reforma e ampliação do
Aeroporto Internacional
Marechal Rondon, em
Várzea Grande.
Os empresários
integram o Movimento
“Internacionalização
já!” lançado no mesmo
dia para a retomada dos
voos internacionais no
aeroporto, cuja licença
especial da Receita
Federal para a operação
venceu no último dia 3.
O movimento é
liderado pelos
presidentes do Sindicato
de Hotéis, Bares e
Similares de Cuiabá,
Luiz Carlos Nigro, do
Sindicato das Empresas
de Turismo no Estado
de Mato Grosso
(Sindetur), Oiran
Gutierrez e pela vice-
presidente da OAB-MT,
Cláudia Aquino.
A intenção do grupo
foi, ainda, realizar uma
visita técnica as obras
do aeroporto na
companhia de
jornalistas. A visita, no
entanto, foi negada pela
Infraero.
O superintendente
interino da Infraero,
Laelson Augusto
Nascimento, recebeu o
documento assinado
pelos líderes do
movimento e afirmou
que ocorreria nessa
quarta, em Brasília, uma
reunião entre a
Secretaria
Extraordinária da Copa
O governador
Silval Barbosa
(PMDB) garantiu esta
semana que
o Aeroporto Marechal
Rondon voltará a
receber voos
internacionais em
breve e já está
acordado com a
delegada da Receita
Federal Cuiabá ,
Marcela Maria
Ladislau de Mattos, a
manutenção desses
voos no Marechal
Rondon. “Ela me
disse que tem todo o
pessoal e estrutura
necessária para ser
montada
no aeroporto”,
afirmou Silval.
O governador
argumentou que os
voos irão continuar
assim que “a Infraero
concluir a estrutura
de reforma
do aeroporto”.
Segundo ele, ainda
está pendente a
definição de um
espaço definitivo para
a Receita e a Polícia
Federal.
Silval evitou falar
sobre prazos para a
conclusão da reforma.
“Não vou falar mais
sobre prazos, isso
compete agora à
coordenação da
Infraero”, disse,
apesar de as obras
terem sido assumidas
por uma empreiteira
contratada pela
Secretaria
Extraordinária da Copa
2014 (Secopa). As
obras
no aeroporto estão
concentradas
basicamente no setor
de embarque, etapa 2
do projeto, porém
ainda não há previsão
para a conclusão dos
trabalhos.
Governador promete,
mas não dá prazo
“Mais uma vez Cuiabá
perde para Campo Grande”
Devido à saída desses
voos de Cuiabá, várias
entidades que representam
a sociedade organizada
decidiram se reunir
através do ‘Movimento
Internacionalização Já’
que visa cobrar
explicação sobre a “falta
de competência da
Infraero e do Governo do
Estado”, como destaca
Oiran Gutierrez,
empresário do ramo do
turismo.
De acordo com
Gutierrez, na quarta-feira
(23) era para ser realizada
uma reunião entre
representantes da área
empresarial e do turismo
e a Infraero para saber
novas datas da entrega,
contudo a Infraero tentou
adiar a reunião por não ter
representantes para
recebê-los, contudo a
resposta não foi suficiente
para a sociedade
organizada, que realizou
uma mobilização no
aeroporto.
“Mais uma vez
perdemos para Campo
Grande por falta de
competência. E devido a
essa instabilidade,
diversos empresários
estão sendo tachados de
irresponsáveis pelos
clientes, que não
entendem o que está
acontecendo”, ressalta
Oiran.
A falta de
compromisso do Governo
do Estado com a
implantação de voos
internacionais no
Aeroporto “Internacional”
Marechal Rondon vem
desde 1998, quando
foram canceladas as
linhas para o início de
uma reforma e que só
teve início efetivamente
com a pressão da Copa do
Mundo de 2014.
Devido a essa falta de
estabilidade, a única
empresa que estava
prestando serviços de voo
internacional em Cuiabá, a
linha aérea Amaszonas,
precisou transferir o
trajeto para Mato Grosso
do Sul, já que falta espaço
para que seja realizado o
trabalho da Receita
Federal (RF) no
Aeroporto Marechal
Rondon. E devido à
importância da ligação
entre a Bolívia e o Brasil,
a empresa até já estuda se
instalar no Estado do
Acre, após um convite do
governo local.
De acordo com o
diretor executivo da
Amaszonas, Dardo
Gomes, foram diversos os
prejuízos enfrentados pela
Amaszonas contabiliza prejuízos
empresa ao vir para
Cuiabá, pois receberam a
garantia da permanência
da operação das linhas
aéreas até o final do ano
no mínimo, contudo após
a Copa o serviço foi
cancelado.
“Já tínhamos diversas
reservas para o final do
ano e agora vamos ter que
devolver todas as
passagens e ainda ter que
explicar para os
passageiros que não foi
um problema da empresa
o cancelamento. E
achamos essa situação
desconfortável, pois
tivemos liberação da Anac
[Agência Nacional de
Aviação Civil] para vender
voos até dezembro e
agora não só a empresa
como o Estado vai ter um
prejuízo muito grande, já
que esse trajeto era
realizado principalmente
por empresários”, diz
Gomes.
2014 (Secopa), a
concessionaria
responsável pela obra e
a autarquia federal
para discutir as obras
realizadas no
aeroporto.
“Hoje as áreas
estão fechadas por
conta dessa reunião em
Brasília. Mas na
próxima semana já
teremos um
cronograma e nós
estaremos de portas
abertas para a visita
na obra”, alegou o
superintendente.
Oiran Gutierrez,
por sua vez, disse
acreditar que deve “ter
muita coisa guardada a
sete chaves. Porque até
ontem não ouvíamos
barulho nem víamos
ninguém na obra. Hoje,
porque vocês
(jornalistas) estão aqui,
tem gente na obra
também. Queremos
saber o dia que
inaugura, o resto é
balela”.
“Deve ter muita coisa guardada
a sete chaves. Porque até ontem não
ouvíamos barulho nem víamos ninguém
na obra. Hoje, porque vocês
(jornalistas) estão aqui, tem gente na
obra também. Queremos saber o dia
que inaugura, o resto é balela”.
Fotos: Aline Coelho
Foto: André Romeu
Reforma do aeroporto parou logo após o último jogo
da Copa 2014 em Cuiabá, e improviso é evidente
Empresários lançam Movimento “Internacionalização Já” e protestam no aeroporto
Empresário Dardo Gomes
já fala em desistir de Mato
Grosso para investir em
Campo Grande