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CIRCUITOMATOGROSSO
PANORAMA
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CUIABÁ, 10 A 16 DE JULHO DE 2014
COOPERATIVISMO
42% da população estão envolvidos
Último levantamento da OCB-MT revela que as cooperativas estão em 81% dos municípios mato-grossenses
Sandra Carvalho
Das pessoas que
vivem em Mato Grosso,
um contingente de pelo
menos 1,3 milhão está
envolvido com o
cooperativismo, seja na
geração ou administração
de sua renda. Isso
corresponde a 41,5% da
população do Estado
segundo dados do
Sistema Organização das
Cooperativas do Brasil
(OCB-MT)
Esse percentual é
16,5% maior que o de
2012, quando um total de
1,1 milhão de habitantes
participava de alguma
cooperativa instalada em
território mato-grossense.
Nos últimos 13 anos,
esse percentual aumentou
em 990%. No ano 2000
a população
cooperativista somava
234.576 pessoas e em
2013 saltou para
1.319.264.
“Esse percentual de
42% não é por acaso.
Isso é um esforço dos
cooperados, dos
dirigentes, do Sistema
OCB-MT, do Sistema
Nacional do
Cooperativismo e demais
organizações
cooperativistas do Brasil
e do mundo. Isso
significa que a população
de Mato Grosso assimilou
o cooperativismo como
opção socioeconômica e
os resultados são a cada
dia mais evidentes”,
analisou o presidente do
sistema OCB-MT, Onofre
Cezário de Souza Filho.
Dos 141 municípios
existentes em Mato
Grosso, sedes e filiais das
- Entre as 10 maiores empresas do setor lácteo do
mundo, 6 são cooperativas.
- A Índia possui o maior número de cooperativas
no mundo, aproximadamente 500 mil;
- Na Malásia, todas as escolas públicas são
obrigadas por lei a constituírem cooperativas para
a administração dos recursos;
- No Paraguai, as cooperativas de crédito
representam 32% do mercado financeiro;
- Nos Estados Unidos, 72% do consumo de
energia na zona rural vêm de cooperativas. As
cooperativas de eletrificação somam 12% de toda a
energia produzida no país;
- Na Finlândia, aproximadamente 60% das
residências privadas foram construídas por
cooperativas;
- O Brasil possui o maior sistema de
cooperativismo de saúde do mundo, tendo o maior
número de cooperados e usuários, sendo
considerado referência mundial.
CURIOSIDADES
No último dia 5 de
julho, o primeiro
sábado do mês ,
cooperativistas de todo
o mundo celebraram o
Dia Internacional do
Cooperativismo. A data
foi estabelecida pela
Aliança Cooperativa
Internacional (ACI) no
primeiro sábado de
julho desde 1923. Em
1995, ano do
centenário da ACI, o
dia que reconhece o
cooperativismo global
passou a fazer par t e do
calendário da
Organização das
Nações Unidas (ONU).
Nes t e ano, o mot e
da celebração é
“Cooperativas
conquistam
desenvolvimento
sustentável para
todos”. A ideia do tema
surgiu após uma
pesquisa internacional
feita pela ACI que
mostrou a maior
preocupação das
cooperativas em todo
mundo é que os
governos reconheçam
sua capacidade de gerar
desenvolvimento
sustentável para a
comunidade.
O tema foi
proposto durante a
última Assembleia Geral
da ACI, ocorrida na
Cidade do Cabo, na
Áf r i ca do Sul , e foi
posteriormente
aprovado pelo Conselho
de Administração da
ACI.
Segundo a World
Cooperative Monitor,
uma iniciativa da ACI
em parcer i a com a
Comissão da União
Europeia para
desenvolvimento de
pesquisa para
monitoramento do
número de cooperativas
no mundo , as 300
maiores cooperativas
monitoradas
internacionalmente
Dia Internacional do Cooperativismo
somam ativos no valor
de US$ 2,5 trilhões.
Se fossem um pa í s ,
essas cooperativas
juntas seriam a nona
maior economia do
mundo.
Na lista das 300
maiores cooperativas
do globo, seis são
brasileiras: Copersucar,
Coamo, Aurora,
Cooxupé, Unimed Rio e
C.Vale. Atualmente,
mais de 1 bilhão de
pessoas estão ligadas
ao cooperativismo.
Suas cooperativas
geram mais de 100
milhões de empregos
diretos.
O Povo Indígena
Zoró, que vive no
Noroeste de Mato Grosso
e Sul de Rondônia, firmou
uma parceria com a
Cooperativa dos
Produtores Rurais
Organizados para Ajuda
Mútua (Coocaram) para a
comercialização de 20
toneladas de castanha-do-
brasil in natura, com
apoio do Projeto Pacto
das Águas.
Ao todo, os Zoró já
Índios trabalham com
cooperativa no Norte
coletaram cerca de 80
toneladas nesta safra,
sendo que outras quinze
foram comercializadas
para uma empresa de São
Paulo, com preço de R$
4,00 o quilo. O restante
está armazenado na sede
da Associação do Povo
Indígena Zoró (Apiz), que
paga R$ 3,00 o quilo para
seus associados, tendo
beneficiado, até o
momento, mais de 70
famílias.
