CIRCUITOMATOGROSSO
CUIABÁ, 3 A 9 DE ABRIL DE 2014
OPINIÃO
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ENTRE ASPAS
EDITORIAL
Viva Cuiabá
Foto: Mary Juruna
#BOMBOUNAREDE
BARRANCO
Erro em obra ignorado pela Secopa
Faltando pouco mais de dois meses para o início da Copa, muro de contenção ainda não foi construído
Presidente do Conselho Editorial:
Persio Domingos Briante
CIRCUITOMATOGROSSO
Diretora-executiva:
Flávia Salem - DRT/MT 11/07- 2005
Propriedade da República Comunicações Ltda.
Editor de Arte:
Glauco Martins
Revisão:
Marinaldo Custódio
Reportagem:
Camila Ribeiro, Mayla
Miranda e Diego Frederici
Fotografia:
Mary Juruna
Editora:
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Sandra Carvalho
Lá se vão 10 meses
após vir à tona a falha no
corte feito no barranco
localizado bem ao lado do
viaduto do Despraiado, na
Avenida Miguel Sutil, em
Cuiabá, e nada de a
Secretaria Extraordinária
da Copa 2014 (Secopa)
tomar providências para
que a empreiteira
responsável pela obra
construa o murro de
arrimo.
A cada chuva o
barranco desliza e
inclusive uma casa está a
poucos centímetros de
desabar e tomar um dos
lados da pista da Avenida
Miguel Sutil, o que coloca
em risco os transeuntes e
condutores, porque apenas
a proteção de zinco que ali
foi colocada não seria
capaz de conter os
escombros.
Mário Cavalcanti de
Albuquerque, geólogo do
Conselho Regional de
Engenharia e Agronomia
(Crea-MT), disse ao
Circuito Mato Grosso
que
o corte praticado colocou
a rocha em exposição,
abrindo a possibilidade de
deslizamentos em época
de chuvas. E a previsão do
especialista vem se
concretizando.
Caso a contenção
tivesse sido feita
previamente, com a
correção da instabilidade
do talude, não haveria
riscos de uma possível
erosão.
Consequentemente, não
haveria situação de
insegurança para a
população local.
A queda de barranco é
causada pela perda da
coesão do material. E a
sucessão de períodos de
chuva seguida de períodos
de estiagem [sem chuva]
começa a formar no solo
trincas e rachaduras que
vão aumentando com o
tempo. Diante do risco e
com muito custo a Secopa
retirou os moradores de
residências que estavam
mais em risco de
desmoronamento.
Quanto ao processo
de desapropriação das
moradias, está sendo
acompanhado pela
Procuradoria Geral do
Estado (PGE). Segundo o
procurador-geral, Jenz
Prochnow, a
desapropriação de parte da
área “visa o interesse
público e a incolumidade
do trecho abaixo” e que
estariam apenas esperando
a Secopa remeter os
documentos e dados
pedidos para finalizar o
procedimento.
Em dezembro, o
Circuito Mato Grosso
entrou em contato com a
Secopa e recebeu duas
informações conflitantes:
uma era de que as obras já
haviam começado e que
até o isolamento para a
construção tinha sido
colocado. A outra versão
era de que o muro de
arrimo seria construído
em janeiro por uma
questão burocrática de
assinatura de contrato.
Hoje, abril de 2014,
verifica-se que nenhuma
versão
elaborada pela
Secopa ocorreu: o morro
continua com risco de
deslizamento total,
podendo ceifar vidas,
providências urgentes
estão sendo proteladas. O
paliativo de colocação de
um cercado mais
resistente para impedir a
circulação das pessoas é
favorável ao poder
público: ‘esconde’ os
entulhos que caem do
morro e a população não
vê o terrível perigo em
que se encontram famílias
cuiabanas.
Fotos: Mary Juruna
“Aos 45 minutos do segundo
tempo estão dando uma de
paladinos da moralidade,
querendo impor tempo para que o
Estado termine as obras. Por que
eles não fizeram isso há três
anos?”
Vereador Domingos Sávio (SDD) ao criticar
atuação do Tribunal de Contas de Mato Grosso.
“O PMDB costuma receber novos
membros como soldados, mas
Julier, pela sua história como juiz,
militante e pessoa, já ingressa no
partido como um oficial graduado.”
Presidente nacional do PMDB,
Valdir Raupp, sobre filiação do ex-
juiz federal Julier Sebastião à sigla.
“Posso até
caminhar sozinho
nessa disputa.”
Senador Jayme
Campos (DEM) ao
comentar impasse em
coligações para o
próximo pleito
eleitoral.
“Cheguei à Câmara com
a segunda maior votação
da história da Casa e
paguei um preço muito
caro por ter
despontado.”
Ex-presidente da Câmara
de Cuiabá, vereador João
Emanuel (PSD), sobre sua
prisão na última semana.
“Fiquei realmente
encantado com a Arena
Pantanal. Me lembrou o
estádio de Wembley (em
Londres, na Inglaterra).”
Ex-jogador de futebol e
comentarista Belletti, sobre a
Arena Pantanal.
A chuva que caiu nesta quarta-feira (2) sobre a capital
deixou completamente alagada a Avenida Agrícola Paes de
Barros e também o entorno da Arena Pantanal, que nessa
mesma noite abriu as portas para sediar a partida teste
entre Mixto e Santos. O alagamento provocou a reação
imediata dos internautas, principalmente daqueles que já
havia adquirido ingressos para a partida.
O
Circuito Mato Grosso
se rende nesta
edição a Cuiabá, nossa capital que completa 295
anos dia 8 de abril emmeio à expectativa de um
salto de desenvolvimento, à melancolia trazida
pela lembrança da tranquilidade de décadas
passadas e à aflição em meio a tantos transtornos
provocados pelas obras da Copa 2014. Sem
dúvida, a capital mato-grossense revive a década
de 70, palco de grandes transformações. E não há
transformações sem transtornos. Porém, o caos
já sinaliza para a falta de planejamento, motivo de
muitas críticas desde que as obras com vistas ao
Mundial começaram a ser erguidas. Já foram
incontáveis reportagens cobrando o cumprimento
de prazos e a qualidade das obras. Denunciando
inclusive riscos iminentes, como no caso do
barranco ao lado do viaduto do Despraiado, que
desmorona a cada dia por causa de uma falha no
projeto não percebida pela Secopa. Esta edição
também destaca o atraso do Tribunal de Contas de
Mato Grosso em relação à abertura de vagas no
colegiado para técnicos de carreira. Desde 1988
o Estado descumpre a Constituição Federal,
enquanto a Assembleia Legislativa faz vistas
grossas e continua mantendo a indicação política.
Enquanto isso, Ministério Público e Auditoria
Geral do Estado estudammeios de cancelar o MT
Digital, cujo edital pode ter sido direcionado por
ter sido feito em lote único, método que já havia
sido reprovado pelo Grupo Técnico de Redes. Se
é nocivo aos cofres públicos, é extremamente
nocivo ao cidadão mato-grossense.
A falha no corte da encosta foi confirmada por um especialista após denúncia do
Circuito Mato Grosso
, porém a Secopa até agora não tomou providências apesar dos riscos