Leite ederivados emTerraNovadoNorte
Meados de 1980.
Milton José Dalmolin saía
de Planaltos, Rio Grande
do Sul, rumo a Terra
Nova do Norte, em Mato
Grosso. O objetivo, dele e
do pai, era fazer morada
na nova região e plantar
eucalipto e frutas. O
plano, porém, não deu tão
certo como pensavam. Eis
que, no entanto,
encontraram a solução ao
associar-se à Cooperativa
Agropecuária Mista
Terranova (Coopernova),
em 1987.
A situação de Milton
melhorou nos anos 1990.
A cooperativa voltou suas
atenções para a produção
de leite, e deu certo. “O
presidente, na época, e
que continua hoje, tomou
uma providência para
segurar o pessoal no
campo: foi feito um
estudo de viabilidade e
implantaram uma indústria
de laticínios. Ela foi
inaugurada entre os anos
de 1993 e 1994”, conta o
hoje vice-presidente da
associação.
Leite e derivados
produzidos pela
Coopernova são
fornecidos à merenda
escolar de 14 municípios
de Mato Grosso por meio
do Programa Nacional de
Alimentação Escolar
(Pnae). Além disso, a
associação de
agricultores familiares
também vende para o
Programa de Aquisição
de Alimentos (PAA).
Ambos articulados pelo
Ministério do
Desenvolvimento Agrário
(MDA).
Orgulhoso, Dalmolin
lembra que o começo foi
complicado, com
produção abaixo do
esperado, mas o
crescimento da
associação atualmente dá
bom retorno aos 2,5 mil
associados. “Em 1994,
produzíamos cerca de 200
litros de leite por dia.
Hoje, essa produção
ultrapassa os 150 mil
litros diários”.
Além disso, a
cooperativa também
comercializa queijos,
polpas de fruta, doces e
castanhas. “Depois que
consolidamos a parte de
leite, entramos nas frutas.
Começamos o plantio do
caju anão precoce e do
maracujá. Depois vieram
tamarindo, cupuaçu,
morango, uva... são 11
variedades de polpas”,
assegura.
A Cooperativa de
Produtores de Algodão -
Unicotton, é um exemplo
do poder do cooperativismo
em Mato Grosso. Ela reúne
73 produtores de algodão
do Sudeste de Mato
Grosso, no município de
Primavera do Leste, que
produzem diariamente mais
de 8 mil fardos de algodão
em pluma, o que significa
1.600 toneladas. Faturou
mais de R$ 300 milhões em
2013, tem um patrimônio
de R$ 4,3 milhões, e ativo
de R$ 19 milhões.
”Se a Unicotton fosse
uma empresa privada não
seríamos o que somos
hoje como cooperativa.
Uma das grandes diferença
é que no cooperativismo
existe troca de
informações e um trabalho
conjunto em benefício do
cooperado”, disse o
Diretor Executivo da
Unicotton, Adelar Antônio
Dahmer.
Ele exemplifica dizendo
que “o superintendente da
OCB de Mato Grosso,
Adair Mazzotti, por
exemplo, me falou sobre
alguns procedimentos que
mudaram totalmente a
estrutura dos negócios da
cooperativa e isso não
encontramos numa empresa
limitada, como são os
negócios privados”.
Exemplo de cooperativismo
em Primavera do Leste
cooperativas estão em
115, o que representa
81% do total. Nesse ritmo
crescente, levantamentos
afirmam que de 2000 a
2013 o número de
cooperativas cresceu
23%. De 149 cooperativas
passou para 168, apesar
das incorporações. São
computadas, ainda, 21
cooperativas de outros
estados atuando em Mato
Grosso.
O número de
associados foi ainda mais
positivo nos 13 últimos
anos, com crescimento de
814%, passando de
17.511 mil para 321.586
mil. O emprego direto
também foi expressivo.
De ano 2000 a 2013, o
aumento foi de 300%,
saindo de 2.123 para
8.230 mil empregos.
O ramo agropecuário
lidera o ranking em Mato
Grosso. Das 168
cooperativas dos 11
ramos existentes, 68 são
agropecuárias, com
14.646 associados e
3.564 funcionários. Em
seguida estão as
cooperativas do ramo
Crédito, com 26 e o maior
número de associados,
somando 293.451
pessoas; o ramo
Transporte, com 19
cooperativas; o ramo
Educacional, com 16; o
ramo Saúde, com 15; o
ramo Trabalho, com 11; o
ramo Mineral, com 6;
Produção, com 4; e os
ramos Habitacional,
Infraestrutura e
Consumo, com 1
cooperativa cada. Os
ramos Especial e Turismo
não possuem cooperativas
em Mato Grosso.
O número de associados cresceu 814% nos últimos 13 anos
e em Mato Grosso; as cooperativas estão em 115 municípios
Onofre Cesário de Souza Filho, presidente da Organização
das Cooperativas do Brasil em Mato Grosso, a OCB-MT
Cooperativa, que tem como produto principal o
algodão no leste do Estado, colhe bons frutos
Comunidade indígena já trabalha em parceria
com cooperativa na divisa com Rondônia
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